Capítulo 58 - Preparação

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Eu estava sentado num cantinho do lado dos portões da muralha. O povo que morava na cidade trazia qualquer coisa semelhante à pedra para ser usada nas minhas transmutações. O meu trabalho era criar o maior número possível de golens antes da batalha começar. Ideia da Samanta, que Ana prontamente aceitou.

Elisa e Alice ficaram para me vigiar. Uma pequena demonstração de como todos "confiavam" em mim.

[Golem soldado, nível F2, vida 150, força 2,5]

Acabei mais um golem. Este era um modelo novo que se parecia com um soldado de brinquedo. Não fiz detalhes nos bonecos e me concentrei em fazê-los mais letais colocando maças nas suas mãos. Ana disse que maças eram armas perfeitas contra mortos-vivos. Fazia sentido, considerando que não adianta cortar um ser que não tem carne.

A barra quase tocava o chão. No fim, uma pesada bola de espinhos causará o maior dano contra os esqueletos.

"Preciso de outra."

"Okay."

Alice me deu mais uma poção de mana que Samanta criou. Essa já era a décima quarta e ainda tinha três caixas cheias. E no fim, a elfa não me deu nada pelos materiais que consegui! Era de se esperar. Nesta situação, não podia ser mesquinho e esconder as poções.

Prefiro não saber como ela conseguiu, mas também fez poções de estamina que recuperam a força e poções que recuperam vida. Obviamente, a cauda de rato e orelhas de goblin foram parar em algum lugar.

Segundo ela, essas poções vermelhas de vida vão revolucionar o mundo da alquimia, porque poções que recuperam vida geralmente são caras e difíceis de fazer. Com as penas de sangue que dei, ela conseguiu fabricar novas poções. E o melhor de tudo, até um iniciante conseguiria fabricá-las.

Tenho que dizer, a elfa é melhor alquimista do que imaginava. As poções que deveriam repor 50 de mana conseguiam repor 100. Sem contar as outras, com certeza eram de melhor qualidade. Só pude olhar rapidamente as novas poções com o meu poder de identificação quando ela as tirou do seu anel espacial.

Quase revelei mais um segredo do sistema quando perguntei Samanta porque as poções dela conseguiam repor mais. Acontece que, na criação de poções, a habilidade do alquimista conta. Dependendo de quem o faça, a qualidade pode ser inferior, normal ou superior. Samanta dizia que as dela eram sempre superiores.

Samanta voltou para o alto da muralha para acompanhar minha irmã assim que me deixou aqui embaixo na entrada para fabricar golens. Também ordenou que as pessoas paradas aqui começassem a buscar pedras para servir como matéria-prima.

Assim acabei nesta situação.

Mortos-vivos são mais fortes de noite. Então, agora seria o momento perfeito para atacar, porém temos poucos soldados e perderíamos nossa vantagem do terreno.

O inimigo também sabia disso, por isso não estavam marchando para cá. Eles se contentaram em lançar pedras gigantes com suas catapultas de tempos em tempos. O único alívio era que as paredes do Castelo Negro são indestrutíveis. Ou é o que dizem.

Tem uma lenda que diz que o Castelo Negro está aqui antes mesmo da criação do Castelo Real de Isis.

"Ah, como confiar nessas lendas que o povo conta. O importante é que a parte da muralha ser resistente é verdade. O que você acha Alice?"

"E-eu... Acho que é verdade."

Ela gaguejou um pouco ao falar e desviou o olhar. Faz um tempo que notei que ela evita o contato visual com todo mundo. Graças a isso, superei o meu medo que ganhei da garota quando vi aquele monstro gigante perto dela. Ela é uma criaturinha inofensiva (se não contarmos que ela é nível E3).

Invocação Golem: Crônicas do mago que abalou o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora