Invocação Golem: Crônicas do mago que abalou o mundo

Capítulo 55 - De novo?!

Primeiro mandei o pangolim entrar na caverna. Vai que me encontro com uma segunda armadura.

Tudo ocorreu bem, o golem entrou e saiu depois de menos de um minuto. Mais confiante, entrei na caverna secreta. As paredes no começo eram irregulares, como as de uma caverna normal. Depois começaram a se tornar cada vez mais lisas como tijolos. Na minha frente, vi uma luz brilhar através de uma entrada retangular.

Para minha surpresa, lá estava um quarto com cama, mesa e uma luminária. Do lado da cama vi um livro grosso idêntico ao grimório que achei quando cheguei pela primeira vez no dungeon.

Não aguentei e corri na direção do livro. O peguei nas mãos e observei a capa acinzentada cheia de runas. Era igual ao grimório de invocação golem, igual até demais. Até o peso e grossura eram idênticos.

[Grimório Invocação Golem adquirido.]

"O que? O que vou fazer com outro grimório desses? Será que ele é mais comum do que imaginava?"

Não pode ser, imaginem um exército de pessoas com essa habilidade. Se eu sozinho consigo criar um pequeno exército desses, o que um grupo de magos com esse poder alcançaria?

Abri o livro para conferir se era a mesma coisa e ele foi absorvido por mim. Suas páginas brilharam e o livro desapareceu num feixe de luz que foi na direção da minha testa.

[Invocação Golem 4 -> Invocação Golem 5]

[Transmutação 3 -> Transmutação 4]

"O que? Minhas habilidades evoluíram!"

Como da primeira vez que absorvi o grimório, senti uma forte dor de cabeça, mas dessa vez foi mais fácil de suportar. Ao mesmo tempo, entendi o que tinha acontecido. O livro era o mesmo, mas havia uma grande parte do conhecimento no grimório que eu não tinha absorvido da primeira vez.

"Provavelmente minha capacidade cerebral não era forte o bastante naquela época."

A transmutação evoluiu também, por se tratar de uma habilidade relacionada a Invocação Golem.

Estava louco para testar minhas novas habilidades. Apontei a palma da minha mão para o chão e tentei transmutá-lo. Entretanto, a terra não se mexeu. Usei mais energia e o mesmo aconteceu, nada. Demorei para entender que as paredes deste quarto eram mais fortes do que as da caverna lá fora.

"Será que é porque a Armadura Negra morava aqui?"

Tive a leve impressão de que o meu raciocínio estava correto. A aura da armadura poderia ter fortalecido este espaço. O dungeon parecia funcionar assim. Os materiais de cada andar estavam ficando cada vez mais duros. Os monstros e a concentração de mana no ambiente também.

Revistei o resto do quarto e não achei nada. Mandei o pangolim dar uma olhada também. Nunca se sabe quando a criaturinha vai achar outra passagem secreta, não é? Porém, ele não achou nada a mais dessa vez.

Sai do quarto e voltei para a caverna. Decidi criar mais alguns golens antes de voltar. Ao levantar os braços e mover as rochas com minha habilidade de transmutação, notei que a tarefa estava muito mais fácil. Quase como manipular rochas comuns.

Desta vez não quis ser muito criativo e fiz mais canhões. Também aumentei a quantidade de cobre da armadura golem. Não quero que minha criação perca para a Armadura Negra.

[Armadura de Cobre Golem nível E2, vida 400, força 11,0, espírito 5,0, espada 3 e furtividade 1]

O resultado foi que a armadura golem passou para nível E2, sua vida foi de 240 a 400, força de 7 para 11 e espírito de 2 para 5. Além disso, a habilidade com a espada subiu para nível 3 e ganhou a habilidade de furtividade, que permitia com que a armadura ataque sorrateiramente o inimigo e faça mais dano.

O corpo da armadura também aumentou de tamanho. De 70cm de altura, passou para 1,5m. O seu corpo ainda era magro, mas o cobre brilhava forte e passava a sensação de que não seria facilmente quebrado.

"Hum, também me esforcei para comprimir o cobre e fazê-lo mais resistente."

Agora estava mais fácil manipular o cobre. Até conseguia moldar ferro, mas isso exigia energia demais por enquanto e não tinha o tempo necessário agora. Depois farei melhorias nos golens.

Também criei mais 15 canhões golens. Infelizmente, não tinha cajados goblin de sobra para retirar cristais de mana, então estes não conseguiam repor munição. Mesmo assim criei munição extra para prevenir contratempos. Espero encontrar cristais no próximo nível para completar minhas criações.

Agora o meu status melhorou um pouco. Minha vida aumentou 10 pontos, força foi de 7,5 para 8,7, magia foi de 8,0 para 9,6 e espírito de 8,7 para 9,8. Além disso, EXP foi para 362 pontos. Um longo caminho dos 1000 que preciso.

[Nome – Oscar Limia

Linhagem – Anhangá

Nível – E

Vida – 250

Força – 8,7 (+5% vel. de movimento)

Magia – 9,6 (+10% vel. recuperação de magia)

Espírito – 9,8

Inventário – 5 m³

Invocações – 17

Golens - 54

EXP – 362/1000]

Com a adição dos novos golens, agora tinha 54 golens só de ataque!

"Ah, agora tenho que voltar para casa comer os meus repolhos, senão nunca vou emagrecer."

Já perdi alguns quilinhos desde que cheguei, mas o antigo Oscar deixou esse corpo em um estado terrível. Se não fosse pela sua linhagem poderosa e a magia desse mundo, imagino que ele já teria um ataque cardíaco a muitos anos atrás.

Deixei minhas invocações em um lugar seguro, guardei minha armadura e abri o portal azul de volta para casa. Olhei para ele por alguns instantes antes de dar um passo para frente e passar para o outro lado.

Como os seres humanos conseguem se adaptar com facilidade. Minha realidade era completamente diferente alguns dias atrás, mas aqui estou eu invocando espíritos, construindo golens e passando por portais mágicos.

Cheguei ao outro lado de fininho. Já tinha amanhecido, provavelmente era quase meio dia. Estava todo confiante antes, mas agora que minha vida podia ser perdida nos próximos minutos, hesitei...

Sem fazer barulho, encostei o ouvido na porta. Nada, não ouvi nada. Bom sinal.

Fui para a janela e fiz o mesmo. Minha janela dava a visão para o oeste do castelo. Geralmente conseguia ver as pessoas andando por ai, mas hoje não havia ninguém.

Que estranho, será que é algum tipo de feriado desse mundo?

Notei que algumas coisinhas pretas flutuavam no ar como flocos de neve. Algumas delas chegaram perto de mim. Olhando mais de perto, eram como cinzas da queima de madeira.

Uma delas encostou no meu braço. Meu corpo gelou no mesmo instante e pulei para trás. Com minha força 8 vezes maior, o pulo foi tão grande que quase bati na porta de entrada do quarto.

"Ahhh! O que foi isso?!"

Olhei para o meu antebraço, não havia nada lá. Toquei o restante do meu corpo (ou os lugares que alcançava), porém não tinha nada fora do comum. Quando aquela coisa me tocou senti um calafrio percorrer o meu corpo. Era a sensação da morte.