Capítulo 64 - POV do Pietro

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Ah, deveria abandonar a missão? Oscar Limia sumiu, agora não vou conseguir as receit... Quer dizer, matá-lo. Isso, quase me esqueci da missão.

A aparição desse Lich só atrapalhou os meus planos. O balofo sumiu e agora estou aqui preso com todos estes soldados imprestáveis. Ah, mas não posso me descuidar. Ana Limia ainda pode ser uma ameaça a minha pessoa e tem muitos olhos ao redor.

Assim que a chance se apresentar, vou escapar.

Oscar Limia apareceu! Perfeito, agora poderei pegar as receit... Cof, cof, terminar a missão. Claro que não faz mal eu perguntar pelas receitas antes dele partir.

Quem diria que o gorducho fosse melhor do que eu pensava. Ele começou a criar golens. Fiquei no alto da muralha, mas daqui conseguia ver as longas filas de golens que ele criava.

Será possível que o cliente que me contratou estava com medo dessa habilidade e por isso mandou matá-lo? Não, não, sua má fama deve ser a razão.

Esperei pacientemente pelo momento certo para sequestrá-lo e fazer o meu interrogatório. A noite chegou e o momento se aproximava. Podia senti-lo no meu ser. A irmã e o exército do balofo se foram para a batalha e o deixaram desprotegido.

É minha chance!

Meus lábios queriam se esticar para formar um sorriso. Resisti ao impulso enquanto me aproximava sem que ninguém percebesse. As costas do meu alvo já estavam próximas. Faltava pouco.

Ah, este sentimento de novo. Mesmo que minha paixão seja a culinária, existe uma certa beleza no assassinato.

O balofo estava completamente distraído com a batalha.

Poderia deixar isto mais fácil?

Meu olhos se abriram, a faca a centímetros do meu alvo.

O MEU ALVO.

Alguém chegou na minha frente!

Usei minha habilidade de aceleração. Um assassino disfarçado de serviçal pensou o mesmo que eu e avançou para matar Oscar Limia. A faca do assassino se aproximava com precisão. Na verdade era um punhal, uma arma mais fina do que uma faca, mais letal para golpes diretos, mais fácil de penetrar a carne e com chances maiores de levar a morte.

Meus pés causaram uma pequena fricção no chão. A aceleração distorceu levemente o ar e cheguei rapidamente entre o assassino e o balofo. Ninguém reagiu a tempo. Só a ruiva se moveu, mas não chegaria a tempo. O gorducho notou o ataque tarde demais também. O assassino estava com a cara distorcida de prazer ao ver que conseguiria.

Não faço expressões assim com as minhas presas. Que falta de classe.

Tarde demais, a faca já entrou nele. Tirei minha faca das costas e com um movimento rápido, cortei a mão do assassino.

"Ahhhhhhh!!!!"

Sangue jorrou como uma fonte por todos os lados. Manchou principalmente Oscar Limia com uma linha vermelha de baixo para cima. O assassino quase caiu para trás, mas conseguiu parar a queda firmando os pés. Ele me olhou nos olhos e não é que me reconheceu. Eu também o conhecia, era um dos assassinos da organização.

"Ahr, idiota, o que acha que está fazendo. Se voc..."

Ah, amadores. O idiota estava a ponto de revelar minha identidade como membro da Higanbana.

Me aproximei novamente com aceleração e separei sua cabeça do corpo deslizando minha lâmina pelo seu pescoço. Os olhos surpresos do assassino demonstravam que ele não estava preparado para o ataque. Provavelmente não esperava ser atacado por um "aliado".

Amador, não existem aliados entre os assassinos.

Sua cabeça bateu no chão, quicou e rolou um par de vezes deixando um rastro de sangue no seu caminho. Só parou quando bateu no pequeno muro da muralha. Meu movimento com a faca foi tão rápido que nem uma gota de sangue sobrou sobre minha lâmina.

Ah, as coisas ficarão um pouco complicadas agora. Agi pelo impulso, mas agora serei considerado um traidor. Logo, logo enviarão alguém para me apagar. Provavelmente este assassino foi enviado porque demorei em completar minha missão.

"Oscar!!!"

Ah, a criança de cabelos vermelhos caiu aos prantos do lado do gorducho. A faca ainda cravada nele. Pelo jeito o impacto foi tanto que ela até se esqueceu dos honoríficos. Existem alguns nobres que te enforcariam por isso.

"Nãoooo, buahhh!! Não morra! Por favor! Eu prometi, eu prometi, buah."

A jovem estava do lado do corpo do gordo. Ela fechou suas mãos de tal maneira que sangue começou a jorrar entre seus dedos.

"Ugh, resp.. res..."

Ah, estou rodeado de incompetentes.

Me aproximei e a puxei para trás.

"Garota, não está vendo que o está sufocando?"

Dois rios de lágrimas desciam pelo seu rosto e seu nariz escorria. Demorou um par de segundos para ela processar minhas palavras e parar.

"Eh? Sufocando?"

Olhei para o gorducho e ela me seguiu com o olhar. Lá estava ele se contorcendo de dor com a faca cravada 5cm do lado da barriga. Parece que a gordura o protegeu. De alguma coisa serviu tanta comida.

A mão do assassino ainda segurava a faca. Seu sangue pingava manchando as roupas do nobre. Abaixei-me, coloquei meus dedos na parte limpa da lâmina e a joguei para longe. O homem me olhou agradecido e me segurou pelo antebraço. Tive o impulso de cortar sua mão imunda no meu uniforme impecável, mas resisti.

"Vo-você é o nosso cozinheiro. Obrigado por salvar a minha vida. Como posso te agradecer?"

Ah, que alvo fácil. Poderia, agora... Agradecer? Essa é nova.

"Então quero ser o seu chef pessoal e que você me ensine todas as receitas que sabe."

Eh? O que acabei de dizer? Não, não Pietro! A missão era acabar com ele!

O nobre abriu um sorriso e me disse palavras que nunca pensei serem possíveis.

"Ah, seria uma honra te ter como chef pessoal. Eu amo a sua comida. Prometo no nome de Oscar Limia que te ensinarei tudo o que sei sobre cozinha."

Meu olhos ficaram redondos. Meu coração parou de bater por um segundo.

U-um nobre fez uma promessa para mim! Uma promessa!

Esses nobres mesquinhos mal fazem promessas entre si. Que imbecil esse balofo tem que ser para prometer algo a um serviçal. Ainda mais para o seu assassino.

Ah, mas alcancei meu objetivo. Aprenderei receitas novas!!!

Invocação Golem: Crônicas do mago que abalou o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora