Capítulo 8. Praticando o poder de Deus

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A medida que fui me aprofundando  águas do Espírito, fui compreendendo como funciona. O poder, junto com o conhecimento, a maturidade, a fé e confiança. Essa mistura traz tranquilidade, paz, conforto. Mudamos nossas metas e passamos a romper limites impostos pelo materialismo. Somos prósperos, sem precisar de papel moeda. Temos alimentação, vestimentas, moradia... Tudo que precisamos para viver bem, (Mt. 6).
Mas na vida nem tudo são flores, Jesus disse: "no mundo tereis aflições, tende bom ânimo, Eu venci o mundo."
(Jo. 16:33).
Foi depois do casamento de minha filha mais nova, ela saiu em lua de mel e eu precisei arrumar as coisas da festa e devolver as roupas alugadas, nessa época, era responsável pela cantina da igreja e quando finalmente pus tudo em ordem, não aguentei mais trabalhar, o incômodo na barriga passou para uma dor persistente, com enjôo. Nenhum remédio fazia efeito. Fui para o hospital, nessa época possuía plano de saúde e fui internada com apendicite aguda.
Passei por cirurgia e recebi várias visitas das irmãs da igreja que me auxiliavam na consagração que dirigia. Mas algo inesperado aconteceu, eu não melhorava, comecei a me alimentar com gelatina e água de coco, mas nada parava no meu estômago. Em dado momento, me virei na cama e senti uma dor muito forte na lateral do corpo, abaixo das costelas, o médico de plantão foi chamado, mas não falou nada, depois descobri que tive um derrame pleural. Eram três médicas que me atendiam e quando fiquei amarela, me mandaram fazer tomografia, depois ressonância, trocaram a médica que me atendia diariamente e finalmente alguém disse que meu fígado tinha parado. Marcaram a ressonância, mas o plano levou duas semanas para aprovar o exame.
Nesse meio tempo, minha companheira de quarto, que ficava no outro leito, foi para cirurgia e foi para outro quarto.
Preciso explicar uma coisa, havia outro quarto ligado ao meu, precisava passar pelo meu, para ir ao outro e o banheiro era compartilhado.
A jovem que estava no outro quarto, havia feito uma cirurgia de esterectomia total, um câncer muito agressivo e ela estava mal, com alimentação venal e sonda. Sua mãe a acompanhava e seu companheiro sumiu. Ela tomava medicação também venosa e não saia do quarto, então quase não a via.
Eu recebia visitas constantes das irmãs da igreja e pedia que fossem orar pela menina.
Enquanto eu esperava para fazer o exame, algo tremendo aconteceu, eu já estava achando estranho tudo o que estava acontecendo comigo, então me pus a orar virada pro canto da parede e perguntar a Deus o que me prendia ali. Então a paciente do outro quarto começou a caminhar pelo corredor. Pensei, deve ser isso, Deus quer salvar ela, ela desviou-se dos caminhos do Senhor, deixou a igreja para viver com o namorado, revoltou-se quando ficou doente, o namorado a deixou e ela culpou Deus. Então, fiz um esforço e fui atrás, sentei numa poltrona e a mãe dela quando me viu, trouxe ela para sentar ao meu lado e saiu de perto.
Olhando com os olhos carnais, foi só uma coincidência, mas pelos olhos espirituais, foi o Espírito Santo nos dando um bom encontro, e aí?O difícil não é falar do amor de Deus, e sim falar o que a pessoa precisa ouvir. Chorei por dentro, doeu em mim ter que colocar ela na real situação, mostrar a culpa dela e que o perdão e arrependimento eram a solução, só bastava crer. Podia ver em seu rosto a raiva, a luta em ter que calar, pois a essa altura, Deus tinha fechado sua boca e tudo que falei, tocou fundo em seu coração, principalmente porque eu não sabia ainda sobre a vida dela, sua mãe que me contou depois. Disse a ela para ler a Bíblia em Isaías 12, e receber de Deus o amor imenso que ele tinha por ela.

Vamos entender algo aqui, eu achava, que ainda estava no hospital, por causa dela, que depois de falar o que ela precisava ouvir, ficaria bem e iria embora.

Mergulhando Em Águas Profundas - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora