Capítulo 15. Voltando

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Quando pensei que ficaria tempo indeterminado lá em Petrolina, Deus mandou eu voltar. Foi tremendo o mover d'Ele para meu retorno. Primeiro foi a passagem, que só tinha para um dia e horário específico e em Salvador. Não sabia ainda como iria para lá, pois não tinha ônibus que passasse no horário em que eu deveria estar no aeroporto. Além disso, apesar de Deus ter suprido todas as minhas necessidades, estava sem capital de giro.
Eu fui com uma bolsa de mão e voltei com escesso de bagagem.
Na última semana antes da viagem, passei a noite com a família da pastora, confraternizando próxima a uma fogueira, com churrasco e comidas típicas, deitada numa rede pendurada numa árvore na calçada. Foi ali, conversando, que soube que a irmã da pastora (a dona da lanchonete), iria para Salvador, buscar o filho no aeroporto, pasmem, quase no mesmo horário que eu teria que estar lá. É claro que me ofereceram carona e fui com eles, uma viagem de carro, preparada por Deus.
Fomos cedo, eles iriam passar o final de semana num hotel em uma cidadezinha praiana, próxima ao projeto Tamar.
Foi uma viagem tranquila, apesar de longa, chegamos no hotel, depois passeamos pela cidade e almoçamos. Comprei algumas lembranças ( tudo no cartão de crédito) e voltamos pro hotel. Tomei um banho e descansei, eles foram para a praia.
Quando anoiteceu, saí na varanda e tive a visão mais linda, parecia filme. Em frente a varanda, já na areia, um coqueiro balançava, as ondas mansas, batiam calmas na areia e a lua, bem cheia e clara,no horizonte, iluminava o mar, fazendo caminho prateado até a praia.
Foi ali que o Espírito Santo consolou meu coração de todas as angústias vividas pela batalha naquele lugar.

Dali fomos para o aeroporto, conheci o filho desse casal tão lindo e servos do Senhor, um rapaz, levita, trazendo seu instrumento. Eles se foram e eu fiquei e peguei o avião para casa. Glória a Deus por tudo que vivi como missionária.

Êxodo 23:20 (JFA) Eis que eu envio um anjo diante de ti, para que te guarde neste caminho, e te leve ao lugar que te tenho aparelhado.

Durante todo tempo que estive lá, foram muitas as bençãos de Deus o Espírito tocava em pessoas, que ouviam falar de mim, que batiam a minha porta, levando mantimentos e gêneros de primeira necessidade.
Outros me buscaram para ir a serra das esmeraldas na Bahia. Essa estória é boa relembrar:

Na véspera da viagem a Serra, estava eu preocupada, orei e Deus me deu uma visão. Duas mulheres andavam em um lugar de subidas e descidas, visitando vários casas, até que em dado momento se apartaram, mas estavam tristes.
Depois disso dormi.
Durante a viagem no dia seguinte, outra visão me veio pelo Espírito, uma daquelas mulheres da visão anterior, passava roupa de madrugada e dizia, até quando Senhor, até quando? Suas lágrimas caiam sobre a roupa.
Chegando lá, depois de percorrer um caminho sinuoso, serpenteando um rio calmo e tranquilo em meio a vegetação, o irmão me levou direto a residência de uma das irmãs da igreja que eu iria pregar naquela noite. Quando entrei e olhei aquela senhora, reconheci a mulher da visão. Ela estava preparando algumas pizzas de encomenda e quando parou pra sentar e conversar comigo, comecei a contar as visões que o Espírito Santo me dera, conforme fui contando, ela foi deixando as lágrimas rolarem e terminei dizendo que Deus estava colhendo suas lágrimas e tiraria ela daquela situação, então segurou minhas mãos e agradeceu.
Quando se acalmou, contou que tinha acontecido tudo aquilo mesmo, primeiro o desacordo com a amiga que fazia visitas com ela, no que ela se sentiu muito sozinha, depois, o choro sobre a roupa passada, naquela mesma madrugada.
Levantou-se, me levou até seu quarto, abriu o guarda roupa e mostrou as roupas que havia passado, estavam todas mofadas, pois aquele lugar, no alto da montanha, frio e úmido, não deixava nada durar muito, os temperos nos frascos de vidro, as paredes, os sapatos... Tudo mofafa com a umidade.
Contou que veio de Goiânia, com o marido que era administrador das minas, mas naquele momento, estavam com a extração parada.
Ela não aguentava mais viver naquele lugar, com dois filhos, pouca infraestrutura e quase sem comunicação.

A noite, depois do culto, naquela casa simples, com pouca iluminação, experimentei o frango com açafrão mais gostoso que já comi na vida, nunca vou esquecer.

Descendo aquele monte, chorei mais uma vez, ao contemplar o mover de Deus naquela vida. Deus trouxe uma mulher, do Rio de Janeiro, que nunca sequer havia ouvido falar daquele lugar, para dar esperança a uma alma abatida. Que amor tremendo é este, que nem sempre move a montanha, mas atravessa ela para levar a benção e provar Seu cuidado.(Ef. 2:4-5)

Foram muitas as manifestações do Espírito Santo enquanto estive nesta viagem. A presença d'Ele era constante e Seu poder fazia minha visão se ampliar, me mostrando dificuldades das pessoas e dando a elas palavras de esperança, indicando o caminho, dando soluções e operando milagres.
Muitas coisas não são possíveis contar aqui, pois envolve particularidades das pessoas a quem Deus ajudou.

Sou imensamente grata a Deus por essa viagem, voltei de lá mais firme em minha fé, com mais segurança e cheia de vontade de trabalhar para o Senhor.

Isaías 12:4-5 (JFA) E direis, naquele dia: Dai graças ao Senhor, invocai o seu nome, tornai manifestos os seus feitos entre os povos, contai quão excelso é o seu nome.
Cantai ao Senhor, porque fez coisas grandiosas: saiba-se isto em toda a terra.

Graças te dou ó Senhor, por tudo que me tens feito.

Mergulhando Em Águas Profundas - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora