Capítulo 10. Deixando o poder agir II

32 9 12
                                    


O médico explicou que cheguei ao hospital com um quadro de apendicite aguda, entrei em cirurgia por laparoscopia, que é menos invasiva, mas quando chegaram ao apêndice, ele estava por trás do intestino e havia aderido e necrosado tudo em volta, precisaram remover toda aquela área, e ele, o médico, achou que havia limpado tudo, mas pela ressonância, ele constatou que alguma infecção ficou e se espalhou pela parede abdominal e precisavam me operar com urgência para remover toda a infecção. Mas, desta vez, abririam do umbigo ao baixo ventre.
Assim foi feito, o médico me pediu desculpa e prometeu dedicação máxima para minha recuperação.

Depois descobri que a esposa dele e eu somos muito parecidas e ele estava assustado.

Entrar na sala cirurgica foi uma coisa, mas sair dela foi bem diferente. Até hoje não sei o que ocorreu, pois a folha, com o ocorrido lá, não foi-me entregue e quando acordei, já estava no leito, cheia de tubos, respirando no balão de oxigênio e minha filha apavorada, tentando ser forte.

Mas eu estava viva!!!

A recuperação foi uma tortura, eu não melhorava, não podia comer nada, nem beber água. Liberaram para levantar da cama, então comecei a andar pelo quarto, mas uma fisioterapeuta mandou fazer um exercício que forçou a barriga e lá fui eu pro leito de novo, veio a febre e descobriram que colocaram o dreno com o envólucro plástico junto e estava inflamando a barriga novamente, fizeram a remoção e colocação de outro dreno, no leito mesmo.
Foram muitos exames de sangue e cultura pra saber qual o antibiótico teria o efeito certo, e fiquei eu com dois frascos de antibióticos diferentes, outro antitérmico e analgésico e o soro, tudo numa veia só. Trocavam de braço a todo momento, não tinha sangue suficiente em minhas veias.

Já eram 2 horas da madrugada, virei pro canto da parede e fiz como o rei Ezequias (Is. 38:2), orei ao Senhor e reclamei, choramingando,- sou tua serva Senhor, oro por todos, evangelizo, jejuo, prego tua palavra, agora olha o meu estado, tem compaixão de mim. -Então ouvi novamente a voz dentro da minha mente, só que dessa vez era retumbante, - Para de reclamar minha serva, te enviei para uma grande obra, levanta daí e vai por esses corredores e expulsa o mal que está infestando este hospital.
Foi mais um tapa na cara, plaft!!!

Me virei no leito e com esforço e cuidado fui me levantando, escorreguei da cama tomando cuidado com o poste do soro e medicações, era grande e não tinha rodinhas, também tomando cuidado com o dreno e a barriga cheia de pontos, saí devagar, orando, primeiro no quarto e depois pelo corredor, indo de quarto em quarto, passando pelas ilhas de distribuição e andando por todo o andar. Eram muitos quartos e estavam todos ocupados, conforme fui andando, com a mão livre levantada, orando e repreendendo o mal, o expulsando em nome de Jesus.(Mc.16:17-20). Observei que todos dormiam, eram já 4 horas, até os funcionários estavam dormindo sentados e debruçados sobre as bancadas. Só num lugar se ouvia barulho, eram vassouras e esponjas esfregando, no antigo quarto onde eu estava.

Aqui faço um à parte e chamo a atenção dos leitores para o agir de Deus, a maneira como Ele avisou o que estava para acontecer, como deu livramento aos que creram e como usou seu poder para aquietar todo um andar hospitalar, para cumprir sua palavra e socorrer os necessitados.

Salmos 46:1 (JFA) DEUS é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.

Continuei orando e já não me incomodei mais em moderar o som, falei alto e expulsei o mal daquele hospital.
Quando terminei, estava de frente a uma janela e olhei para o céu e mais uma vez Ele falou comigo,: Em dois dias você verá o resultado.
Neste mesmo dia comecei a melhorar, mas o dreno continuava a cuspir secreção.
Dois dias depois comecei a receber várias visitas de pessoas que também estavam no hospital, as quais eu tinha visitado e orado, que vieram se despedir. A primeira foi a mãe da jovem que foi contaminada com a bactéria, ela se concertou com Deus e estava bem, sairia de auta no dia seguinte. Outra senhora teve auta, pois outro médico a examinou e constatou que ela não tinha nada. Assim foi o dia todo. O andar esvaziou e deu lugar a vários idosos e eu continuava ali. Os irmãos da igreja faziam fila para me visitar, congestionavam a entrada do hospital e quando chegavam até mim, pedia a eles para visitar os idosos internados e desse jeito, o poder de Deus foi se espalhando.
Até que, depois de já terem trocado quatro pacientes do leito ao lado do meu, entrou uma senhora bem idosa, parente de conhecidos, vizinhos, do condomínio onde eu morava, com a bacia fraturada e com ela tinha sempre um parente, oravam e liam a Bíblia, conversavam comigo e também oraram por mim, já havia recebido muitas orações, inclusive dos pastores da igreja que eu frequentava, mas com eles eu senti uma força diferente e com ousadia, quando eles se afastaram, falei, -Senhor, tu és poderoso pra me tirar desse hospital hoje, chega! Põe fim a esse tormento.
E foi o que aconteceu, minutos depois, uma das médicas que cuidava de mim, chegou com duas assistentes e disse: Vamos pra casa dona Deyse e começou a tirar o dreno. Comentei com ela - já tá bom né doutora? - e ela respondeu que não, não estava bom, - mas chega de hospital né dona Deyse!
Telefonei para casa e pedi para me buscarem, precisei só esperar acabar o soro e me arrumei para sair. Foram 26 dias internada, 10 k a menos, sem mais gordura no fígado, restabelecendo de um derrame pleural e ainda com uma infecção na barriga. Mas eu sabia do poder de Deus em minha vida e quando voltei para tirar os pontos a doutora confirmou que, se eu tivesse ficado mais um pouco no hospital, poderia ter morrido e que minha cura foi um milagre de Deus.
Depois fiquei sabendo que trocaram a diretora do hospital que era satanista e tinha proibido entrada de crentes no hospital.
Muitas GLÓRIAS ao nosso DEUS todo poderoso!!!!


Mergulhando Em Águas Profundas - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora