Quando voltei para o quarto, a antiga companheira de quarto mandou recado me avisando e pedindo para ir lá.
O exame ainda não tinha sido aprovado e eu estava com dor constante e comecei a ficar febril. Deitei e orei ao Senhor pedindo pra sair dali, sem entender os planos de Deus. Foi então que senti a presença poderosa d'Ele, um vento suave entrou no quarto, olhei para a porta e vi um ser, cuja altura, chegava ao teto, era todo grande, suas vestes, como uma farda, eram cor cáqui, ele olhou pra mim e depois fez um gesto com a mão, olhando para o chão, passou por ele dois rolos de planta seca, como os que rolam no deserto de filmes de faroeste, foram direto pelo corredor e entraram no outro quarto, em minha mente ouvi: está chegando tribulação.
Orei, tentei ler a Bíblia, coloquei ela sobre a mesinha que tinha ao lado da cama, foi então que chegou outra paciente para ocupar o leito ao lado. Era uma senhorinha idosa, com os cabelos curtos e branquinhos, estava com o pé enfaixado. Junto com ela, veio de acompanhante, a filha, que preciso dizer, era um furacão. Chegou fechando a janela e a cortina, pedindo silêncio, ajeitando a senhorinha, puxando a única poltrona para mais perto da cama da mãe dela, falando e cobrando das enfermeiras tudo que podia e queria. Achei que entendi então, o que o Espírito me falara.
Com esforço então, levantei segurando a barriga, saí do quarto e fui visitar a outra paciente que estava no quarto comigo. O quarto dela ficava em outro corredor, transversal ao meu, creio que andei uns 60 metros. Conversando com ela (e ela sabia de todos os acontecimentos do hospital), foi que eu soube que poderia pedir pra trocar de quarto, havia um leito vago no quarto dela e também soube que estava acontecendo a contaminação de alguns pacientes, por uma bactéria que não sabiam diagnosticar e estavam trancando os pacientes em quartos separados com o símbolo de uma caveira na porta escrito proibida a entrada.A situação parecia séria.
Voltei pro meu quarto, que era ao lado de uma das ilhas de administração da enfermaria, daquele andar. Aproveitei e solicitei minha transferência pro outro quarto que tinha vaga. Fiquei esperando em meu leito, e a acompanhante do lado começou a reclamar, acendeu a luz e a única coisa que eu podia fazer, era tentar acalmala. Comecei a falar de fé em Deus, que Ele está no controle e que ela precisava confiar. Ela foi ficando mais calma e disse que sabia que podia confiar em mim, porque viu minha Bíblia sobre a mesinha. Disse a ela que orasse, quando ela estivesse preocupada, falasse com Deus, pedisse em nome de Jesus e Ele ouviria e a tranquilizaria.(Jo. 14:13).
Foi neste momento que me avisaram que eu podia ir para o outro quarto. Comecei a arrumar minhas coisas, mesmo cheia de dor, fraca, pois estava sem comer nada e também estava um pouco febril.
Vou chamar a acompanhante da senhorinha de Sandra.
A Sandra perguntou porque eles me mudaram de quarto, expliquei que fui eu quem pedi, ela perguntou porque, respondi que era para ficar perto de uma amiga. Eu não queria dizer a ela que não gostei do modo como ela agiu quando chegou, mas nem precisei falar muita coisa, minha filha chegou e me ajudou a ir pro outro quarto.
Me acomodei no outro quarto e esperei o plano liberar o exame de ressonância magnética. Quando enfim foi liberado, a Sandra também já tinha mudado de quarto com a mãe dela e veio me visitar pra dizer que a jovem que estava no quarto conjugado com o nosso, havia pego a tal da bactéria e estavam preparando o quarto para isolamento.
Só então entendi a presença do mensageiro de Deus com aqueles rolos que foram para aquele quarto.Quando finalmente a ambulância veio me buscar, estavam atrasados e cheguei atrasada no hospital, não queriam me atender, a médica da ambulância queria me levar embora, minha filha que me acompanhava, foi no balcão pedir,explicar a minha situação. Enquanto isso, eu esperava, na maca, no corredor de entrada, do lado de fora, quado ela voltou dizendo que eles estavam irredutíveis, me liguei com o Espírito Santo, então veio a idéia: grite, fale alto, reclame de dor. Não gosto de escândalo, mas comecei a falar alto e gemer de dor, realmente estava com muita dor. Foi o que deu munição pra minha filha abrir a boca e ainda da porta, falar alto,- vocês não podem fazer minha mãe voltar nesse estado, ela tá com muita dor! Uma das atendentes ouviu e veio me ver e perguntou porque não avisaram que eu já tinha chegado e finalmente me levaram pra sala de exames. Não sei quanto tempo passei dentro daquele tubo, mas quando voltei ao hospital, estavam com tudo preparado, me deitaram no leito e o cirurgião responsável veio me explicar o ocorrido e o que fariam.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mergulhando Em Águas Profundas - Concluído
SpiritualNum mundo onde se fala tanto em magia, poder, divindades e seres míticos,a presença do Espírito Santo é confundida com balelas e comparada a ficções fantasiosas. Este livro vem falar do poder em funcionamento, da maneira suave, real, mas também magn...