Meu Amor Por Você

Capítulo Oito

3 de outubro de 2009

Mais de um mês se passou e o outono invade a cidade de Detroit sem intenção de parar. As árvores se preparam para se livrar das suas folhas velhas e deixam os arredores em um tom alaranjado. Lembrando a todos do grande feriado do mês, o Halloween. Não comemorei no ano passado e estava animado para sair esse ano com Emma. Só não sabíamos onde seria, mas que usaríamos fantasias combinando.

— Minha vida não podia ser melhor — Digo de forma sarcástica, encarando meu guarda-roupa em busca de algo decente para vestir — Vou ter que realmente usar essa camisa? — Pergunto para mim, segurando a blusa que Daniel havia me emprestado há 2 meses, já que não havia outras para usar.

— Vai fazer alguma coisa hoje de tarde? — Agatha pergunta se encostado na porta usando sua camisa branca com estampa de maçã mordida que ela usa apenas em ocasiões especiais.

— Não sei, por quê?

— É que eu devo voltar um pouco tarde.

— Camisa favorita, voltar tarde... — Listo, enquanto a fito de cima a baixo — Quem é o cara?

— Não tem nenhum cara, só vou sair com alguns amigos — Ela disfarça — Nada de mais.

— E desde quando você sai com amigos? — Pergunto de forma ácida enquanto arrumo minha mochila.

— Desde que você me trocou pela sua irmã nova...

— Que fofo, você tá com ciúmes da Emma — Digo rindo.

— Não tenho ciúmes de ninguém, seu esquisito — Agatha responde, saindo do quarto.

Com um copo térmico cheio de café quente, saio de casa para o ponto de ônibus, pisando nas folhas alaranjadas e molhadas caídas no chão, direto da árvore em frente ao meu prédio.

Faço meu caminho até o ponto e me sento, esperando o que me leva para a escola como sempre. Porém, como a vida me odeia e nada pode ser fácil, Daniel decidiu seguir o caminho para a escola de uma forma diferente hoje.

— Oi... — Daniel me cumprimenta, sentando ao meu lado, mas apenas o olho sem dizer nada — Quanto tempo, né? — Ele solta um sorriso fraco.

— Um mês — Respondo, ainda sério.

— É, eu sei. Você parou de me seguir nas redes sociais.

— É... Não estava muito a fim de ver o que você estava fazendo ou com quem estava andando.

— Entendo... Mas e aí? Como tá a vida?

— Está tudo ótimo, tenho saído muito com a Emma, melhores amigos quase. Mas não é dá sua conta, né, já que parou de falar com a gente.

— Olha, não era o que eu queria. Só estava chateado e a vida ficou cheia, mas--

— Mas foi o que você fez — O corto, nem um pouco a fim de ouvir sua desculpa.

— Talvez eu não tivesse feito, se você não tivesse começado a me tratar igual a lixo do nada! — Ele rebate elevando sua voz.

— Talvez eu não tivesse se esses seus amigos de merda na--

— Não, o quê? — Daniel me encara desconfiado.

— Nada — Fujo da pergunta — Por que você está aqui agora?

— Porque eu queria te ver idiota. Sinto sua falta, todos os dias...

— Bem, você teve um mês pra correr atrás, mas decidiu jogar a gente de escanteio e correr pros seus outros amigos. Não vem correndo atrás da gente agora — Digo me levantando. Decidi que, se ele vai pegar esse ônibus, eu vou andando.