Capítulo 4

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Luiza ainda me encarava quando fechei a porta rapidamente, com medo de alguém acabar passando naquela hora e ver o que não devia.

Agora, ela estava chorando mais ainda e tentava se vestir rapidamente, enquanto a outra moça de cabelos loiros fazia o mesmo. Antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, minha colega de quarto toma a frente:

- Por favor, Sophia, não diga nada para ninguém! - Ela suplica e começa a chorar mais, tentando limpar os olhos rapidamente. - Se você preza pela nossa amizade, não irá fazer isso. - A garota que estava com ela na cama, já vestida, sai rapidamente do quarto batendo a porta com força, me fazendo voltar a realidade.

Me aproximo melhor de Luiza e a abraço rapidamente. Ela tenta se desvencilhar e chora mais, mas eu a aperto contra o peito e a mesma começa a parar de se debater, suspirando e chorando baixinho agora.

- Ei, tudo bem! Não há nada de errado em você fazendo sexo com alguém, e muito menos com alguém na minha cama. - Falo a última frase em tom de ironia para ver se o clima fica mais ameno, o que acaba dando certo, pois minha colega de quarto ri baixinho.

Passo as mãos pelo seu cabelo solto agora e ando com ela até sua cama, fazendo carinho em seu rosto e pedindo para ela respirar fundo. Quando percebo que a calma finalmente veio a tona, encaro seus olhos.

- Agora, você pode me dizer o que aconteceu aqui? Quem é ela e desde quando você gosta de meninas? - Ela franze a testa e suspira, dobrando as pernas e se sentando melhor na cama, de modo a ficar de frente para mim, me observando.

- Faz um tempo já. Na verdade, não queria contar para ninguém, só quem sabe é você até agora. - Coloco uma mecha do seu cabelo preto atrás da orelha e ela prossegue: Eu não posso contar para a minha mãe, você sabe o que ela irá dizer e fazer comigo! Eu rezei todos os dias desde que beijei a Judith pela primeira vez e rezei mais ainda, chegando até mesmo a me ajoelhar no milho, quando começamos a fazer aquilo! - A revelação me pega de surpresa e eu começo a rir alto, pela expressão que Luiza faz quando fala a última palavra, se referindo a sexo.

Eu sabia que, a mãe de Luiza não entendia ainda esse tipo de relação entre pessoas do mesmo sexo. Ela críticava sempre que podia quando algum casal passava perto dela na igreja ou no meio da rua, torcia sempre o nariz quando presenciava os afetos em público e não permita que sua filha tivesse amizades com pessoas assim, porque na cabeça dela, a filha iria se contaminar com esse tipo de doença que os jovens estavam tendo.

Agora, parece que é a filha dela que estava se envolvendo com alguém e não parecia nem um pouco arrependida, pelo menos não foi isso que eu achei quando a avistei se esfregando naquela garota loira.

- Luiza, você sabe que isso não é errado, não é? - Tento falar calmamente, mas minha colega de quarto começa a respirar rapidamente como se fosse explodir a qualquer momento. - Olha, não vamos falar disso agora, tudo bem? Eu não vou te pressionar e nem mesmo te dedurar, sabe que pode contar comigo. Mas da próxima vez, não faça isso na minha cama, caralho! - Finjo que estou com raiva quando falo o palavrão e ela ri, balançando a cabeça e me abraçando em seguida. - E por favor, não fique se machucando só porque você ama alguém que sua mãe não aprova, quem deve gostar é você e não ela. A vida é sua e só quem pode viver ela é você mesma! - Ela concorda com a cabeça e me aperta mais em seus braços.

Nos afastamos e ela suspira alto, me fazendo agora pensar no meu propósito de ter chegado aqui e ter interrompido a sua safadeza.

- Eu sei como me livrar de Oliver! - Revelo e ela arregala os olhos. - Ele deixou escapar que devido ao regulamento, não pode se envolver com as alunas, então isso quer dizer que...- Deixo a frase no ar e Luiza arregala ainda mais os olhos, me fazendo rir.

{RETA FINAL} Aluna Nota A Onde histórias criam vida. Descubra agora