Capítulo 13

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POV OLIVER:

Eu ainda olhava atordoada para todos ao meu redor enquanto eu me sentava na cadeira encostada na parede. O rapaz que eu havia socado ainda estava desacordado, mas estava respirando de acordo com os seus batimentos verificados pelo seu colega de trabalho.

Ele foi carregado logo em seguida pelo restante da equipe e acabou restando o padre Frederico e a diretora no quarto. Sophia foi levada por Judith para outro cômodo para se acalmar do ocorrido.

— Professor, estou esperando suas explicações sobre o que aconteceu aqui ainda! — Fernanda falava em seu tom autoritário, fazendo minha pulsação aumentar mais ainda e o sangue correr rápido nas minhas veias.

A verdade é que nem eu mesmo sei o que deu em mim para agir dessa maneira, até parecia que não era eu quem estava controlado o meu corpo e a situação toda.

Suspirei fundo e abaixei a cabeça, tentando alinhar meus pensamentos e dar uma desculpa plausível e que não levantasse suspeitas pelo meu comportamento repentino daquela maneira. Tudo ainda girava quando levantei minha cabeça e fitei o rosto preocupado da diretora a minha frente.

— Diretora, peço perdão pela minha conduta, mas quando cheguei aqui, aquele moleque estava tentando fazer coisas indecentes com a senhorita Scott. Não achei aceitável o fato de isso acontecer justamente debaixo do seu nariz e tratei o assunto com as minhas próprias mãos. — Revelei e vi seus olhos se arregalaram. O padre que se mantinha em silêncio observando tudo, começou a rezar desesperadamente baixinho.

Engoli em seco quando ela suspirou fundo e passou as mãos pelo cabelo, tentando ajeitar eles de algum modo, mesmo que estivessem perfeitamente alinhados.

— Essa sua atitude custou quase caro a vida de alguém. Acho que isso não caberia a você. Poderia ter me avisado ou até mesmo o padre para resolver essa situação, teríamos o controle de tudo! — Ela diz e se senta na cama, cruzando as pernas e me encarando ainda.

Indiretei a postura e fiquei mais firme para encarar seu olhar. Eu não deixaria ela saber o quanto aquela cena mexeu comigo. O quanto Sophia estava mexendo comigo. O quanto eu queria muito estar fazendo tudo o que sempre sonhei com ela, ao vivo e em cores.

Mas as regras não podiam ser mudadas.

— Como eu disse, peço perdão, isso não irá se repetir. Mas, se a senhora acha certo um castigo ou algo do tipo, não irei reclamar ou me opor! — Revelei, a verdade era que eu queria que qualquer coisa acontecesse comigo para que não atingisse Sophia. Mesmo eu sabendo que se isso fosse descoberto, os dois seriam punidos, eu preferia que fosse a mim do que ela.

A diretora me olhou por mais alguns segundos e então se levantou. Segurou o padre que ainda rezava e o mandou sair do quarto por um instante.

— Oliver, sabe que eu respeito muito seu trabalho, me dói demais saber que se não tivéssemos chegado, algo poderia acontecer. Eu não irei fazer nada que faça sua reputação cair ou ser manchada. Mas alerto para ficar mais atento as coisas que você faz ou fala, muita gente não tem a paciência que eu tenho. — Ela falava como se soubesse de toda situação, e isso fazia com que meu estômago se revirasse e pesasse dentro de mim. — Não irei lhe punir, mas deixo esse conselho como amiga para você! — Ela apertou a mão no meu ombro antes de sair do me quarto, me deixando a sós com meus pensamentos.

Levantei atordoado ainda e tranquei a porta. Chutei a primeira coisa que vi. Minha mala se abriu no segundo instante e eu tive que me conter para não fazer o mesmo processo com outro objeto do quarto.

Antes que eu me encaminhasse para o banheiro, escutei leves batidas na porta. Passei as mãos rapidamente pelo rosto e senti o dorso da mão arde como nunca. Eu precisava cuidar daquilo e não estava afim de ouvir outro sermão de quem quer que fosse do outro lado da porta.

{RETA FINAL} Aluna Nota A Onde histórias criam vida. Descubra agora