Capítulo 35

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POV OLIVER:

Eu perdi a noção do tempo. Dos dias, das semanas e dos meses.

Não sabia exatamente como eu estava vivendo e muito seguindo sem a minha menina.

Minha Sophia.

Meu amor.

Eu precisava literalmente beber quase todos ou se não, todo dia para esquecer o que eu tinha feito a ela. Prejudiquei sua pessoa, prejudiquei sua imagem e tudo o que dizia a respeito dela.

Parecia até que eu estava prevendo, que a destruição que acarretaria sua pessoa e a culpa séria unicamente e exclusivamente minha. Meu corpo estava cansado, todo dia sem exceção eu sonhava com ela.

Linda e sorrindo para mim, as bochechas coradas, o cabelo bagunçado, e o seu cheiro nos lençóis. No meu corpo e em toda a casa. O som da sua risada ecoava nos meus ouvidos e dentro da minha própria morada. A sua presença estava impregnada em cada cômodo daqui e eu não sabia mais onde me esconder ou até mesmo evitar de passar, só para não ter que reviver tudo o que tivemos.

Foi por esse motivo, que eu comecei a não dormir mais na minha própria residência. Era sempre em bares, depois de encher tanto a cara que mal lembrava do caminho de volta, em hotéis com o rádio ligado no máximo, porque se eu dormisse totalmente, tinha a plena certeza que ela iria povoar meus pensamentos.

As vezes, eu podia jurar que a via em outros rostos. E foi nesse momento, que quase cometi a pior burrada de toda a minha vida.

Em um desses momentos de bebedeira, eu estava sentado, olhando fixamente para o drink a minha frente. Era verde, da cor dos olhos dela, e brilhava como o sol. Já não sabia se era minha cabeça pregando peças, mas escutei sua risada baixa perto do meu ouvido.

Fiz menção de me virar, mas antes que eu fizesse isso, meu corpo travou no lugar e uma mão fria tocou o meu pulso, apertando fortemente.

- Não tão rápido, querido! - Olhei para a dona da voz, reconhecendo Sophia. Ela estava ali parada, com um vestido vermelho, sorrindo para mim e me arranhando suavemente. Parecia tão real, a imagem tão vívida, brilhante e somente direcionada a mim.

- O que faz aqui? - Perguntei, em um sussurro acreditando que somente ela poderia escutar, e foi o que realmente aconteceu, pois no momento seguinte, ela sorriu, mas não me deu aquele sorriso costumeiro e sim, um triste e até mesmo vago.

Ela parecia triste, tão triste quanto a mim.

- Não é óbvio? Vim para me despedir, afinal, você não pensou que continuariamos aquilo tudo, não é? Até que duramos muito, você não acha? - Suas perguntas faziam minha cabeça se embolar mais ainda com todas aquelas interrogativas, como se buscassem uma resposta tão rápida quanto o próprio raciocínio de que aquilo tudo poderia ser ou não real.

Mas, eu esperava que fosse.

- Vai desistir de nós? - Perguntei, com certo desespero carregado na voz.

Sophia estreitou as sobrancelhas, como se o meu questionamento fosse uma afronta.

- Quem desistiu de nós primeiro, foi você! Não lutou o suficiente por mim, e muito menos pelo nosso amor. Onde você estava quando disse que me amava e resolveu soltar minha mão quando eu mais precisei de você? Porque, eu jamais soltei a sua, estive até quando você não me quis mais, e até tentei lutar pra te ter mais um pouco, para no final, você simplesmente me descartar, como se não tivesse outras opções, outros caminhos! - Sua respiração estava afoita, as luzes do lugar começaram a piscar freneticamente, como se estivessem alteradas. - Você desistiu e nem ao menos quis tentar. Não me culpe se o errado no final foi você. Eu te amei até o último fio de cabelo, até a última célula viva do meu corpo, e onde estava você, quando eu mais precisei? - Ela finalizou, sorrindo triste e se afastando de mim.

{RETA FINAL} Aluna Nota A Onde histórias criam vida. Descubra agora