{RETA FINAL} Aluna Nota A

Capítulo 26

POV SOPHIA:

Eu ainda estava estática pela forma como fui abordada ao adentrar em casa. Meu pai ainda estava parado e me observava, a espera da minha resposta.

Fechei as mãos em punho e respirei fundo, tentando mostrar que sua pergunta não me pegou desprevenida e sem nenhuma carta na manga naquele momento.

— Então, você vai me dizer o que eu quero saber ou terei que deixar você sem sair de casa por um bom tempo? — Ele dizia, enquanto colocava as mãos no bolso e sua boca formava uma linha reta, indicando que ele estava com bastante raiva e se segurando muito para não elevar a própria voz. — Já não bastava você não querer seguir os planos que tracei para você, agora está se misturando com pessoas que eu não tenho o mínimo de conhecimento! E se você ficar grávida? E se estiver se envolvendo com drogas? É isso que está acontecendo? Você está sendo influenciada e por conta dessas idéias sem pé nem cabeça, planeja mudar o seu futuro brilhante na qual eu e sua mãe queríamos para você desde o princípio? — Meu pai despejava as coisas em cima de mim rapidamente naquele momento, como se eu tivesse acabado de cometer um crime e pelo meu silêncio, parecia que tudo que ele estava supondo, era realmente verdade.

Mordi os lábios e avancei em sua direção, tentando mostrar que suas palavras não tinham me afetado e que queria esclarecer o que foi colocado diante de mim.

— O senhor está fazendo suposições erradas em relação a mim, e sabe como odeio quando toma partido de um assunto, sem saber da totalidade dele. Eu não estou me envolvendo com ninguém, e mesmo se estivesse, não seria alguém de má índole! Quem o senhor achar que eu sou? — Senti o choro subir pela minha garganta e um gosto amargo no final da língua, como se meu corpo estivesse desconfortável com aquela ideia errada do meu pai sobre mim. — Minhas escolhas deveriam ser feitas por mim e não por você e muito menos pela mamãe. Quando vai entender que eu é que tenho que decidir o que irei ou não fazer da minha vida, papai? — Perguntei, fitando seus olhos e sentindo os meus marejarem pela pergunta, que mais parecia uma súplica que eu fazia para tentar fazer ele entender o meu lado de toda essa história.

Quando eu não tinha sido boa o suficiente na época da escola para escolher um curso descente, eles me mandaram para várias escolas. Achavam que isso seria um ótimo preparatório para a filha que não sabia o que queria e que talvez, com outras pessoas que tinham a mesma renda que a minha, eu visse o verdadeiro mundo na qual eu pertencia

Mas, no fundo, eu não me sentia parte daquele ambiente de pessoas que só se ultilzavam de sua influência para se auto beneficiar. Eu gostava da justiça e gostava ainda mais quando eu fazia ela em prol de algo que eu acreditava ser certo, seja para mim ou para quem me rodeia.

— Você ainda está batendo nessa mesma tecla? Vai esperar quebrar a cara para vê que eu estava certo o tempo todo? — Suas perguntas pareciam ser feitas, sem ele ter escutado o que eu tinha acabado de falar sobre eu mesma decidir sobre minha própria vida. — Você ainda não me respondeu de quem era aquele carro e com quem estava! — Senti meu corpo dar um solavanco quando sua voz acabou se alterando, quando fui indagada novamente.

O medo dele descobrir sobre Oliver estava presente em cada poro meu e eu não podia deixar isso vir a tona agora, ainda mais porque pretendia contar tudo a eles, assim que estivesse estabilizada e bem longe daqui.

Suspirei fundo e abaixei a cabeça, passando as mãos pela minha roupa sem me preocupar com o seu bater de pé em minha frente, mostrando sua impaciência pela demora da resposta a sua pergunta.

— Era um amigo, na verdade ele estuda comigo no internato e como não queria chegar tarde para a refeição, decidi aceitar sua carona! — Revelei, não sendo totalmente verdadeira, mas também possuindo um fundo de verdade. Afinal, Oliver realmente fazia parte do internato, só não era como aluno.