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"Oh, a verdade estúpida é que eu sou tão ruim para você
Oh-não-não-não, não aguento
Oh-não-não-não, eu não vou partir seu coração novamente
Eu não quero ser um monstro entre os homens."
MONSTER AMONG MEN — 5 SECONDS OF SUMMER

Madison dormia sorrindo.

Era isso que Flynn pensava enquanto a observara dormir tranquilamente, o peito subindo e descendo em uma respiração tranquila. Ela mantinha um sorriso suave nos lábios, como se estivesse realmente satisfeita em estar descansando. Considerando o horário que ela acordava todos os dias, provavelmente era isso mesmo.

Flynn afastou uma mecha do cabelo ruivo e longo que caiu sobre o rosto dela. Como ela era linda, mesmo de manhã e sem arrumação alguma. Nem parecia real.

O que não parecia real, na verdade, eram as últimas horas. Desde a aproximação dos dois no campo do lançamento das lanternas ao beijo e, finalmente, o despertar na cama dela no chalé. Falando em beijo... Flynn jamais imaginaria que alguma coisa pudesse parecer tão certa. Era como se estivesse esperado por aquele momento a vida inteira.

Se era para ser sincero, ele estava esperando por alguns anos, desde o ensino médio. Tinha mentido para si mesmo durante os últimos dias com a desculpa de que uma mudança tão drástica de ambiente o estava confundindo, mas a verdade é que gostava dela. Muito. E estava gostando mais ainda de acordar junto com ela.

Tecnicamente, só ele estava acordado. E, se conhecia bem Madison — considerando os últimos dias, com as conversas e beijos e mais, ele podia afirmar que a conhecia —, ela só levantaria dali a algumas horas. Flynn queria ir para a cozinha preparar um café da manhã para os dois, principalmente porque tinham comido doces em excesso no dia anterior, mas não conseguia tirar os olhos de Madison.

As pequenas sardas que ele tinha percebido na noite anterior quando se aproximavam eram ainda mais evidentes sob a luz do sol. Ele sorriu sozinho, resistindo ao ímpeto de tocá-las com o dedo. Não queria acordar Madison, porém.

Ao contrário do que ele imaginava, ela acordou pouco mais de cinco minutos depois. Madison franziu o nariz, piscou os olhos várias vezes e, assim que percebeu que não estava sozinha na cama, começou a rir.

Flynn franziu o cenho. Ele tinha uma aparência tão patética assim pela manhã?

— Bom dia pra você também — resmungou, se virando para encarar o teto.

A risada de Madison preencheu o quarto por um bom tempo.

— Desculpa — ela disse, quando conseguiu se controlar. — É que eu me perguntei como isso tinha acontecido. Aí lembrei do quê tinha acontecido. Tive uma crise de riso. Desculpa. Não tô rindo de você. Tô rindo da gente.

— Que tranquilizador — ele respondeu, mas estava sorrindo. Não dava para ficar sério diante das gargalhadas dela. — Você acordou estranhamente cedo hoje, Bradford. O que te arrastou da cama?

— Ainda estou na cama, caso você não tenha percebido.

— Claro que percebi. Estamos dividindo a cama.

Ele riu quando Madison escondeu o rosto no travesseiro.

— Agora minha roupa de cama vai ficar impregnada com o seu perfume!

— Você tá me chamando de fedido?

Ele se aproximou, vendo-a aumentar cada vez mais o sorriso. Se soubesse que acordar ao lado de Madison seria tão bom, teria feito antes. Ele beijou o pescoço dela, fazendo-a soltar uma risadinha e se contorcer ao mesmo tempo em que se arrepiava.

Luzes congelantes | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora