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"Ei, é tudo culpa minha, na minha cabeça
Fui eu quem nos incendiou, mas não era o que eu queria
Me desculpe por ter te machucado, (...) eu não quero perder isso com você
Eu preciso dizer: Ei, é tudo culpa minha, só não vá embora
Me encontre no crepúsculo"
AFTERGLOW — TAYLOR SWIFT

Madison virou a segunda taça de champanhe com tamanha rapidez que seu irmão a encarou com surpresa. Ela deu de ombros, os olhos fixos em uma pessoa específica a muitos metros de si.

Ele estava tão absolutamente lindo que ela tinha vontade de chorar. O terno caríssimo perfeitamente passado, os sapatos lustrados mesmo de tão longe. E o cabelo bagunçado como se fosse de propósito, e talvez fosse, mas parecia certo daquele jeito, como uma marca registrada. Madison queria passar os dedos entre os fios e repetir o que tinham feito dias atrás. E muito mais.

A realidade é que ela queria que as coisas dessem certo. Queria de verdade. Tinha passado os últimos dias pensando em cada detalhe das últimas semanas e até mesmo da sua vida. Tinha chegado a Chicago um dia antes e passara muito tempo revirando as memórias contidas na casa.

Chorou, e muito, mas tinha conseguido pensar o suficiente para ver que não estragava tudo que tocava. Tinha vivido tanta coisa boa ali, tantos anos incríveis, e fizera muita gente feliz. Conseguiria se fazer feliz de novo. Tinha um problema. Tinha que haver uma solução para ele. Só precisava pensar nela.

E nada parecia o suficiente. Uma conversa seria pouco, talvez, para demonstrar que ela se importava de verdade com ele. E quando seus olhos encontraram os de Flynn na festa, Madison sentiu o ar fugir dos seus pulmões, a respiração falhar e todo seu sistema respiratório a abandonar.

Uma corrente elétrica a percorreu por inteiro. Engoliu em seco e voltou os olhos para Mathew, que fingiu não perceber nada. Estavam esperando Beverly acabar de se arrumar, mesmo que a festa já tivesse começado há uma hora. O voo dela sofreu um atraso considerável, e Madison tinha levado sua roupa quando fora para Chicago de carro.

— E os meninos, onde estão? — Madison perguntou casualmente, tomando um gole da taça que pegou quando o garçom passou ao lado.

— Brincando lá em cima — Mathew respondeu, se apoiando na pilastra branca impecável atrás de si. — Vai com calma, Maddie. A festa acabou de começar.

Madison mostrou a língua para ele, mas diminiu a velocidade com a qual virava o líquido.

— Cadê sua namorada, hein? Do jeito que ela está demorando, é de se imaginar que esteja costurando o vestido.

Mathew riu.

— Ela me diz que eu que sou apressado demais. Para os padrões dela, só se for.

Eles ficaram rindo e conversando por um bom tempo. Era uma coisa nova ainda, aquela proximidade de irmãos reconquistada, mas Madison estava adorando. Tinha sentido muito mais falta de simplesmente jogar conversa fora com sua família do que imaginara. E, agora que estavam próximos novamente, não deixaria que nada os separasse de novo.

Beverly surgiu algum tempo depois. O tempo todo gasto na produção era justificável, verdade. Beverly era linda, mas estava deslumbrante com o vestido dourado e longo e os cabelos escuros caídos em cascata sobre suas costas. Madison viu o brilho que os olhos de Mathew exibiram quando viu ela.

Eles eram perfeitos juntos. E era isso que ela queria, essa adoração mútua e carinhosa.

Madison conversou com os dois por algum tempo antes de deixá-los a sós, rindo de alguma coisa. Quando uma música baixa começou a tocar, Beverly passou os braços ao redor do pescoço de Mathew e ele enlaçou a cintura dela, os dois balançando em um ritmo constante e devagar.

Luzes congelantes | CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora