Stupid beauty parte 2 (TodoBaku)

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Todoroki estava a tanto tempo prendendo o lábio entre os dentes que já conseguia sentir o gosto do sangue, estava sentado a quinze minutos naquela mesa sem pedir nada o nervosismo não o deixava chamar o garçom, a culpa era sua por chegar adiantado se tivesse esperado o horário não estaria naquela situação. Desde o dia em que Bakugou o "perseguiu" na faculdade pra devolver sua mochila e lhe deu seu número eles não pararam de trocar mensagens, todo dia eram pelo menos umas vinte mensagens trocadas que deixavam Todoroki com um sorrisinho besta na cara, foram semanas assim até que finalmente marcaram o tal café.

Sábado, um dia bonito de sol com uma brisa fresca e agradável. Um ótimo dia pra um encontro exceto pelo fato de que Shoto não tinha certeza se aquilo realmente era um encontro, tipo era não era? Ele o chamou pra tomar café, eles trocaram mensagens por semanas e Todoroki tinha certeza de que eles tinham flertado um pouquinho nas mensagens mas, ele não tinha certeza se era um encontro. Ele deveria ter? Estava claro? Ele simplesmente não sabia. 

Checou o display do celular e viu que já marcava 14:45 faltavam quinze minutos pra ele chegar, só quinze minutos pra que pudesse ver aqueles olhos vermelhos irritantemente bonitos e presenciasse aquela personalidade irritantemente duvidosa de novo, estava com saudades mas não admitiria nunca. Checou o relógio pra garantir que viu o horário certo, paranóias da sua cabeça que não conseguia deixar de lado. Estava jogando Candy Crush quando ele chegou, não teve outro escape pra fixar sua atenção durante os quinze minutos por isso o joguinho no celular foi esse escape, bem ele estava ali pra isso na realidade mas Todoroki fingia que não.

– Ei meio a meio. – A voz grossa o despertou e fez seus olhos saírem da tela do celular, Katsuki estava ali em pé em sua frente com uma calça jeans escura e uma blusa cinza que o deixavam ainda mais bonito do que normalmente ele era e isso fez Shoto sentir mais raiva da beleza dele, quem conseguia ser bonito daquele jeito usando roupas tão simples? – Tá espera a muito tempo? Já pediu algo? 

– Não.. Cheguei quase agora. – A mentira estava TÃO estampada em seu rosto que teve vergonha por ter tentado. – Não pedi nada ainda. – Pelo menos isso era verdade. 

Bakugou abriu aquele sorrisinho de lado que deixava as pernas de Shoto bambas e se sentou ao seu lado, os braços se tocando causando um mini gay panic no bicolor, ele não sabia lidar com aproximações. O loiro olhou de canto pro garoto ao seu lado e sorriu minimamente, era fofo ver como ele tinha se esforçado pra parecer casual e não um mauricinho mimado como Bakugou vivia o chamando pra irrita-lo, Katsuki achava muitas coisas fofas no outro o que era novo e assustador pra si.

– E aí quer pedir agora? – Sua voz soou pacífica de mais até pra si, mas dava pra ver o nervosismo do garoto que não parava de batucar os dedos no mármore da mesa e não conseguia manter a perna parada, era fofo mas preocupante. 

– Ãn? – Ele pareceu confuso de início mas não demorou mais que um segundo pra se tocar. – Ah claro claro! Vamos pedir… – Os dedos começaram a batucar mais forte obrigando o loiro a segurar a mão nervosa antes que ele acabasse os machucando, as bochechas dele ficaram rosadas na hora. Fofo.

Bakugou fez os pedidos ainda segurando a mão do outro, um expresso um machiatto e um pedaço de bolo de morango não queria nada pra comer ainda, o atendente se retirou depois de anotar e acenar com a cabeça. Katsuki sentiu o outro brincar com os dedos em sua mão e ficou feliz que ele tinha parado de balançar a perna, pelo menos ele parecia um tiquinho mais a vontade. 

Demorou um tempo até que a conversa tomasse um ritmo e eles engatassem em um bom assunto, Shoto se soltou aos poucos e logo a conversa não era mais tão unilateral quando era inicialmente, Katsuki se sentiu orgulhoso por isso tinha que admitir. Os pedidos chegaram e eles beberam os cafés ainda envolvidos pela conversa gostosa, o bicolor deu alguns pedaços de bolo pro outro garoto e a conversa continuou fluindo. Mal perceberam as horas passaram até dar cinco da tarde. Shoto tinha que ir.

Bakugou fez questão de acompanhá-lo até a estação de metrô queria ir com ele até sua casa, mas ela ficava do outro lado da cidade então ficaria difícil, ele não precisava se preocupar tanto quando achou. Eles chegaram ao metrô e Todoroki congelou, estava estático ao seu lado sem mover um músculo. Pânico, Shoto tinha um enorme pânico de multidões. 

– Ei meio a meio, vem… Vamos sair daqui. – Sussurrou pra ele deixando um beijinho em sua bochecha enquanto o puxava delicadamente pra fora dali, espantado com a própria gentileza.

Todoroki apenas foi.

Katsuki pagou um Uber e o acompanhou até em casa no carro aproveitando desse fato pra decorar o endereço do bicolor, Shoto ainda estava um pouco trêmulo pelo epsodio do metrô e morria de vergonha por dentro, porque diabos achou que conseguiria? Era óbvio que não tinha como. Bakugou desceu do carro com sigo e pediu ao motorista que esperasse uns minutinhos, Shoto corou.

– Você tá bem meio a meio? Melhor?

– Uhum…

– Certeza?

– Tenho.

– Certo.

E então se inclinou roubando um curto selinho que deixou o Todoroki constrangido e com um sorriso bobo, os dois se despediram e Bakugou esperou que o meio ruivo entrasse em casa antes de voltar pra dentro do carro e dar seu próprio endereço.


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