Querido diário (Que gay) cap2 (Solangelo)

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Você nunca viu uma pessoa pirando, até ver Nico di Ângelo jogando todas as coisas do quarto pro ar procurando o caderno do capeta, (apelido carinhoso que ele deu ao seu diário). Ele estava a mais de uma hora vasculhando cada mísero cantinho daquele quarto, e jogando tudo que fosse possível jogar pro ar pra encontrar aquele caderno.

Na mente dele as cenas mais dramáticas passavam: "E se alguém da escola encontro, e agora está passando de mão em mão pra rir da minha cara?", "E se minha mãe achou e descobre que eu sou gay?", "e se a namorada filha da puta do Will achou e mostrou pra ele?", "ou pior e se o próprio Will achou?". Mas essa última o cérebro perturbado do garoto branco descartou. "A vida quer me fuder, mas ela não seria tão filha da puta assim né? Ou seria? Eis a questão", pensou dramático. Jogou uma cueca do Batman do outro lado do quarto, ainda procurando o capeta em forma de caderno quando a campainha tocou.

-JA VAAAAAI- gritou irritado, jogando a blusa preta com a estampa do pato Donald no chão.

Saiu do quarto batendo a porta (sua mãe não estava em casa, então ele não levaria uma chinelada na cara por isso), e desceu a escada escorregando pelo corrimão (não era uma boa ideia mas estava com pressa), tropeçou ao descer do corrimão, e praguejou alto até a décima quinta geração do cara que inventou um corrimão. Se levantou ajeitando as roupas e massageando o nariz vermelho e dolorido, então lembrou que tinha gente na porta e voltou a correr.

Abriu a porta com tudo. Pronto pra xingar a testemunha de Jeová que estava o fazendo perder seu precioso tempo, mas deu de cara com o paraíso em pessoa. Will Solace. Alto, loiro, lindo, bronzeado, sarado, dono de uma bunda linda, gostoso e na sua porta. Demorou bem uns 10 segundos admirando aquele lindo ser a sua frente. Vendo cada feição perfeita, cada sardinha bem colocada e fofa naquele rosto, cada músculo definido e cada parte daquele deus grego.

Cada respiração do chush supremo em sua porta o fazia derreter, mas então percebeu que estava parecendo um lunático, e se deu um tapa mental pra voltar a si. Will olhava o garoto a sua frente. Ele parecia ter acabado de sair de uma briga contra um furacão. Os cabelos estavam bagunçados, as roupas amassadas e cheias de pó, o rosto amassado por ter dormido de mais, o nariz vermelho por uma possível queda, os lábios sempre rachados, mas, mesmo com todas aquelas imperfeições que todos diziam que ele tinha, aos olhos de Will ele estava perfeito.

Então sem falar nada e sem deixar que o outro falasse, o puxou pela blusa e juntou os lábios. Não ligou se estava na porta da casa dele, nem se a qualquer momento a mãe do mesmo ou a sua própria fosse chegar, nem se alguém da escola acabasse vendo e contando a alguém. Apenas beijou. Como sempre quis beija-lo. E foi correspondido. O beijo começou lento, com as línguas tímidas se encontrando nas bocas e se conhecendo, para logo em seguida a língua habilidosa de Will guiar a inexperiênte língua de Nico em uma dança erótica e muito boa.

Will apertada o pequeno corpo contra o seu, abraçando a cintura dele e explorando cada cantinho daquela boca pequena. Nico no começo não sabia o que estava havendo, apenas se entregou, mas, quando as coisas começaram a esquentar ele abraçou o pescoço do loiro e correspondeu da melhor forma possível, enquanto puxava os fios loiros. Nenhum dos dois percebeu como ou quando entram na casa e deitaram no sofá. Apenas continuavam beijando. Só pararam de se pegar loucamente quando ouviram um grito alto e fino. Nico se separou assustado de Will. O rosto corado e meio suado, os lábios vermelhos e inchados dos vários beijos e a respiração descontrolada. Viu sua mãe parada na porta e arregalou os olhos. Olhou Will muito assustado.

-Fudeu- sussurrou- estamos fudidos- disse completamente em choque.

-Mas foi muito bom e eu quero repetir- Will sussurrou de volta.

Ambos caíram numa gargalhada. Um riso nervoso e desesperado. Afinal, estávamos fudidos mas muito felizes e iriam repetir. Muitas e muitas vezes ainda.

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