— Acredito eu que todos aqui já tenham o nome de seus destinados gravados no braço direito, certo?- a maioria da sala respondeu o professor com felicidade.Changbin pode ouvir cochichos de pessoas dizendo os nomes de seus amores e outras ainda encarando seus agora namorados... Aquilo não incomodava o garoto, apenas o deixava intrigado.
Todos já haviam encontrado sua cara metade, mas porque ele não?
Para quem não esta entendendo nada, existe uma história que cerca a cidade de Seo changbin, onde todos os destinados a amar, tinham o nome da pessoa prometida gravada em seu braço a partir do momento em que ouviam a sua voz.
— Binnie, você já tem algum nome gravado? - Jeongin, o melhor amigo do menino perguntou.
— Ainda não Innie, você tem? - o mais novo concordou — uyyy, quem é?
— Por incrível que pareça, é um garoto... se chama Hwang Hyunjin. O vi algumas vezes, mas o mais estranho, é que nunca ouvi a sua voz. Ele é mais velho, nunca falei com ele, mas nos encaramos algumas vezes nos corredores.
— Impossível Jeongin, isso só acontece quando você ouve a voz da pessoa. - Changbin estava ficando irritado, Jeongin as vezes queria brincar com o menino. — A regra é a mesma para todas.
— Acredite no que quiser, mas comigo foi assim...
Seo revirou os olhos e voltou a encarar o livro de literatura a sua frente. O professor dizia coisas fúteis, das quais o mesmo não deu muita atenção.
Algum tempo se passou e a aula acabou, Bin decidiu ir até alguma livraria, para com que assim pudesse pesquisar mais sobre essa história, não era possível.
Ele parou na bancada onde faria o cadastro, disse seu nome e mais algumas informações necessárias.
Mesmo sem acreditar, Jeongin poderia estar falando a verdade.
Emburrado, começou a vasculhar as prateleiras da grande livraria. Estava tão distraído que nem percebeu ao trombrar com uma garota.
— Eu sinto muito! Não te vi ai... está tudo bem? - a menina rapidamente levantou do chão, curvou-se de forma rápida e saiu correndo sem dizer uma palavra ou sequer olhar para o menino. Changbin achou aquilo muito estranho, mas acabou por não dar tanta importância.
Depois de vasculhar milhares de livros, o menino desistiu. Aquilo não valeria a pena. Talvez o amor não fosse para ele.
Assim que chegou em sua casa, a mãe do mesmo acabou por avisar que contratou uma babá para cuidar do irmão, já que ela e seu pai viajariam.
Changbin achou estranho, ele poderia muito bem cuidar do irmão, mas a mãe insistiu.
— A babá esta lá em cima. Ela é bem quieta então... não faça muitas perguntas. - sorriu — Eu amo você meu filho, voltamos daqui a uma semana.
Depois que os pais saíram de casa, o menino decidiu ver quem era aquela tal babá, e quando viu a menina com quem trombou mais cedo na biblioteca ele sentiu-se envergonhado, porém pode admirar com clareza cada detalhe da menina.
— Oi, é... eu sou o irmão do pequeno, meu nome é Seo Changbin... e você, quem é? - a garota apenas sorriu. Ela não respondia nada. — Está tudo bem?
— Ela se chama S/n, bobão. Deixe-a em paz. - quando o pequeno disse isso, Bin revirou os olhos e saiu do quarto.
Changbin não entendia, porque a menina não queria falar com ele? Pois o menino tentaria tirar uma palavra dela novamente.
— Olha, vamos passar mais uma semana juntos, então por favor, fale comigo! Eu fico muito desconfortável com o seu silêncio. - a menina suspirou, mordiscou o lábio inferior e saiu da cozinha onde eles estavam. — S/n! Espera! Aish...
Ele não sabia mais o que fazer, então apenas tentou acostumar-se com o silêncio dela.
No segundo dia, eles assistiram alguns filmes na sala. Ela dava pequenos sorrisos e fazia caretas ao decorrer do mesmo. Aquilo deixava o mais velho bobo. Ela era tão linda...
No terceiro dia, fizeram cookies. Cozinhar sempre unia as pessoas. E sim, s/n e Changbin estavam aprendendo a ser amigos mesmo em silêncio.
No quarto dia, a mesma passou o número de seu telefone para ele, assim, começaram a conversar por mensagens.
Apenas no último dia Changbin entendeu o que estava acontecendo.
Mesmo sem ter ouvido a voz da garota, o nome da mesma apareceu em seu pulso direito.
Ele rapidamente perguntou para a menina se o dele estava transcrito no dela e a mesma concordou.
— Porque não me disse isso antes? - encarou-a — Você é... - a menina por fim sorriu e pegou o celular enviando uma mensagem para ele.
"Eu pensei que você fosse um pouco mais ligeiro na hora de entender as coisas... eu não tenho fala. E geralmente escuto as coisas bem baixinhas, por esse motivo, me comunico pelo celular e por uma linguagem própria... aqui consigo me expressar melhor... seu nome apareceu em meu pulso na biblioteca, quando você estava fazendo o cadastro. Fiquei com vergonha a princípio e por isso não tentei fazer nada. Achei que não fosse querer ficar comigo por conta... você sabe. "
Changbin ficou boquiaberto.
Por esse motivo ele não tinha um nome em seu pulso, pois o amor da sua vida não falava.
Em um beijo, o garoto transmitiu todo o carinho que desenvolveu por ela nesses dias. Ele finalmente encontrou seu amor.
Aos poucos, Changbin entendeu, as vezes, não precisamos ouvir necessariamente com os ouvidos. Em algumas vezes, o som do coração fala mais alto, nos mostrando as verdadeiras palavras... já que ele e s/n estavam ligados por cada batida.