Raposa noturna pt 1
A noite estava agitada, bom, pelo menos para mim, que corria de forma rápida para longe dos policiais.
- Olha só, parece que temos alguém desesperado... - Uma garota parou em minha frente.
- O que você quer? - encarei a tal da "pantera noturna"
- Só quero fazer você perder tempo e... sei lá, quem sabe a polícia consegue te pegar. - seu sorriso era a única parte que a máscara não cobria. Eu poderia sentir que já o tinha visto em outro lugar.
- Você é uma idiota. Porque está fazendo isso? - perguntei.
- Parece que você esqueceu daquela vez né? Raposa noturna... Seu nome é bem criativo, soa-me como... Sei lá... plágio. - ela aproximou-se. - Você quer fugir, né?
- Até quero. Mas você não me deixa passar.
- Um... okay, não vou ser tão imbecil. Vou te ajudar. - Ela disse. - Apenas porque quero algo em troca.
- Não confio em você, eu sei me virar. - iria sair correndo, mas a mesma segurou o meu braço, golpeando-me.
- Eu também não confio em você. Mas para onde você iria? Os policiais já estão bem perto... consegue escuta-los correr? - sussurrou.
- Okay... o que vai querer em troca?
- Você saberá... em breve.
Pantera noturna então, agarrou o braço do mais velho e o levou para uma espécie de caçamba de lixo.
- Entra.
- Eu não vou entrar em um monte de lixo.
- Entre logo! Deixe de mimimi. - revirou os olhos.
De caçamba, só tinha o nome.
Quando finalmente entrei, pude ver uma grande passagem secreta, que dava diretamente em um grande quarto.
- Uau... Como descobriu isso?- perguntei
- Eu quem construí. - sorriu. - Imprecionado? Pois é, eu também ficaria.
- Você quem fez isso tudo?
- Sim. Digamos que meu pai me ajudou muito nessas coisas...
- Seu pai...?
- Gavião da morte.
- VOCÊ É FILHA DO GAVIÃO DA MORTE? - a mais nova tapou minha boca.
- Cale-se! Quer que te achem? - revirou os olhos.
- V-você é filha do gavião da morte? - agora ele sussurrou.
- Sou, mas isso não deve sair daqui.
- E porque confiou em mim, sabe que eu não gosto de você. - perambulei pelos cantos.
- Por isso mesmo, eu também não gosto de você. Então, caso você abra a boca, é um motivo a mais para acabar com você. - disse pegando uma garrafa de água. Aquela garrafinha rosa, térmica, não me era estranha...
- Você não teria coragem de me matar... sei que tem uma quedinha por mim. - sorri. Pantera noturna nunca me enganou.
- Experimente então. Antes eu te matar, do que um policial, né?. - ela acariciou meus cabelos.
- Aaaa que linda, ela me tem como prioridade! - tentei fazer graça.
- Sim, prioridade na minha lista de presas. - ela caminhou um pouco olhando para seus pés, e sentou-se em uma grande cadeira. - Mas enfim, não te trouxe aqui porque quero te ajudar. Mas sim, porque vou precisar de você.
- O que quer? Até agora estava me ameaçando de morte, e agora...?
- Raposa, eu preciso de sua ajuda. Acredito que ninguém esteja sabendo de nada, mas... meu pai sumiu tem duas semanas. Ninguém sabe onde ele está e... Como você tem muitos contatos, será útil para mim.
- E se eu não quiser te ajudar? - apoiei meus pulsos sobre os braços da cadeira, depois percebi que havia sido uma má ideia, já que em um simples aperto em um botão, fez-me ficar preso.
- Você está aqui, sabe demais e querendo ou não, está vulnerável. Eu posso fazer o que quiser com você. - ficou em pé e andou até mim.
- Vai me matar?
- Oque você nunca gostaria que acontecesse?
- Bom, acho que um beijo da minha maior inimiga, seria pior do que a morte. - Pantera riu sínica.
- Não caio nesses truques. E outra, eu também nunca te beijaria.
- Então estamos quites. - encarei a menina. - Eu te ajudo, mas você tem que prometer que não vai se apaixonar por mim. - eu disse.
- Eu não vou. Pode apostar. - a mesma me soltou. - Vá para casa, criança. Nos vemos amanhã no mesmo horário e aqui, entendido?
- Certo, chefia. - fiz sinal com a mão.
- se você não aparecer, vou te caçar até você desejar nunca ter nascido. - disse.
- Eu virei.
- Agora... - ela aproximou seu rosto do meu, cruzando nossas respirações. - Vaza.
...No dia seguinte, levantei cansado. Não deveria ter ido dormir tarde, mas o fiz, mesmo sabendo que hoje teria que agir em minha vida normal e também, ir a aula.
Sem muita enrolação, fiz meu ritual de sempre. Banho, roupa da escola, café da manhã, aula.
Tudo parecia calmo, ou meu raciocínio que ainda estava meio lerdo? Me perguntava agora com a cabeça recostada em meus braços sobre a mesa.
- Bom dia dorminhoco! - sorriu a S/n.
- Bom dia. - sorri - Dormiu bem?
- Fui dormir tarde ontem. Minha mãe precisou de mim para organizar algumas coisas. - ela disse colocando uma garrafinha rosa, térmica, em cima de sua mesa. - E você? Como dormiu?
- Bem... haha... dormi bem. - não era possível! Pantera noturna era... minha melhor amiga S/n!?