Ele com toda certeza só podia ser miragem de tão perfeito.
Nenhum ser humano seria capaz de carregar as constelações no rosto, e o brilho do sol nos olhos. Isso era fisicamente impossível, mas Felix, abominava exatas.
Dono de um sorriso avassalador. - me dominava por completo - Cheio de sentimentos e verdade. Felix inalava o céu, e exalava as estrelas.
Considero-me alguém um tanto quanto "sabida" mas nenhuma das milhões de palavras existentes, ou das quais eu tenho em meu vocabulário, seriam capazes de descrever o ser humano inefável que você é.
Perto de você, sinto-me curada, você é minha planta nepente. - nepente significa "remédio contra a tristeza" era mais utilizado pelos antigos - a minha noção. Mas também, toda a minha loucura. Você é a minha droga. Droga essa da qual eu estou viciada. Perto de você, tenho verdadeiros motivos para sorrir, são os efeitos colaterais da euforia de o ter.
Como eu gosto de falar sobre você, Lee Felix. Como eu gosto de respirar você, sentir você, beijar você...
Ah... mas aquele primeiro beijo.
Utópico sentimento de se estar amando novamente, de se entregar, de finalmente ser e se sentir amado.
Lembro-me detalhadamente da paisagem rosada que tinha aquele por do sol no campo das rosas, lembro-me do homem à cavalo que quase nos atropelou por estarmos no meio da rua, lembro-me de pensar... "então, é assim que apaixonados se sentem?" Lembro-me também do seu "eu te amo" após o fim do beijo.
Eu sei que você lembra também. Só não quer aceitar, por estar agora com uma outra pessoa. - o que me dói - Eu entendo completamente seus motivos, só não queria que me abandonasse tão depressa. Talvez você ainda me ame, só está procurando a hora certa para me falar isso novamente.
Desde nossa última noite juntos, abraçados no jardim de seu castelo, e encarando as estrelas, eu sinto que você não estava me deixando por que queria - eu sei que a realeza o obriga. "Case-se com a princesa do reino vizinho, deixe essa camponesa para trás" - e sim, desde aquela noite, eu me pego encarando as estrelas.
Talvez, se algum dia tivermos a oportunidade de reescreve-las, você seja meu.
Mas sabe, mesmo que tenha durado pouco, esse amor ainda continua sendo eterno em meu peito, Felix.
Me despeço aqui, dentre as inúmeras coisas que gostaria de dizer olhando em seus olhos e contando suas estrelas de seu rosto.
Espero que essa mensagem chegue bem até você.
Onde nos encontramos na outra vida? - E foi assim, que ela terminou sua carta de despedida a Lee Felix, antes de morrer.
Ela não se matou, e sim foi morta por alguns soldados ao saber da imposição do príncipe ao seu atual casamento. A princesa do reino vizinho, o traria glamour, dinheiro e muita luxúria. Mas para Felix, ele preferia ser um homem morto, a viver com uma pessoa que ele não amasse.
Por isso, duas noites após a descoberta do assassinado de sua amada, e ao ler a sua carta, ao pé de um precipício, ele se deixou cair no abismo escuro que estava embaixo de seus pés. Sem pensar duas vezes.
— Nos encontraremos em breve, meu amor... é e foi uma honra, ser amado por você. - (S/n) encarou a sala de aula após o fim de sua história.
A turma toda aplaudia em pé a grande história da amiga.
(S/n) era sentimental, e usava de sua sensibilidade para escrever grandes histórias.
Dentre todas as pessoas em pé, Lee Felix se destacava, não apenas por ser o mais importante para (s/n), mas por ele se encaixar completamente ao personagem de sua história.
Lee Felix era o motivo. O motivo de sorrir de (S/n).
Talvez, aquela sua história tenha sido mais que uma simples, mas na realidade uma declaração.
— Você arrasou! - Felix disse abraçando a amiga de lado assim que o sinal do final da aula tocou. — Que palavras lindas. Eu nem sabia que eles existiam.
— Eu também gostei muito delas. - sorriu.
— E também, gostei da homenagem. - agora, um dos dedos do menino tirava o cabelo de seus olhos.
— Que bom... mas...
— Mas oque?
— É... Como vou dizer isso? - parou em meio ao corredor e segurou a mão do amigo. — Não foi apenas uma homenagem, Lix... eu realmente me sinto daquela forma ao seu lado.
— (S/n)... você...
— É estranho demais eu estar gostando de você? - olhou timidamente para o loiro.
— Por que seria?
— Somos melhores amigos. E... será que não é muito... - antes mesmo de terminar de falar, Felix depositou um selinho desastrado nos lábios da amiga. O que pela primeira vez, tirou todas as palavras da garota.
O primeiro beijo deles não foi como ela imaginou, porém foi melhor do que o esperado. Já que foi com ele.
— Melhores amigos também podem ter sentimentos uns pelos outros, (s/n.) E se você me der uma oportunidade, vou provar que tudo oque você disse, é recíproco. - Felix pegou a mão da amiga e a levou para o pátio do colégio. - Não sou muito experiente com essas coisas de relacionamento, mas eu vou me esforçar para ser o melhor namorado do mundo!
— N-namorado?
— É... podemos nos encontrar hoje a noite em casa? - Talvez eles fossem olhar as estrelas, como na história de s/n. Ou, ela ouviria o "eu te amo" que sempre almejou.
— Você é um plot twist inacreditável, Felix.
— Por que?
— Em momentos como esses, nos filmes, ou nos livros, geralmente a mocinha tem seu coração partido.
— Isso baseando-se nas histórias dos outros. A partir de hoje, vamos escrever a nossa. - novamente, aproximou-se da mesma e a beijou.
Eles quase foram atropelados por um garoto andando de bicicleta, mas no final deu tudo certo.
O tão clamado "eu te amo" foi dito por Lee Felix. (S/n) Sentiu como se o universo falasse com ela.
E Lee Felix, não poderia estar mais feliz.
