PHotos 2: Olhos

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Os olhos. A parte do corpo mais difícil de se fotografar e também de se contemplar.

Talvez porque o olhar retratado não tenha sido muito direcionado a mim. Nem diretamente, nem através da lente da câmera.

Era difícil encarar a única parte que havia sido privada do meu contato. A imensidão por trás dos olhos que mais pareciam rios com correnteza forte, levando e trazendo novas histórias, novas felicidades e novas tristezas a cada minuto - parecia coisa demais para se lidar.

Senti medo. O medo constante que sentimos quando a vulnerabilidade nos rodeia. É imensamente difícil permitir-se ser vulnerável em um mundo que vulnerabilidade é reconhecida como fraqueza. Os olhos sempre estão voltados ao chão ou à telas de telefone que preenchem uma forma de conexão já dominada. Nada de novo, nada de assustador, nenhum golpe a caminho.

Se relacionar se tornara de repente estar a espera de um golpe. E isso nos consome internamente pouco a pouco. Nos paralisa, nos faz incapazes de nos jogarmos às possibilidades do novo.

Esses olhos mostraram possibilidades, polaridades, pluralidade.

Esses olhos têm brilho.

Esses olhos têm brilho

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Quando envolvidos na amargura, no desespero e na ansiedade pré atividade física, o brilho me remete a uma sensação gelada, fria

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Quando envolvidos na amargura, no desespero e na ansiedade pré atividade física, o brilho me remete a uma sensação gelada, fria. Me remete à força da Lua. Que em sua polaridade máxima ilumina tudo aquilo que toca, mas com um ar gélido da noite, da suspensão misteriosa que o escuro traz.

É uma sensação dúbia.

O brilho pós atividade física é um quase um raio solar. Uma sensação quente, de acolhimento e grandeza. Muito complementar ao brilho anterior, mas com tempo de duração. Chega a doer quando encarado por muito tempo, quase gerando uma queimadura na pele da alma.

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É uma sensação dúbia

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É uma sensação dúbia.

Soa estranho para mim pensar em tantas coisas ao mesmo tempo e relaciona-las tao bem entre si a ponto de abrir uma possibilidade de sentido. Meus pensamentos faziam tão pouco sentido. Eu mal conseguia externa-los de forma clara e coerente.

Talvez seja esse o poder da vulnerabilidade.

Devolver sentido às coisas.

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