Pausa: Impermanência dos Fatos

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Nada ligava as quatro personalidades em um grupo conciso, coeso, em que a convivência natural, tranquila e sincera fosse possível.

Havia apenas um aspecto que os colocavam em uníssono: o fato de nada parecer ser permanente em suas vidas. Isso os colocava em estado alterado de consciência constantemente e dificilmente alguém pode estabelecer relações saudáveis de benefício mútuo e longo prazo dentro dessas circunstâncias mentais.

Suas mentes eram as principais agentes da auto-sabotagem e auto-depreciação que os rondavam. E para ser sincero, em uma sociedade doente como a nossa, quem nunca passou por isso?

Louis e Harry nunca mais dirigiram a palavra um ao outro. Aquela noite no hospital foi "encoberta" e "esquecida". Era como se nunca tivesse acontecido. Mesmo morando um ao lado do outro, faziam de tudo para não se cruzarem no hall e qualquer barulho que fosse vindo do outro apartamento, não os tirava mais do próprio sossego.

Zayn e Liam nunca mais dirigiram a palavra um ao outro e nunca mais se tocaram. O incidente da madrugada e os acontecimentos no hospital os marcaram fortemente, mesmo que esse assunto nunca fosse trazido à tona em circunstância alguma. Suas rotinas tinhas horários muito diferentes para que se esbarrassem no hall.

A própria covardia de encarar grandes conflitos e a própria funcionalidade natural da vida provocou um afastamento geral dessas pessoas.

Ao chocarem-se com toda a velocidade e intensidade possível em uma só noite, o afastamento, recolhimento das peças espalhadas era algo inevitável. Tudo no universo funciona no fluxo de expansão e recolhimento, porque as relações humanas seriam diferentes?

O romântico perde o brilho na vida real bruta.

O afeto se da em parcelas dispersas e impermanentes.

Somos essencialmente impermanentes.

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