Capítulo 17- Pioneiros

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-Papai, tenho medo de ver o estado da minha alma

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-Papai, tenho medo de ver o estado da minha alma...

"Eu já vejo sua alma, mas não estou com medo"

***

Ohana não sabia o porquê de ter sido mandada para a coordenação.

-Então, menina Milk-shake- Eloíse disse, levando-a até a diretora- Desculpa pelo incidente com a chave, mas digamos que foi só uma brincadeira amigável e boas vindas.

Que maneira incrível de se recepcionar alguém.

-Mas... Mudando de assunto- ela disse- Acho que você está meio encrencada.

Eloíse parecia não se importar com coisa alguma, por isso Ohana pensou que seu "Desculpa" poderia ser sincero, já que sua nova colega não parecia querer pegar no pé de ninguém por muito tempo. Mesmo assim, ficaria de olho.

Quando chegou na sala da diretora, Eloíse apenas abriu a porta e cochichou para ela o ocorrido.

Antes de sair, apenas disse para Ohana:

-Eu gostei das suas botas- Disse e saiu. Por incrível que pareça, ela estava falando sério.

Ohana também gostou das botas vermelhas dela.

-Entre senhorita Mali- A diretora disse, sem olhar para a menina, enquanto lia alguns papéis.

Ohana ainda estava com a bíblia na mão, e a segurava com força.

Quando a diretora viu a bíblia, apenas largou os papéis e cruzou as mãos em cima da mesa. Sua seriedade era algo indecifrável.

Tão indecifrável quanto um bolo na geladeira por muito tempo.

-Senhorita Mali, creio que não tenha visto o panfleto educacional que veio junto com os seus livros, certo?

Ohana não iria mentir. Não costumava ler panfletos e nem manuais. Por isso, confirmou.

-Talvez, eu também tenha me esquecido de dizer que nossa escola também é conhecida por não se envolver em qualquer ato religioso, por isso, qualquer manifestação religiosa é proibida nos domínios da nossa escola- Ela diz- Não é permitido culto, canções que remetam a qualquer tipo de religião e também não aceitamos bíblias.

Ohana já era calada, mas se ousasse falar qualquer coisa, talvez nada conseguisse sair.

-Então, vou deixar passar desta vez- a diretora diz- Mas não quero mais que você desrespeite as regras. Não queremos passar uma imagem errada da nossa escola, então por favor, não me desobedeça.

Ela continua:

-Em casos assim, os alunos vão para a detenção. Porém, quando o caso se torna extremo, optamos pela transferência- Ela suspira e levanta- Não me leve a mal, querida. Pode orar na sua igreja e falar com o seu Deus, mas não nessa escola. Aqui não é hora e nem lugar para isso. Estamos entendidas?

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