Capítulo 05

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                    O VAZIO DO BAR

Desde o dia que vi Thomas assassinar um homem na minha frente refleti bastante o que ele não poderia fazer facilmente comigo ou com meu tio que só estava trabalhando... Mesmo que de maneira errada, era o trabalho dele pegar as armas de volta e prender baderneiros. Desde que o Freddie morreu o grupo comunista tem se desfeito, eles acabaram se perdendo, mas alguns ainda se reúnem nas quartas-feiras em bar pouco conhecido do outro lado da cidade. A diretora me convidou para uma conversa particular sobre minha conduta na escola.

___ Srta. Valente você tem se mostrado uma professora dedicada e a nota dos alunos tem melhorado, mas tem um problema com você. ___ explica a diretora.

___ E qual seria?

___ Você anda com um grupo de gangsters, não acha que isso interfere? Os alunos podem temer a você por medo da gangue e não pela sua autoridade como professora.

___ Eu não ando com gângsters, eu ando com o Artur e com o Thomas e não tenho andado com eles a semanas. Meu histórico acadêmico é impecável você não pode me punir pelas pessoas as quais tenho convívio.

___ Isso influência os meninos!

___ Isso não é verdade.

___ Eu vou lhe pedir para manter seus amigos longe das proximidades da escola, e por favor não venha acompanhada por eles até aqui. Obrigada, pode sair.

Que mulherzinha mais insolente, quem ela pensa que é? Vai querer controlar minha vida? Sou apenas uma professora como qualquer outra, minha vida particular não é de domínio da escola. Sai da sala tão enfurecida que me perguntei se ainda deveria continuar ali ou voltar para a casa de meus pais. Vou em direção ao bar, caminhando muito chateada pelas coisas que ouvi, preciso beber, ao chegar no bar jogo que existe algo diferente, a uma bagunça enorme o bar está em silêncio, vazio. Olho e vejo Thomas sentado em uma cadeira sozinho, bebendo e fumando um cigarro.

___ Thomas. ___ me aproximo.

___ Celine. ___ ele diz.

___ O que aconteceu?___ sento a sua frente.

___ Eu aconteci! Eu! Eu sou o dono dessa cidade, sou o dono da porra toda! Ninguém vai tirar essa cidade de mim!

___ Thomas, ninguém que tomar Birmingham de você.

___ É mesmo? E o que o seu tio quer aqui? Eu conquistei tudo! Tudo!

___ Thomas...

Meus olhos correm sobre aquela aparência cansada, parece exausto com o que vem passando, os cabelos molhados e o resto do corpo também, segurando aquele cigarro, ele acomoda-se na cadeira. Continuo o olhando sem expressão, estaria em um pequeno surto? Seria a adrenalina em suas veias. Depois de um curto período de tempo em silêncio, Arthur entra no bar e nos observa.

___ Tommy. ___ ele diz. ___ Celine.

___ Arthur. ___ cumprimento ele.

Arthur senta ao meu lado e discretamente segura minha mão me passando segurança, a gente não se fala a um tempo e isso danificou nossa amizade, mas ele segurou minha mão em respeito e perdão. Olhei para ele, em seguida para Thomas novamente, a cena do bar demorou alguns longos minutos, era tão silencioso e vazio.

___ Preciso ir. ___ levanto.

___ Celine. ___ Arthur segura minha mão. ___ Obrigado, até mais.

___ Até mais Arthur, Thomas.

O silêncio permanece ao lado de Thomas e logo vou embora, o bar estava todo quebrado como relatei, imagino que uma luta tenha ocorrido, notei poucos vestígios de sangue. Não voltei para escola e sim para casa, pensei que com certeza era a minha hora de volta, logo escrevi para minha mãe avisando que voltaria logo e que estava completamente desapontada com meu tio. Enquanto preparava o jantar ouço alguém bater na porta, logo recebo Ada em minha casa.

___ Ada? ___ me surpreendo.

___ Oi, posso entrar?

___ Sim. Por favor. ___ dou espaço para ela. ___ Senta, vou preparar algo para a gente, aceita um chocolate quente?

___ Sim. ___ ela senta em volta da mesa.

___ Eu sinto muito pelo Freddie.

___ A culpa também é minha, ___ ela segura o choro. ___ eu tentei tanto, tentei de tudo Briana, para que a gente saísse desse esgoto que vivíamos, para termos nosso filho longe daqui, e agora? Freddie está morto e eu estou sozinha aqui!

___ Ei, calma. ___ abraço ela. ___ Você não está sozinha...

___ Celine, as pessoas só me vêem como uma Shelby, eu não quero ser uma Shelby, tenho vergonha dos Shelby!

___ Você não pode mudar isso, é uma Shelby. Mas isso não te faz igual eles Ada.

___ Mesmo assim, as pessoas não me respeitam, eu uso o sobrenome do Freddie, não quero ser lembrada como uma Shelby, as pessoas só tem medo de mim por causa do Thomas.

___ O Thomas é um homem intimidador, ___ tomo o chocolate quente a ela. ___ ele é controlador, frio, calculista.

___ Como você consegui andar com ele? O meu irmão é de extrema direita Celine Você tem noção das coisas que o Thomas faz?

Me mantenho calada lembrando das noites que saímos e que ele assassinou homens, no baile de máscaras ele matou dois homens de gangues rivais, além do mais seus homens foram tomar pistas de corrida. Na segunda festa ele me levou quase como que uma prostituta e assassinou o homem na minha frente. O que estou fazendo aqui? Eu preciso voltar para casa, o que me prende a Thomas que eu não consigo dizer não para ele? Tenho a impressão que estou sendo manipulada pelo Tommy.

___ Eu vim te avisar que os comunistas não querem mais você nas reuniões. Eles sabem do seu envolvimento com meu irmão e decidiram que você não representa mais a causa.

___ O quê!? ___ salto de indignação. ___ Como não? Eu mantenho contato com os soviéticos, eu sou um membro importante! Eu apresentei o Freddie a pessoas que ele não conhecia do partido comunista.

___ Mas você anda com os peaky blinders, você anda com o Thomas o que faz de você uma direitista. Sinto muito Celine, mas você não nos representa.
Suspiro com tristeza, como pode? Fui excluída de um pequeno grupo de comunistas, eu tenho contato com soviéticos, eu sou uma peça importante não sou qualquer pessoa. E mais uma vez essas pessoas me provam que julgam você pelas suas companhias! Mas uma vez estou sendo julgada por manter uma relação com Thomas Shelby.

Ele dança sobre mim | Thomas Shelby Onde histórias criam vida. Descubra agora