Capítulo 34

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DECISÕES DIFÍCEIS

O clima estava cada vez pior, não via a hora de Jordan se mandar, mas ele era persistente, continuava ali, mesmo depois de Thomas ter colocado a arma na cabeça dele. Arthur desejava beber o sangue de Jordan e Tommy só queria comer sua carne. Enquanto eu passava os dias em casa torcendo para ninguém morrer e cuidando do meu pequeno, era bem cedo quando Sofie me entregou uma carta, veio do Reino Unido, o que era estranho considerando que não conhecia ninguém por lá. Não tinha remetente. Era uma foto, de uma praia na Georgia.

___ Que merda. ___ guardei a carta.

___ Bom dia, ___ disse Thomas entrando no quarto. ___ seu primo vai tomar café conosco?

___ Ouça Tommy, se você quiser eu o mando embora, sem problemas, eu até quero mesmo que ele vá embora.

___ Se ele sair daqui com vida, ___ arruma sua gravata. ___ não quero que mande ele embora, deixe que vá sozinho.

Devo relembrar que Polly foi quem matou o pai de Jordan, mas ele não sabe disso, porém, ele sabe que seu pai morreu aqui isso me leva a crer que seu maior intuito aqui é descobrir quem assassinou seu pai e vingar. Ele está sempre pelos cantos tentando descobrir algo, ouvir coisas, parece um rato de esgoto.

___ Quanto tempo ainda pretende ficar em Birmingham? ___ questionei Jordan.

___ Um pouco mais.

___ Tudo bem.

___ Celine, ___ ele segura meu braço. ___ você mantém contato com a Polly?

___ Conhece ela?

___ Me falaram dela.

___ É, ela é a tia do Tommy, nos vemos as vezes. ___ encarei sua mão em meu braço. ___ O que te falaram dela?

___ Que é uma mulher madura, sabia, que Thomas deve muito a ela.

___ Qual é o seu interesse nisso tudo?

___ Fiquei curiosa para conhecer essa tal de Polly.

Fiquei encarando sua mão em meu braço, ele segurava-me firmemente, quando se deu conta do que estava fazendo me soltou. Não lhe dei ouvidos e sai da sala indo em direção a saída. Se Jordan começar a caçar Polly, ele vai tornar nisso o jogo mais interessante de sua vida, ele vai mata-la friamente e com certeza com lentidão. Ele se retirou da casa, indo em direção ao carro, pegando o mesmo e dirigindo para a cidade. Aproveitei o tempo que ele estava fora e vasculhei seu quarto, encontrei seus cadernos em baixo do colchão, ele escondia um segredo de fato.

___ O que você tá fazendo? ___ ele disse entrando no quarto, me flagrando com seus cadernos.

___ O que é isso aqui? ___ empurrei um dos cadernos contra seu peito.

___ Você é uma desgraçada! ___ ele põem suas mãos em meu pescoço. ___ Traiu a própria família pra ficar do lado das pessoas que mataram seu tio, você é mais suja do que estes ciganos de merda.

___ Que família? Seu pai era um filho da puta! ___ cravei minhas unhas em sua nuca. ___ Acho melhor você me soltar.

___ Vou matar você e aquele vadia da Polly, ___ aperta meu pescoço.

Jordan tinha sangue nos olhos, ele estava mesmo disposto a me matar, apertou meu pescoço com mais força, encontrei dificuldade para respirar. Levei meu joelho a altura de seu saco, batendo meu joelho no saco do mesmo. Mas não foi suficiente, consegui soltar meu pescoço, porém, Jordan me agarrou pela nuca e me jogou no chão, ele tinha muita força.

___ Sua vagabunda! ___ subiu em cima de mim.

___ O Tommy vai te matar. ___ tentei me soltar.

___ Vou mata-lo antes disso.

Tentei encontrar algum pelo chão para esfregar em sua cara, queria conseguir me retirar de baixo dele, então fiz muito esforço e consegui. No momento em que consegui me soltar, ele agarrou-me pelo pé, mas consegui alcançar uma mesinha próximo da cama, tinha uma tesoura sobre a mesma, peguei a terousa de ponta e cravei em seu pescoço. O sangue começou a escorrer sobre o quarto, Jordan se batendo, sem ar, com seu sangue pulsando para fora de seu corpo. Fiquei sentada ao seu lado, foi assustador ver aquilo, estava com medo de mim mesma. Os olhos acessos de Jordan ainda me olhavam, ele queria pedir socorro, lembrei-me de quando criança, quando brincávamos juntos, de quanto tomávamos sorvete e quanto nos dávamos bem e agora ele morreu, eu o matei.

___ Celine, ___ ouço Arthur entrando no quarto. ___ Celine... ___ ele diz quase como um sussurro.

___ Onde ela... ___ Thomas para na porta.

___ Eu matei ele. ___ disse entre lágrimas.

___ Meu amor. ___ Tommy se ajoelhou ao meu lado e me abraçou. ___ tá tudo bem.

___ Eu matei ele. ___ repeti.

___ Tommy, vou chamar o Charles para me ajudar a tirar o corpo.

___ Tudo bem Artur. ___ continua me abraçando. ___ O que aconteceu?

___ Ele queria te machucar, machucar a Polly, eu tive medo, peguei seus diários e anotações, ele disse que nosso filho era nojento... Porque era filho de cigano. ___ ainda chorava.

___ Tá tudo bem. ___ ele segura meu rosto e me encara. ___ Ele ia machucar nossa família, você fez pela família.

___ Ele também era família.

___ Não, ele não era.

Thomas continuou me confortando em seus braços, me dando todo apoio, apesar de está entre lágrimas eu sabia que fiz o correto, ele era uma ameaça e tinha desprezo por Thomas. Mesmo assim, Tommy organizou um funeral, não jogou seu corpo em qualquer lugar, seus companheiros vinheram para o enterro do mesmo, alemães, todos vestidos com seus uniformes oficial do exército alemão.

___ Tudo bem? ___ questionou Tommy.

___ Sim. ___ abracei-o.

___ Só mais um pouco e logo iremos para casa.

Ele dança sobre mim | Thomas Shelby Onde histórias criam vida. Descubra agora