Capítulo 37

262 13 0
                                    

O OPIN

As coisas estavam ruins, do tipo muito ruis, pior do que no período da luta contra a máfia italiana. O facismo cada vez mais se alastrava, a bolsa de valores acabou de quebrar e o Thomas perdeu muita grana. Quando Michael foi para Nova York, ele ficou responsável por cuidar dos investimentos na bolsa, entretando, Thomas havia dito que a bolsa iria quebrar e que ele precisava fazer a retirada do dinheiro, mas Michael não fez o que Thomas disse e acabou perdendo nosso dinheiro. Alfie continua em Birmingham, em algum esgoto, eu não o vejo mais, ele saiu no meio da madrugada naquela mesma noite que chegou e sumiu. Enquanto isso, continuava cuidando da fundação.

___ Onde ela está? ___ ouço a voz de Thomas vindo do corredor da fundação, ao lado de minha sala.

___ Thomas. ___ fui até a porta e abri para ele.

___ Celine, ___ ele me abraça. ___ preciso conversar com você.

Fechei a porta. Thomas se dirigiu para minha cadeira, sentou, acendeu um cigarro e ficou em silêncio por um tempo. Sentei a sua frente sem entender muito o que estava acontecendo, mas poderia sentir que era algo de ruim. Então ele apagou seu cigarro em meu cinzeiro e me olhou.

___ Thomas, ___ suspirei. ___ me fala de uma vez.

___ Recebi uma proposta, envolvendo muito dinheiro, ___ ele inclina-se. ___ Os chineses estão negociando comigo para transportar o opin de maneira ilegal.

___ Não trabalhamos com os chineses. ___ corri a mão pela testa.

___ Querida, é um bom negócio, vamos transportar pelo rio, do antigo armazém.. ___ ele põem espaçamento. ___ e por aqui, aproveitaremos esse ponto do rio onde ninguém costumar ir nos fundos do quintal da fundação.

___ Aqui? ___ quase gritei. ___ Não acha arriscado?

___ Aberama vai montar bem na beira do rio um pequeno armazém, ele vai trazer os barcos até o fim da tarde.

___ Achei que tinha vindo pedir minha opinião, mas veio que do veio me avisar.

___ Não. ___ ele levanta. ___ Eu vim pedi a sua permissão, essa fundação é sua, mas queria que você entendesse que é um bom negócio, estamos sem dinheiro e isso vai nos cobrir um bom prejuízo.

___ Tudo bem. ___ respirei fundo. ___ Vai deixar tudo isso nas mãos de quem?

___ Michael. ___ desvia o olhar. ___ Está voltando para casa.

Encarei minhas mãos, desviando meus olhos dos dele, senti-me preocupada com a ideia do transporte de opin e do armazenamento dele aqui. Thomas levantou, caminho até mim, abraçou-me e beijou-me a cabeça, me enchendo de conforto. Não me sentia nada segura, primeiro por ter Thomas trabalhando com os chineses, mas principalmente por não saber o paradeiro de Alfie. No fim do dia fiquei esperando por Aberama e seus homens nos fundos da fundação, falei para as meninas não pertubarem eles, pois, estavam a trabalho aqui.

___ Não gosta da ideia não é? ___ dispara.

___ O Tommy sabe o que faz.

___ Nos não trabalhamos com os chineses, ___ ele resmunga. ___ nunca mesmo.

___ São tempos difíceis.

Os homens de Aberama carregavam as enormes caixas com muito opin, esse opin ia todo de volta para a China, mesmo sabendo proibido. Os dias foram passando e todos os dias eles estavam aqui, nos fundos da fundação, fazendo seu trabalho, opin saindo e entrando. No fim de uma tarde entre no bar para encontra com Arthur, ele continua mal, acabou de ter notícias de Linda e está se preparando para viajar em busca de trazê-la de volta.

___ Arthur, ___ tomei ar. ___ preciso que você procure por Alfie.

___ O Tommy já me mandou fazer isso, eu fiz, ___ ele bebi. ___ não consigo achar aquele rato maldito, não está em nenhum lugar de Birmingham, acho que foi embora.

___ Impossível. ___ bati minha mão contra a mesa. ___ Ele está aqui, ele não pode ter ido embora, ninguém o viu pela manhã no metrô!

___ Eu estou falando para você, ele sumiu, evaporou! ___ bebi mais um pouco.

Acho que a ideia de Alfie por aí me assustava tanto quanto o opin, andava em passos apressados, sempre olhando a minha volta se ninguém estava me observando. Ainda lembro-me do sangue de Jordan em minhas mãos, da tesoura em meu pescoço, acordo no meio da noite sonhando que os alemães me encontram e me matam, por vinhaça a ele. Estou ficando paranóica, completamente maluca.

___ Esse vestido fica bom em você. ___ ouço a voz de Alfie no escuro do beco ao lado do bar.

___ Alfie. ___ encarei-o. ___ Onde você está se escondendo seu rato maldito?

___ Não estou escondido. ___ aproxima-se de mim.

___ Você é mesmo um desgraçado, ___ voltei a caminhar para fora do beco escuro. ___ maldito judeu.

___ Soube que perderam tudo na quebra da bolsa de valores, ___ ele grita. ___ foi por isso que começaram a transportar opin?

___ Escuta aqui! ___ voltei até ele. ___ Você não vai abrir essa boca ou eu sujo que te mato.

___ Você não é capaz! ___ fixa os olhos nos meus.

___ Eu não pagaria paga ver!

Voltei a caminhar em direção a saída, caminhando e caminhando depressa, entrei no carro e voltei para casa. Encontrei com Dom brincando no jardim, ele correu até mim e me abraçou, era tão fofo ouvi-lo dizer: mamãe. Me roubava os sorrisos mais inocentes.

___ Eu senti sua falta, ___ Tommy beija-me. ___ que bom que está em casa.

___ Eu também. ___ sorri e devolvi o beijo.

___ Tudo bem no transporte de opin?

___ Tudo, ___ ele acende um cigarro. ___ as pessoas tem perguntado?

___ Não. ___ peguei seu cigarro e fumei.

___ Vamos dá uma festa. ___ Tommy dispara.

___ Qual motivo da festa? ___ sento a mesa.

___ Será um leilão. ___ ele sorri. ___ Iremos leiloar alguns de nossos cavalos.

___ Acha que devemos mesmo fazer isso? Derrepente podemos esperar, as coisas vão melhorar, não precisaremos leiloar os cavalos.

___ Não se preocupe querida. ___ ele vem até mim. ___ Preciso que você organize tudo, divulgue a festa e organize tudo nos mínimos detalhes, faremos tudo com cuidado.

___ Alguém vai morrer?

___ Não.

Ele dança sobre mim | Thomas Shelby Onde histórias criam vida. Descubra agora