•Isso me fez bem pra caralho.•

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MAVI

   Lennon tava me encarando sem reação, mesmo que nada do que eu disse seja novidade.

— Acho que você tá indo bem. — Ele murmurou abaixando a cabeça.

  Continuamos a caminhar na beira do mar.

— A Dani pediu pra eu tentar te perdoar. — Ele disse aleatoriamente e eu encarei ele curiosa.

— Quando ela falou isso? — Perguntei e ele deu de ombros.

— Dias atrás quando a gente terminou. — Ele disse simples.

  E pra variar, voltamos ao silêncio. Mas eu tava com a pergunta entalada na garganta.

— Você acha que consegue?

  Pronto, senti um alívio, mas depois veio aquela aflição de esperar a resposta.

  Lennon me encarou com uma expressão indescritível, isso fez um arrepio subir a minha nuca.

— Se você consegue melhorar o jeito, com certeza eu consigo te perdoar. — Ele sorriu pra mim.

  E eu voltei já alguns anos atrás. O sorriso dele era a coisa mais linda que já tinha visto. É sincero e parece a felicidade de criança. E aquela sensaçãozinha de querer sorrir junto tava voltando. Isso é fodidamente estranho!

— Podemos tentar isso juntos. — Estendi o dedo mindinho pra ele.

  Lennon juntou os dois fazendo um acordo comigo.

— Acho que quem precisa mais desse perdão sou mais eu que você. — Ele confessou.

  Duvido bastante. Mas queria ver o porquê.

— Porque acha? — Perguntei curiosa e ele deu de ombros.

  Típico dele quando precisa pensar em algo rápido.

— Você me incomoda. — Ele disse sincero. — Desde o dia em que a gente se reencontrou, alguma coisa me incomoda desde aquele dia lá. E eu sei que eu realmente preciso te perdoar pra viver em paz.

  Uma das coisas que eu sempre admirei nele foi a empatia e a sinceridade. Sério, queria que grande parte de população com rola e testosterona tivesse o mínimo disso.

— Eu sei disso, não é legal pra mim também. Desde aquele dia eu me sinto culpada. — Admiti.

  Lennon concordou e respirou fundo.

— Mas vamos mudar de assunto. Como o Vitor tá? — Ele perguntou curioso e eu sorri.

— Ele tá bem. Essa sexta é aniversário dele e a gente ia cortar um bolinho, queria que você fosse. — Comentei e ele assentiu.

— Pô, tô lá já. Vitor sempre foi parceiro, não posso faltar nisso. — Ele falou animado.

— Meu pai te venera, e até hoje eu não sei o motivo. — Falei rindo.

  Isso é um absurdo, meu pai preferir o ex genro do que a própria filha.

— Jura que você não sabe? — Ele cruzou os braços me encarando todo irônico.

— Não né.

— Seu pai no começo me tratava com educação e pá, mas depois que ele viu que eu cuidava de você e tal começou me dar mais valor, mas depois que eu pesquei lá com ele. Ce tá maluco, conquistei o coração do Vitor. — Lennon se gabou. — Como se fosse difícil gostar do pai também né!?

  Gargalhei alto. Meu sonho é ter essa auto estima meu pai!

— Por um ano eu te detestei. — Dei de ombros.

  Lembrei ele da época da faculdade.

— Você IMPLICAVA comigo, mas não tem como me odiar por tanto tempo. — Mais uma vez ele disse se achando.

— Lennon, primeiro que, você jogou o skate na minha cabeça. Segundo que, riu da minha cara e não me ajudou levantar. E terceiro, eu só não te odiei por tanto tempo por você ser insistente demais e era até que bonitinho. — Dei de ombros.

  Segurei o máximo a minha risada, mas quando eu olhei pra cara dele não aguentei.

— Ah eu ERA bonitinho? — Ele perguntou e eu assenti.

— Tá comum agora, vou na esquina arrumo quatro Lseven. — Brinquei e ele gargalhou falsamente.

  Bicho debochado.

— Olha pra mim minha querida. — Ele deu uma rodadinha. — vê o estilo do pai e vê se tem igual. Não vai ter não.

  Gargalhei também debochada.

— Só aqui na praia eu já vi cinco com trajes parecidos tá? — Menti e ele semicerrou os olhos.

  Odeio quando ele faz isso, fica fofo e eu não consigo mentir.

— Roupa qualquer um compra, agora quero ver ter essa carcaça aqui. — Ele passou a não pelo abdômen.

— Lennon se eu for num hospital vão ter muitos homens desnutridos também. — Zoei ele na moda antiga.

  Essa foi a base do nosso relacionamento, trinta por cento do tempo a gente tava se zoando.

— Ah Vitória, você me pegou por três anos, sabe como a pegada funciona.

  Gargalhei sentindo minha cara queimar. Ele não falou isso, meu pai.

— Sim, você acha que eu comprei aquele vibrador porque?

  Era óbvio que era brincadeira, eu só tinha comprado pra matar minha vontade quando ele tava longe. Estar num relacionamento com o Lennon é o mesmo que um drogado namorar um traficante, só que invés de droga é sexo.
 
— Não vem de 7 pro meu lado dona Maria Vitória, eu lembro bem dele e o motivo.

  Gargalhei alto.

  Era muito bom ter ele assim. E por mais que a gente já tava se entendendo mais, agora eu sinto como se o tempo não tivesse passado. Isso me fez bem pra caralho.

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Bom dia? O mundo tá acabando em chuva aqui na minha cidade e eu não consigo dormir por causa do trovão. Aí eu vim atualizar né

nada é pra sempre | L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora