LENNON
Hoje seria a nossa primeira ultrassom juntos e eu tava nervoso. Meu maior medo era não estar tudo bem com ela ou com o neném.
— Lennon, você vai ficar sem dedo! — Mavi me repreendeu segurando minha mão.
— Vitória eu tô morrendo de ansiedade. — Admiti sem tirar os olhos na recepção do hospital.
— Vai tá tudo bem homi, para disso! — Ela me abraçou de lado.
Eu amo essa criança por ela apenas já existir, mas tenho que reconhecer que eu também por tá fazendo o milagre de transformar a Maria Vitória em alguém meiga. Em semanas ela me faz carinhos do nada, antes de saber que eram os hormônios da gravidez eu tava assustado.
— Maria Vitória Galvani?
A Doutora disse e eu levantei primeiro que a Mavi. Esperei ela ficar de pé pra poder ir até a médica.
— Boa tarde Mônica! — Mavi cumprimentou ela.
— Boa tarde, tudo bom? — Foi minha vez de cumprimentar.
Ela respondeu nós dois com um aceno de cabeça.
Entramos dentro do consultório e eu senti minha barriga congelar de emoção. Puta que pariu, que nervoso!
— Você deve ser o Lennon, né? — A doutora perguntou sentando na cadeira na nossa frente.
Assenti enquanto sentava na cadeira do lado da Mavi.
— Eu mesmo! — Respondi sorridente.
— Que legal. A Maria Vitória disse que você está bem empolgado com a gestação. — Ela falou simpática e eu assenti segurando a mão da marrenta do meu lado.
— Eu acho que eu nunca estive tão empolgado na minha vida, sabe? — Disse sincero.
A doutora assentiu.
— Mônica, ele se inscreveu num negócio da internet pra pais de primeira viagem. Até encomendou alguns protetores pra porta. E eu estou grávida de dois meses. — Vitória contou rindo. — Então ele tá empolgado pra caralho, sem exageros.
Dei risada alisando a mão dela.
— É ótimo saber que a criança já é bem amada. — A doutora sorriu doce. — Vamos ao questionário?
Assentimos.
— Mavi tem sentindo sintomas? Enjoos, tontura... Nariz sangrando ainda? — Ela perguntou e eu fiquei meio confuso.
Nariz sangrando? Que que tem haver?
— Nariz sangrando? — Perguntei.
— Lennon. Essa mulher tem a gravidez rara. Normalmente as mulheres sentem enjoos, vomitam e coisas clichês... Maria Vitória teve sangramento nasal que, é raro, mas também é um sintomas de gravidez. — A doutora me explicou e eu assenti tentando assimilar direito. — Pra você ter ideia, se ela fizer um teste de farmácia daria negativo. A gravidez dela é um pouco diferente das outras, entende?
Trinquei o maxilar. Como assim diferente?
— Calma gatinho, a Márcia teve a gravidez igualzinha a minha. Olha aqui eu inteira. — Ela tentou me tranquilizar e eu relaxei um pouco, mas ainda tava inseguro.
— Tá né!? — Disse tentando não mostrar que eu ainda tava com medo.
A Mônica começou fazer outras perguntas e a Mavi respondia com a maior tranquilidade. Ela disse até que está menstruando normalmente e caralho, isso tá longe de ser normal pra mim. Papo reto!
...
— O gel é geladinho tá? — Mônica disse passando uma gosma na barriga da Vitória.
Mavi só assentiu enquanto ela espalhava pela barriguinha chapada dela.
E eu começo a achar que ela é uma favorita de Deus. A mulher é sedentária pra um caralho, só come porcaria e nem grávida a barriga cresce. Quando eu janto a minha barriga fica maior que a dela até.
— Prontos papais? — Ela perguntou ligando a maquininha.
Segurei forte a mão da Mavi que me encarou com um sorriso de lado.
Assentimos e ela começou passar aquela máquina que me lembrava muito uma registradora de mercado.
Em poucos segundos eu escutei batidas de coração rápido e arregalei o olho assustado.
— Isso é normal? — Perguntei espantado.
A doutora riu.
— Toda batida de coração de bebê é assim, pode ficar tranquilo. — Ela me relaxou.
Comecei deixar o nervosismo de lado e comecei a perceber o quão bonito era aquele som. Senti meu coração apertar de amor e com isso vieram as lágrimas.
Olhei pros rosto da Mavi que também tava chorando.
Juntei nossas testas e sorri me sentindo o homem mais feliz do mundo. Mas que caralho de sentimento bom!
— Mavi você está de 9 semanas e seis dias. O neném tem 2,5 a 3 centímetros, sendo equivalente ao tamanho de uma azeitona. — Ela disse olhando pra tela.
Tinha um borrão que eu não entendi nada, mas era lindo mesmo assim.
— É a coisa mais linda que a gente já fez. — Comentei pra Mavi que riu me dando um selinho.
— Você é fofo, mas nosso bebê ainda parece um alienígena do tamanho de um caroço. — Ela disse rindo enquanto limpava as lágrimas.
A doutora riu concordando.
— Quero que ela tenha seus olhos. — Falei beijando a bochecha dela.
— Quero que ele tenha seu sorriso. — Ela rebateu.
— Tô vendo que está bem acirrada as apostas pra saber o sexo do bebê. — A doutora disse brincando.
— A partir de qual semana da pra saber? — Perguntei curioso.
— A gente já podia fazer através da sexagem fetal. Mas se formos fazer por ultrassom normalmente entre a 16ª e a 20ª semana de gravidez. — Ela começou limpar a barriga da Mavi com um tipo de papel toalha.
Olhei esperançoso pra Mavi.
— Eu queria fazer por ultrassom. — Ela disse acabando com as minhas expectativas.
Logo ela, a rainha da curiosidade não quer descobrir logo se é Luiza ou Levi. Inacreditável.
— Sério Mavi? — Perguntei frustrado.
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2/5
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nada é pra sempre | L7NNON
Fanfictionnada é pra sempre. Nem mesmo a gente, Maria Vitória. . . início: 25 de fevereiro [2021] às 01:12 fim: 31 de março [2021] às 15:20