•Foi só um beijo.•

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MAVI

6 horas depois.

— Eu não posso mais fazer isso. Não da.

Suspirei fundo enquanto guardava algumas coisas na minha mala.

— MARIA VITÓRIA VOCÊ ESTÁ BÊBADA, DESEQUILIBRADA! PARA DE GRAÇA! — Carol gritou comigo.

— Ele não merece tudo isso. Eu preciso sair daqui. — Tentei voltar a guardar as coisas na mala, mas ela me empurrou na cama.

— Você não pode ir embora da sua casa maluca. — Ela tentou me fazer encarar, mas eu relutei.

Eu tava com a pior sensação dentro de mim. Acabei deixando minha fragilidade transparecer. Não escondi mais as minhas lágrimas encubadas, deixei elas molharem meu rosto.

— Não chora, por favor! — Carol me abraçou de lado.

Ela também estava bêbada, mas não tanto quanto eu.

— Tá doendo, Carol!

6 horas atrás.

Depois de quatro shots de tequila eu já tava sentindo que bateria a nave em breve.

Comecei dançar uma música na pista de dança, até do nada começar a nossa música. Nos beijamos pela primeira vez ouvindo e eu lembro que pela primeira vez um beijo mexeu comigo. Eu me senti nostálgica, com o coração quentinho e cheia de lembranças boas.

  Olhei em volta do espaço procurando por ele e vi que já tava me encarando. Ele também tava sentindo!

  A bebida falou mais alto e fui puxar ele pra junto de mim.

— Tá doida? — Ele perguntou curioso.

  Não disse nada, só abracei o corpo dele e começamos dançar no ritmo da música.

— Eu tô bêbada, mas eu sei o que eu tô fazendo! — Menti.

Eu não tinha ideia do que eu tava fazendo.

— Mavi, tá todo mundo olhando pra gente. — Ele falou baixo no meu ouvido.

Sorri sem dar a mínima.

— Vamos arrasar então! — Brinquei me afastando um pouco pra encarar ele.

Acabou que nossos rostos ficaram próximos o suficiente pra eu sentir a respiração dele. E foi naquele momento que eu senti o coração errar e as borboletas atacarem meu estômago.
Eu queria beijar ele e, ele encarou meus olhos com tanto sentimento que eu pude jurar que ele também queria.

— Eu gosto de você! — Me acovardei voltando esconder meu rosto no peito dele.

— Eu sei que gosta, eu escuto isso há anos. — Ele disse com humor.

Eu sabia bem do que ele tava falando.

— Você sabe o que significa pra mim. — Encostei meu queixo no ombro dele enquanto deixava ele levar meu corpo no ritmo da música.

— Não, eu não sei. A única coisa que eu sei nisso tudo é que você tem dificuldade pra dizer que ama.

Me afastei pra encarar ele. Queria poder olhar pro seu rosto.

— Já expliquei que dizer que ama não significa nada. É nos detalhes que você mostra o afeto, nas atitudes. Acho ilusório dizer que ama. — Reforcei a minha tese.

— Você tem medo de dizer que ama, porquê tem medo de não amar mais no dia seguinte. Mas eu não tenho medo nenhum, Vitória. Sempre disse e sigo dizendo que eu te amo!

Senti o meu corpo travar. Tudo em mim ficou lento, principalmente as batidas do meu coração.

Eu estava maluca quando deixei esse homem ir embora da minha vida. Completamente maluca por não dar o valor merecido.

— Vitória...

Ele tentou dizer, mas eu não deixei.

Selei nossas bocas dando ouvidos a vontade gritante dentro de mim. E pelo que eu esperava, ele não me afastou ou cortou o beijo.
Lennon me puxou bem mais pros braços dele me dando liberdade pra continuar e, eu não pensei duas vezes em prosseguir.

Lennon ainda tinha o mesmo gosto. Tudo ainda tinha a mesma sensação o mesmo afeto. Nada tinha mudado!

Parecia que estávamos tendo uma real troca, até ele me afastar um pouco brusco. Encarei ele sem entender nada.

— Você tá bêbada! — Ele falou fechando os olhos, evitando de me olhar.

— Você disse que me ama. — Tentei me aproximar, mas ele segurou meu ombro impedindo deu me aproximar.

— Eu realmente te amo, mas eu não posso ficar com alguém que me machuca tanto. Não era pra isso acontecer... Não era pra gente acontecer! — Ele disse tão frio, que não parecia nem de longe o cara que estava me beijando segundos antes.

— Foi só um beijo. — Disse sentindo os olhares todos na gente.

— Vamos fingir que nada aconteceu. Não valeu nada ok? — Ele disse.

Por mais que seja besteira e por estar intensa por conta da bebida, isso me quebrou. E ele não foi o culpado. Ele tinha toda a razão.

— Eu sinto muito. — Foi a única coisa que eu consegui dizer, até virar as costas e sair rápido dali.

Eu realmente precisava fazer o clássico clichê. Depois de um pé na bunda me entupir de bebida e não lembrar de absolutamente nada amanhã, nem mesmo essa sensação estranha no peito!

10 horas depois.

— Tá melhor? — Carol perguntou preocupada.

— Ainda quero ir embora! — Reforcei colocando o edredom por cima da cabeça.

— Pena que você é uma adulta e precisa lidar com as consequências do que faz, né? — Carol usou a ironia lindamente.

— Eu posso pelo o menos fugir um pouquinho aqui embaixo? — Perguntei embaixo do edredom.

— Tá bom, eu vou tá lá embaixo. — Ela disse antes de sair do quarto.

Eu queria gritar pra aliviar daquela sensação. Mas optei por chorar baixinho.

A Maria Vitória em seu estado normal sentiria vergonha dessa aqui, jogada numa cama chorando por homem.

Eu já fiz pior com ele, e parece que estou pagando tudo o que eu causei em frações. E apesar de estar doendo tenho a sensatez de saber que eu não sou a coitada da situação, mas eu só queria poder esquecer de tudo no dia seguinte depois do porre. Sempre acontece, uma merda não funcionar dessa vez!

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Tô melhor gente. Obrigada pelas mensagens lindas❤️

nada é pra sempre | L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora