LENNON
— Seríssimo. Quero adrenalina. — Ela disse levantando na maca.
— Ah qual é? Você já não quer fazer chá revelação... Poxa vamos saber logo? — Tentei convencer ela.
Vitória gargalhou calçando o tênis de volta.
— Cara, eu não quero saber agora. — Ela disse me deixando um pouco emburrado.
— Tá, então a gente pode fazer o chá revelação? — Perguntei colocando a mão pra dentro do bolso da blusa. O ar condicionado tava fortão.
— Não. Chá revelação é a coisa mais comum hoje em dia, não quero ter uma gravidez comum. — Ela negou.
— Pior que não tem nem como ser como as outras né? — A doutora se meteu me fazendo concordar.
— Toda anormal essa garota. — Falei rindo e Vitória fechou a cara.
Merda.
— Enfim doutora, quero por ultrassom. — Ela disse sentando na cadeira.
Fiquei em pé um pouco irritado.
Maria Vitória tá agindo como se o filho fosse só dela, não me deixa decidir absolutamente nada. Que raiva!
— Ok. Na próxima consulta a gente pode agendar o parto também. — Ela disse me deixando confuso.
Agendar?
— Como assim agendar doutora? — Perguntei e ela riu fraco.
— Lennon, podemos planejar o dia do nascimento. — Ela disse e eu encarei a Vitória.
— Vai querer fazer cesariana? — Perguntei surpreso.
Ela morre de agonia de cesariana!
— Não Lennon, mas tem como induzir o parto normal. — Vitória disse com a cara de cu dela.
Preferi ficar quieto e deixar ela decidir tudo. Já que ela sabe sempre o que tá fazendo. A dona da razão!
...
Saímos do consultório em silêncio. Fomos direto pro meu carro e ela fez questão de bater a porta do carro.
— Quebra mesmo!? — Resmunguei ligando o carro.
Ela só bufou.
Liguei o rádio pra quebrar o clima chato que tava. E fui na direção da casa dela.
Quando paramos em frente da casa da rabugenta eu tranquei a porta pra ela não sair sem antes falar comigo.
— Pode abrir, por favor!? — Ela pediu sem me encarar.
— Olha aqui pra mim? — Pedi e ela até me encarou, mas com a cara fechada e os braços cruzados.
Meu Deus que mulher marrenta linda.
— Abre! — Ela mandou com a voz firme.
Neguei.
— Pô, do nada você fica assim. — Comentei e ela riu ironicamente.
— Vou começar chamar você de anormal na frente das outras pessoas também, aí me diz se tu gosta!? — Falou no mesmo tom mandão.
— Maria Vitória você mesmo quer ser anormal, tá doida? — Perguntei e ela negou.
— Você não falou com uma intenção boa. — Ela apontou pro meu peito e eu ri.
— Mulher você é muito chata! — Falei sério e vi os olhos dela marejarem.
Que?
— Ei gatinha!? Não precisa chorar também. — Tentei abraçar ela, mas Maria Vitória se esquivou de mim.
— Sai! Eu não sou chata. — Ela disse com a voz embargada deixando as lágrimas sairem com mais intensidade.
— Desculpa amorzinho. Você é a mulher mais incrível desse mundo todinho, tá? — Eu disse enchendo o rosto dela de beijinhos.
— Af, eu não acredito. — Ela falou enxugando as lágrimas.
— Acredita sim, meu docinho. — Mordi a mandíbula dela fazendo ela rir.
— Eu te odeio e não me chama de chata!
Gargalhei com a mudança de humor dela. Esses hormônios dela vai me matar um dia.
3/5
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nada é pra sempre | L7NNON
Fanficnada é pra sempre. Nem mesmo a gente, Maria Vitória. . . início: 25 de fevereiro [2021] às 01:12 fim: 31 de março [2021] às 15:20