Allita
— Não importa a aparência, nem o jeito de vestir, quantos anéis você tem no seu dedo, não tamo nem ai, não tamo nem ai—faço minha escova de dentes de microfone e canto uma das músicas do filme a princesa e o sapo.— Não importa a sua origem, nem importa o que você é...
Um dia lindo como este merece animação total, ainda mais que estou me sentindo melhor.Termino de escovar meus dentes e arrumo meu cabelo vestindo uma roupa quentinha e confortável.
— Bom dia filha—vejo minha mãe preparando o café.— Quais os planos pra hoje?
— Eu estava pensando se a senhora pode me levar para comprar tintas, quero pintar o quarto— falo me sentando na cadeira ao lado do meu irmão.
— Eu não posso ir, sua avó vai vir aqui hoje—meu pai diz e olho para minha mãe ainda tendo alguma esperança.
— Não posso ir, ainda tem muitas coisas a arrumar aqui querida.Seu irmão pode te levar— me viro fazendo carinha de cahorro abandonado pro meu irmão.
— Não vai dar mana, eu quero mesmo dar uma volta pela reserva.
— Eu posso levar— me viro para a prima com um olhar assustado esampado em meu rosto.
As várias multas de trânsito e pequenos acidentes indicavam que minha querida prima e um perigo para a sociedade dirigindo.Olho mais uma vez para minha mãe com um último olhar de súplica mais ela apenas sorri pra mim.
— Você arrumou carona filha, deveria ficar feliz— como minha mãe poderia ser tão cruel assim comigo.—Tenho certeza que sua prima tomará cuidado e respeitará as leis de trânsito, você mesma disse que todos merecem uma segunda chance.
— Mamãe no caso da Mabel ela não merece, pois meu tio deu várias chances a ela—falo me lembrando claramente de todas as chances que ela teve.
— Não seja chata Ally, vamos nós divertir e vou tomar bastante cuidado, agora eu sou uma pessoa mais responsável— o sorriso da loira parecia querer rasgar seu rosto de tanta emoção por poder dirigir de novo.
Que Deus tenha pena da minha pobre alma.
— Tudo bem—me dou por vencida.—Mais vamos logo.
Na minha antiga cidade quase não tinha áreas verde, era apenas uma selva de pedra e agora estando nessa cidade quase perdida rodeada de árvores e natureza quase intocada eu me sinto diferente e como uma energia, uma força que correr pelas minhas veias algo surreal posso ate chegar a dizer sobrenatural.São tantas árvores cada uma maior que outra, tanto verde.Eu estava me sentindo em casa me sentindo viva e tão bem mas ao mesmo tempo e tão estranho me sentir assim.
— Você está pensativa, o que foi?— Mabel pergunta notando meu silêncio.
— Eu apenas me sinto bem sabe, parece loucura dizer mais eu sinto que tem algo haver com esse lugar.
— Não vejo nada de especial aqui, além da falta de sol e claro—ela diz.
— A questão é que você não consegue ver as coisas do meu ponto de vista— tento procurar em palavras a melhor maneira de me expressar.—Tem alho aqui, eu ainda não sei explicar muito bem mais e como se eu fizesse parte disso sabe, como se fosse um chamado pedindo para ser ouvido.
— Estou começando achar que você está ficando louca—Mabel começa a rir e parando para pensar talvez eu esteja mesmo louca.
Aos poucos as pequenas gotas de água caiam iniciando um chuva não tão forte mais que atiçou algo em mim, eu sentia uma grande vontade de descer do carro e dançar na chuva.A cada segundo passei a questionar minha sanidade, por um momento pensei que talvez a doença estivesse afetando meu cérebro, mas tirei logo essa idéia da minha cabeça.As gotas de chuva faziam um caminho pela janela do carro, desciam.Passei meus dedos no vidro acompanhando o mesmo caminho que a água, por um momento uma pequena fração de segundo novo meu dedo para outra direção e pude jurar ver a água seguir o mesmo caminho.Tirei meu dedo rapidamente do vidro me perguntando se aquilo realmente aconteceu ou não.
— Você viu isso?—perguntei para a loira, que até o momento parecia estar alheia a minha presença ali.
— Vi oque ?— pergunta confusa.
— Nada não— talvez eu estivesse mesmo ficando louca.
Para ter certeza da minha lucidez ou caso eu esteja sonhando, eu me belisquei mas apenas cheguei a conclusão que estou mesmo acordada.Encostei novamente meu dedo na janela, era só pra ter certeza eu repetia na minha mente, lobo devagar meu dedo para o outro lado janela e água segui o movimento.Isso me deixou muito assustada mais também feliz, eu não estou louca.
— Chegamos— Mabel chama minha atenção.— Você está bem? Parece mais pálida que o normal.
Eu estava muito surpresa com o acontecido e pensando seriamente se eu contava ou não.Possivelmente ela não irá acreditar em mim.
— Eu estou bem, vamos comprar as coisas— tento dar o meu melhor sorriso mais eu não sou muito boa atriz.
Nenhuma de nós duas tinha trago um guarda-chuva então o jeito seria sair muito rápido do carro para não molhar muito.Comprei as tintas e meus materiais escolares e algumas coisas que minha mãe tinha pedido, o acontecimento do carro ainda estava fresco em minha memórime perturbando a cada segundo, nada parecia fazer sentindo e voltou a conclusão de que só posso estar louca.
— Priminha, você está estranha demais hoje.Super calada e não presta atenção nas coisas que eu te falo—já estávamos saindo de uma loja e entrando no carro.Eu não estava prestando atenção no tempo.
— Me desculpe—eu não tinha uma desculpa boa para inventar então pensei na mais lógica.—Não estou me sentindo muito bem, podemos ir embora?—Mabel apenas concordou e não falou mais nada assim como eu.
A chuva tinha passado e agita restava apenas nuvens escuras no céu junto com um vento gelado.Esse clima e muito melancólico.
O restante do caminho foi feito em silêncio, não aquele silêncio confortável mas sim um que estava me dando nós nervos, suspeitava que a qualquer momento fosse sair fumaça da minha cabeça de tanto que todos os meus neurônios estavam trabalhando.Quando percebi já tínhamos chegado, o caminho até a cidade não é longo mais minha noção de tempo nunca foi realmente grande.— Você pega...—Mabel começou a falar mais parou me encarando de uma forma estranha.—Seu nariz ele...
— O que foi?—levo meus dedos ao meu nariz sentindo molhado e logo que vejo o líquido avermelhado entendo tudo.—Você leva as compras ta bom.
Saio do carro e vou até a casa, eu sabia que minha prima não gosta muito de sangue fiquei até surpresa por ela não ter desmaiado logo de cara.Entro e não vejo ninguém, vou para a cozinha mais paro quando escuto vozes.
— Vocês não podem esconder isso dela—reconheço a voz da minha avó.
— Ela é nossa filha somos nos que decidimos— com toda certeza minha mãe.
— Eu não vou deixar vocês fazerem isso, querendo ou não ela vai saber a verdade.Ela vai saber quem ela é—minha avó grita.
— Isso não cabe a você ela é apenas uma criança—dessa vez e meu pai.
— Ela está morrendo e vocês sabem disso—com toda certeza eles estavam falando de mim.
— O que vocês estão me escondendo?
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Brilho Do Sol
Random¤ Brilho do Sol ¤ " Ela é como o sol, iluminando meus dias chuvosos." Alita após se deparar com uma doença misteriosa que está fazendo com que ela morra aos poucos se vê sem opções, já que a medicina moderna não está ajudando seu caso. Sua família d...