Allita
Meu deus do céu. Qual é o meu problema?
Os últimos minutos se passavam como um filme na minha cabeça, se repetindo várias e várias vezes para que eu não pudesse esquecer nada. Tudo parecia muito louco e irreal. De todos os acontecimentos, o que voltava sempre a minha memória foi o beijo. Eu beijei o Embry. Eu beijei alguém que eu conheci hoje. E meu Deus foi muito bom, eu nunca fui beijada daquela maneira.
Faltava pouco para chegar a cabana da minha avó e minha situação não estava das melhores. Após o beijo eu corri pela floresta, parei perto uma das enormes árvores e me permitir respirar por algum tempo.Os olhos vermelhos e a roupa suja de sangue, a velocidade. Não podia ser real, mas não tem outra explicação lógica pra isso.
— Vampiro—sussurro pra mim mesma como se aquilo fosse o pior dos segredos.
O pavor que cresceu sobre mim quando vi aquele homem foi algo horrível mas nada me preparou para cena seguinte. Embry estava jogado sobre um tronco de árvore que o estava perfurando, o sangue escorria do ferimento e de sua boca, cheguei perto checando se o mesmo ainda estava vivo. Sua respiração era lenta assim como seus batimentos. Entrei em pânico sem saber o que fazer eu não poderia deixar ele morrer. Ele não podia morrer. Fui até atrás dele e puxei o tronco com toda minha força fazendo o mesmo se partir. Puxei o pedaço restante que estava em seu pulmão.Tudo que se passava na minha cabeça e que ele não ia sobreviver. Eu abraçei seu corpo quase sem vida e as lágrimas caiam sem parar, aos poucos minhas lágrimas curavam seu ferimento, me afastei assustada.
— O que você está fazendo ai garota?— sou tirada dos meus pensamentos pela minha avó me chamou.—Vamos pra minha casa, logo vai começar a chover.
Não consegui responder a mais velha e apenas segui ela em silêncio.Entramos na pequena cabana e me sentei em uma das cadeiras. Sentia todo meu corpo gelado e minhas mãos tremiam.
— Garota, você está bem?—minha avó pergunta.
— Eu...preciso de um copo de água— eu sentia que ia desmaiar a qualquer momento.
A mesma se levanta e me traz um copo de água com açúcar, peguei o copo ainda tremendo bebendo de uma vez. Respirei fundo e tentei me acalmar.
— O que você viu na floresta?
— Um vampiro, e meu amigo quase morto então você tem muito a me explicar—exijo a verdade dela.—Você sabe disso?—pergunto.
— Sim—responde simplesmente.—Pelo visto esses lobos incompetentes não conseguem cuidar do próprio território, não fico surpresa.
— Lobos? Tipo lobisomens?—a cada segundo as verdades pareciam me chocar mais.— Em algum momento você pensou na sua familia, você pensou no perigo que eles estão correndo aqui, que eles podem morrer. Você ao menos se importa?— grito batendo minhas mãos na mesa e me levantando.
— Eu me importo sim. Achei que vocês estariam seguros com os lobos—ela diz.— Fiz isso por você, para que você soubesse a verdade.
— Não me venha com essas desculpas esfarrapadas. Você fez isso por você mesma.
— Não seja tola garota—ela levanta seu tom de voz.
— Em nenhum momento você se preocupou com a gente, você só quer saber dos meus poderes— acuso e vejo sua expressão de surpresa e ofendida.
Ela não se importa com seu filho e com a família dela, tudo que ela liga são para esses malditos poderes.Por um momento achei que minha avó era uma vitima de tudo que aconteceu mas eu estava terrivelmente enganada. E para mim já deu dessa loucura todo, desse lugar cheio de lobos e vampiros e seja lá mais o que tem nessa floresta e nessa cidade maluca.
— Nós vamos embora—digo decidida, não poderia deixar minha família aqui correndo perigo.—E quero que você se afaste de todos nós.
— Eu sou sua avó e exijo respeito —ela para na minha frente impedindo minha passagem.— Você não pode ir embora, vai ficar fraca e pode morrer.
— Minha família é mais importante, algo que você deveria saber.
— Ele vai atrás de você assim que você sair dessa cidade— sua fala me deixa confusa.— Agora que você tem seus poderes, não vai ser difícil ele te encontrar.
— Não sei do que você está falando— passo por ela chegando na porta me viro uma última vez.— Adeus.
A chuva já caia forte lá fora com direto a trovões. A floresta estava escura e os ventos estavam forte, com esse tempo não conseguiria chegar em casa. Andei mais um pouco ate chegar em uma casa, bati na porta esperando alguém atender. Uma mulher baixa de cabelos pretos e traços indígenas abriu a porta.
— O meu deus, entre querida está um tempo horrível aí fora—ela abriu espaço para que eu possa entrar.— Você está toda molhada.
— Muito obrigada— agradeço, as roupas molhadas estavam começando a me incomodar.
— Eu tenho umas roupas do meu filho que devem servir em você, tenho certeza que ele não vai se importar—ela me leva até o quarto.— Ah, nem me apresentei me chamo Carmen.
— Eu sou Allita.
O quarto do filho da Carmen era uma quarto de adolescente normal. Algumas roupas no chão, CDs espalhados, revistas entre outras coisas. Ela procurou no guarda roupas e pegou uma camiseta grande e uma bermuda.
— Aqui—ela me entregou as roupas.—Pode se trocar aqui, eu vou fazer um chocolate quente.
Tirei minhas roupas molhadas e deixei em um canto do quarto, coloquei a blusa e tentei vestir a bermuda, o que não deu muito certo.Fiquei apenas com a camiseta e a roupa de baixo, me sentia um pouco envergonhada por estar desse jeito. Procurei a cozinha e achei Carmen preparando algo no fogão.
— Aqui está querida— pego a xícara e assopro o líquido antes de beber.— O que você estava fazendo lá fora nesse tempo?
— Eu estava indo pra casa—respondo.
— Acho que essa chuva não vai passar tão cedo, pode ficar aqui—ela sorri gentil.— Eu vou lavar essa louça mas você pode ficar na sala.
— A senhora quer ajuda?
— Não precisa, e não me chame de senhora.
Fui para a sala e me sentei no sofá, ainda estava me sentindo desconfortável por estar apenas de camiseta. Meus pais deveriam estar preocupados comigo por não ter voltado ainda. Eu deveria ligar depois pra eles.
— Mãe, cheguei— a porta se abre revelando o garoto.—Allita?
— Embry?
Nós dois estávamos muito confusos, de tantas casas que eu poderia ter entrado tinha que ser logo a dele. Eu ainda não tinha me recuperado do beijo, nem de tudo que aconteceu a seguir.
— Querido, vejo que você já chegou. Espero que não se importe eu peguei uma roupa sua para a Allita— sua mãe aparece na porta.
Embry começa a me olhar notando que estou apenas com uma camiseta, seu olhar sobre meu corpo e calmo e intenso, sinto minhas bochechas ficarem quentes.
— Eu...vou pro...meu quarto, e isso pro meu quarto— ele desvia seu olhar e anda esbarrando nas coisas.
Se aquela não fosse uma cena tão constrangedora eu estaria rindo. Me ajeitei no sofá marrom tentando ao máximo cobrir minhas pernas.Aquele dia ficava cada dia pior.
— Você quer ligar para sua família querida, eles devem estar preocupados— Carmen fala e apenas concordo.
Ela me empresta o celular e decido apenas mandar uma mensagem avisando que estou bem e que assim que a chuva passar eu vou embora.
Espero que essa chuva passe logo.
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Gente estou muito feliz, chegamos a 1k de leituras e isso é graças as vocês.
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Brilho Do Sol
Random¤ Brilho do Sol ¤ " Ela é como o sol, iluminando meus dias chuvosos." Alita após se deparar com uma doença misteriosa que está fazendo com que ela morra aos poucos se vê sem opções, já que a medicina moderna não está ajudando seu caso. Sua família d...