Dezessete

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Embry

Muitas coisas estavam estranhas naquele momento.

Depois de ter sido deixado sozinho na floresta, procurei o lugar onde escondi minhas roupas e fui para casa. O tempo estava muito ruim, corri para casa para me abrigar mas minha surpresa foi ver a garota parada ali, na minha sala de estar.

Seus cabelos estavam molhados, ela vestia apenas um camiseta preta grande que eu conheçia muito bem. Aquela visão era do paraíso, sua pele branca exposta me dando várias idéias. Minha mãe me tira dos meus pensamentos falando algo que não presto a menor atenção.Subi para meu quarto rapidamente trocando de roupa e deixando as molhadas de lado, respirei fundo antes de sair pela porta e encarar a garota que faz meu coração acelerar. E lá estava ela tão perfeita sentando no sofá bebendo, seus movimentos eram tão leves e graciosos que não consegui desviar minha atenção.

— Aqui está filho—minha mãe me entrega uma caneca.— Sente-se e não seja mau educado com a visita.

Me sentei ao lado da morena no sofá ouvindo seu coração dar batidas rápidas pelo meu meu movimento. Ficamos em silêncio cada um em seu próprio mundo, eu queria me virar e conversar com ela, saber tudo mas a coragem me faltava.

— E lindo não é?—Allita começa a falar.— A chuva.

— Acho que sim—falo.

Ela se levanta parando perto da janela passando seus dedos pelo vidro, fiquei um pouco confuso com sua ação e suas falas.

— A chuva pode ter uma beleza melancólica mais ao mesmo tempo e tão pura— realmente não entendia nada do que ela estava falando mais só de ter ela ali comigo era incrível.—Eu vou sentir falta desse lugar, já me acostumei com a chuva.

Sua frase finalmente fez sentindo pra mim e foi como uma verdadeira facada no peito.

— O que você quer dizer com isso?—pergunto me aproximando da mesma.

— Eu vou embora Embry.

— O quê, porque? Você acabou de chegar não pode ir embora—falo alterado.

— Aqui é muito perigoso Embry, tem coisas nessa cidade— ela diz.— Eu tenho que manter minha família segura e aqui não é seguro.

— Você sabe a verdade?—questiono me afastando.— Como você pode saber?

Isso era impossível. Ninguém da reserva contaria pra ela, a não ser a sua avó.

— Sim, eu sei. Sei dos vampiros e dos lobos e de mim...—sussurra a última parte.— Hoje na floresta o vampiro e eu vi um lobo na praia. Isso tudo é loucura Embry.

Ela não sabia que na verdade os lobos são os garotos e que naquela manhã eu e quem estava com ela.Tudo parecia estar desmoronando em questão de minutos e a voz interior do meu lobo gritava na minha mente.

Vamos perder nossa marca.

Dor nenhuma se comparava aquela, a sensação de impotência, de se perder algo valioso sem nem ao menos ter conseguido me aproximar direto dela. Meu mundo estava sucumbindo.

— Eu...tenho algo a contar—abraço seu corpo.—Somos os lobos, nós protegemos essas terras e podemos proteger vocês.

— Eu suspeitei pelo fato de você aparecer pelado na floresta—Allita se afasta olhando novamente pela janela entretida com a chuva.— Vocês não podem nós proteger.

— Eu posso, por favor Allita—peço.

— Não posso.

Ela murmurou. Eu podia escutar suas fungadas e seus pequenos soluços, ela estava chorando novamente. Aquilo não é justo. Me aproximei novamente abraçando seu corpo e deixando um beijo em seus cabelos, seu doce cheiro, o calor de seu corpo. Tudo parecia se encaixar perfeitamente.

— Você sente isso?— passei minha mão pelos seus braços vendo seus pelos se arrepiarem.— Sente como nossos corpos estão conectados?

  Levei minhas mãos até sua cintura apertando e vendo a mesma suspirar. Aquilo era viciante, as respirações que ficavam rápidas, as sensações, a eletricidade que passava pela nossa pele.

— O que...?—ela não consegue termina sua frase mais entendo.

— Somos nós. Dois corpos uma só alma.

Beijo seus lábios com urgência fazendo a garota de assustar pelo ato impulsivo.O beijo e intenso, fogoso e forte, eu queria passar pra Ally tudo que eu estava sentindo naquele momento, queria fazer ela entender que isso é certo. Nós dois juntos, pra sempre. Suas mãos vão ao meu cabelo puxando alguns fios e eu aperto seu copo mais ao meu, mordo seus lábios ouvindo a mesma gemer, desço meus beijos até seu pescoço mordendo provando sua pele macia e branca.

— Crianças vocês...—minha mãe aparece na sala fazendo a gente se separar.— Desculpe eu não quis atrapalhar.

Minha respiração voltava ao normal aos poucos mais minha sanidade não. Meu corpo gritava implorando mais contanto com meu imprinting, passo minha língua sobre meus lábios ainda sentindo o gosto da sua boca.Como eu poderia não agarrar essa garota se fazer isso parecia tão certo.

— Eu não sou assim—murmura baixo.
— Não saio por aí beijando garotos que acabei de conhecer.

— Não sou qualquer garoto, temos uma ligação especial.

— Que ligação Embry?—grita.

— E cedo demais pra isso—me afasto da mesma.

— Eu vou embora.

Allita se vira abrindo a porta saindo naquela chuva.Sigo a mesma sem me importar se estou molhando ou não, corri até alcançar a garota segurando seu braço, os trovões tinham dado um tempo mais água da chuva estava fria.

— Não foge...não foge de mim—peço olhando em seus olhos.

— Eu...me desculpe mais isso é drama demais pra mim.

— Podemos superar isso juntos, eu sei que é confuso e não tem razão pra você confiar em mim, mas sei que você também sente tudo isso que eu estou sentindo— falo.

— Eu preciso de verdades Embry, sentimentos podem te levar em um calminho sem volta. Um caminho perigoso.

Suas palavras estavam me partindo cada vez mais.

— Por favor—suplico.

Coloco minha testa na sua, a chuva parecia nós acolher lavando nossas almas.Aos poucos as gotas se misturavam com nossas lágrimas, por um lado ela tinha toda razão era drama demais para lidar.

— Escute isso—levo sua mão ao meu peito para que ela possa sentir meu coração bater.

— Isso tudo está indo rápido demais.

— Então me deixe aproveitar com você— digo.—Essa vai ser minha despedida.

Guio suas mãos até os meus ombros e minhas mãos a sua cintura. Mesmo sem música, começo a dançar, nunca fui um bom dançarino mais estava tentando.Aquela era a cena mais clichê de toda minha vida, dançando na chuva mas por ela eu faria tudo.Continuamos ali apenas nós dois e a chuva.

— Você pode virar um lobo pra mim?—pergunta e concordo rapidamente.

— Me espere aqui—corri para as árvores tirando minha roupa e me transformando. Me aproximei lentamente dela.

— Por um momento pensei que estava louca agora vendo você tenho certeza—vejo ela sorrindo.—Você é muito lindo.

Voltei para o arbusto para me transformar em humano.

— Melhor entrar você pode ficar doente— aconselhei.

— Estou bem aqui—ela disse.—Aproveitei um pouco.

Allita começou a dançar na chuva enquanto eu apenas via seus movimentos, ela estava com os olhos fechados, toda ensopada mas mesmo assim feliz. E daquele momento em diante prometi a mim mesmo que o mais importante seria ver ela feliz.

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Oi pessoal vão me desculpando a demora pra novos capítulos. Esse capitulo não ficou muito do meu agrado, acho que não consegui passar toda a emoção que eu queria mas como demorei pra postar vai assim mesmo.

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