Dezoito

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Allita

Fazer a coisa certa deveria ser fácil e simples, você deveria se sentir bem com isso. Então porquê sinto que meu coração está sendo esmagado? Fazer o certo nunca me pareceu tão difícil quanto agora.

Eu tinha uma escolha a fazer, uma escolha que não poderia ser posta em discussão mesmo que no meu subconsciente uma voz gritasse para que eu permanece-se aqui, e seguisse o desejo profundo do meu coração a voz conciente em mim gritava para que eu fosse embora e fizesse o que for melhor para a minha família e essa foi a voz que eu decidi seguir.

— Você está tão calada, alguma problema?—Embry pergunta.

Eu me deixei levar por ele, me deixei levar pelo seu cheiro, pelo seu toque, pela sua pele quente e me deixei levar pelos seus lábios. Cada sentimento parecia explodir em meu peito me deixando tonta, eu estava completamente viciada nele.A chuva ainda caia do lado de fora, mas dessa vez o frio já não me incomodava. Embry me trouxe para dentro e depois de me secar deitamos juntos no sofá, eu por cima do seu peito ouvindo seu coração bater, nossas peles fazendo um belo contraste.

— Estou apenas pensando— respondi depois de algum tempo.

Era difícil não sentir a ligação entre nós dois, deixei tudo de lado para viver esse momento. Não importava mais nada, as dúvidas que rodavam em minha cabeça, o que seria certo ou errado, deixei tudo isso de lado para poder viver isso com ele pelo tempo que durasse.Em tão pouco tempo Embry conseguiu chegar em meu coração e se infiltrar nele, fazer morada e eu não conseguiria tirar ele de lá. As sensações que ele me fazia experimentar, era tudo tão louco e surreal.

— Isso é real?—encaro o moreno apreciando seu rosto, eu poderia me acostumar com isso.—Se for um sonho não quero que me acorde.

— Isso não é um sonho. Apesar de parecer muito louco—ele sorri deixando um selinho em meus lábios.

— Você é um sonho, o meu melhor sonho devo dizer— Embry fazia carinho no meu rosto com sua mão quente.— Não quero que vá embora, quero que isso dure para sempre.

— Alguns para sempre duram apenas alguns minutos—falo.

Me deito novamente em seu peito, eu só queria aproveitar mais alguns minutos nessa bolha onde os problemas não me alcançam. Tudo era tão confuso e frustrante, era demais para mim, eu só gostaria de gritar bem alto. Nunca busquei nada daquilo então porque tudo estava dando tão errado, agora que eu finalmente poderia ter um vida sem pensar que eu vou morrer no dia seguinte, e isso é tirado de mim.

— Ally, olhe pra mim— manda e ordeno.— Vamos ficar juntos, não importa como ou quando, pois seu destino faz parte do meu.

— Você não acha isso estranho? Digo você nunca surtou com tudo isso, eu sinto que deveria surtar e colocar tudo que eu estou sentindo pra fora...tudo isso está me afogando Embry— tento explicar os sentimentos em meu peito.

— Eu senti vontade de surtar muitas vezes, quem não surtaria? Isso é loucura, mas guardar pra você só piora tudo— ele me aperta mais em seus braços.— Pode sempre contar tudo pra mim e quando precisa surtar, surte, grite.

— Obrigada —Embry estava fazendo mais por mim do que poderia imaginar.

Me aproximei do seu rosto tocando delicadamente, traçei suas sobrancelhas grossas, me perdi por um tempo na imensidão dos seu olhos castanhos, esses olhos que conseguiam ver minha alma. Levei meus dedos aos seu lábios fazendo o mesmo sorrir, me aproximei beijando seus lábios, um beijo carinhoso e apaixonante, sem pressa e sem segundas intenções, apenas duas pessoas sentindo os corações baterem fortes e os sentimentos possuírem. Sorrio em meio ao beijo, deixando vários selinhos em seu rosto.

— Não importa quanto tempo demore meu destino e você— falo ainda acariciando seu rosto.

— E meu destino é você— ele beija meus cabelos.

Nunca fui boa em despedidas e agora eu sentia que estava ainda pior. Ver o olhar doce do Embry se quebrar ao me ver partir foi horrível, o sorriso já não enfeitava seus lábios e aquilo me destruiu de todas as formas possíveis, eu fui embora mais com toda certeza ele ficaria com um parte de mim, uma parte importante...meu coração.

Forks estava ainda mais sombria e melancólica. Passei pela praia La push a caminho de casa, parei observando o mar me aproximei sentindo a água gelada bater contra minha pele e fiz a única coisa que parecia ser certa no momento. Eu gritei, com toda força em meus pulmões eu gritei, gritei por não saber o que fazer, gritei pelas mentiras da minha avó e gritei por deixar Embry, gritei por me sentir fraca e incapaz. O mar parecia entender minha ira e as ondas ficaram mais fortes, mais violentas, o vento sacudia a copa das árvores e um trovão alto foi ouvido.

A natureza sofria comigo.

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— Filha, estávamos preocupados— meu pai diz assim que passo pela porta. Corri para seus braços o apertando o mais forte que consegui.
— Allita, o que aconteceu?

— Temos que ir embora— falei com pesar na voz.

— Porque?—meu irmão perguntou.

— Aqui é muito perigoso, tem um vampiro sanguinário e ele me viu na floresta, tenho quase certeza que vira atrás de mim.

— Oh meu deus— mamãe leva suas mãos a boca horrorizada.

— Mas e você?—sabia bem do que Mabel falava, eu poderia ficar fraca oi até pior com essa viagem.

— Vou ficar bem.

Todos foram arrumar suas coisas, levaríamos apenas o necessário e o restante darimos um jeito depois. Fui até meu quarto arrumando minhas coisas e vi o desenho que fiz do Embry, resolvi deixá-lo para que talvez ele encontre, e escrevi atrás.

Parte de mim está aqui com você. Nunca se esqueça disso.

Colocamos tudo no carro e partimos o mais rápido possível.Já estávamos na estrada algum tempo, todos estavam em silêncio no carro, a cada minuto eu me sentia mais fraca mas não poderia desistir agora.

Foi tudo muito rápido, em um minuto estávamos na estrada e no outro o carro girou saindo da estrada, e tudo que consegui ver foi ele. O loiro sombrio da floresta parado na estrada com as presas amostra em um sorriso diabólico. Minha cabeça girava e minha visão estava embaçada, levei minha mão a minha cabeça vendo sangue, olhei para o carro em pânico vendo que fui arremessada pra fora, minha preocupação estava na minha família.Olhei mais um vez e vi que todos pareciam bem.

— Você não achou mesmo que iria conseguir fugir certo?—ele se aproximou de mim parando ao meu lado.— Não leve isso pro lado pessoal, apenas não poderia que você saísse por ai falando de mim e tenho que admitir que você tem um cheiro incrível.

— Des...graçado— tento dizer.

— Vai ser rápido querida.

Ele me puxou para mais perto dele e entrei em pânico. Não poderia acabar assim, não podia.

— Solte a minha neta verme nojento— reconheço a voz da minha avó.

— Parece que alguém quer bancar a heroína— ele diz.—Já volto, não saia daí.

Não, não. Tentei me levantar me levantar mais uma dor aguda na minha perna não permitiu, tentei me arrasta pelo asfalto. Eu não conseguia ver muito bem, tudo em mim doía muito e o machucado na minha cabeça me deixava zonza, tudo que consegui ver foram apenas borrões.

— Ei, Allita— escutei um voz perto de mim.—Sou eu o Quil, fique acordada tá bom. Estamos aqui.

Não consegui responder o garoto mas senti ele me pegando no colo, eu podia ver um lobo lutando contra um vampiro mais o que mais me chocou foi o corpo ao lado dos dois.Não poderia ser, eu pensei.

Minha avó, eu tinha certeza que era ela.

— Não, não, não— começei a repetir sem acreditar, lágrimas grossas desciam pelo meu rosto.—Pare Quil.

— Eu sinto muito— foi a única coisa que ele disse.



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Oi gente. Nossa fiquei até arrepiada com esse capitulo. A Ally vem sofrendo tanto que meu coração se parte.

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