Trincas parte 1 (Ciúmes)

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Lily  estava estendendo a roupa no varal, enquanto Recca a ajudava, junto a mais duas crianças. Era um dia um pouco quente, e a Irmã levava a mão em sua cabeça algumas vezes, passando a mão em seu rosto retirando o suor, que se acumulava em sua testa. A mesma solto o ar de forma pesada, as roupas pretas de freira esquentavam seu corpo em níveis a qual se tornava uma tarefa pesada, o simples fato de estender a roupa, cada movimento simples fazia com que a temperatura aumentasse ainda mais, e mesmo após anos usando aquelas roupas ainda era algo insuportável de se usar em dias mais quentes.

— Poderia ao mesmo ter uma brisa fresca.— Lily se perguntou esticando lençóis brancos , que ficaram quase estáticos no varal. Antes de um leve vento soprar,  fazendo a Irmã soltar um leve sorriso.

— Irmã Lily estamos terminando Aqui.— uma das crianças gritou, enquanto a jovem mulher olhou para o varal, quase todo coberto por roupas e lençóis brancos.  Lily sorriu, olhando para o cesto vendo o último que sobrava antes de poder terminar aquela tarefa. Ela rapidamente esticou o tecido branco, sobre o fio, enquanto um vento mais forte fez, o mesmo ainda húmido beijar a pele de seu rosto, a sensação agradável do algodão úmido e gélido foi prazerosa, a fazendo se esquecer alguns segundos do calor.

— Então,  alguém quer fazer uma pausa.— Lily se virou, para as crianças que gritaram um sim alto, quase uniformemente,  enquanto pegavam os cestos de roupas e avançavam para dentro da igreja.  Dentro os garotos e garotas  se jogaram no chão de madeira que estava frio, aproveitando para esquecerem um pouco do calor, enquanto a Irmã apenas sorriu, se sentando em uma cadeira.

O grupo poderia ficar ali por um tempo, mas um pequeno portal cinza se abriu sobre, próximo a igreja, antes de um pombo passar pelo mesmo, o animal tinha um pequeno sino em seu pescoço e um som alegre ecoou por todos os lados, no bico dele estava um envelopes  e em suas costas uma bolsa com o tintilar de moedas sacudiram. Orsi, que estava no segundo andar no momento, acabou por receber a carta que  a ave carregava no bico.

— O Asta mandou uma carta.— O velho homem desceu as escadas animado, enquanto as crianças se reuniram na sala, algumas que estavam do lado de fora entraram ao ouvir o grito animado do padre.

— Espero que não seja tão sem graça quanto a do Yuno. Que tipo de carta foi aquela, "a missão foi difícil mas há  completamos…." Não tinha emoção nem uma.— Um garoto reclamou , fazendo algumas das crianças rirem. Embora não fosse mentira, Yuno tinha uma  certa dificuldade em se expressar em cartas.  Por outro lado, ele narrou animado as lutas dos exames de cavaleiros mágicos.

—Vejamos… é… a letra dele não melhorou nada. — O Padre falou enquanto se esforçava para tentar entender o que estava escrito.

— Bem, ele pode ter mudado, mas certas coisas nunca mudaram.— Lily falou, calma enquanto se aproximava do padre que solto o ar de forma pesada entregando a carta a maga da magia de água.

— Bem, ao menos ele ficou mais maduro.— Recca falou neutra, enquanto Lily passava os olhos na carta para quando fosse a ler não  gaguejar muito, em alguma parte. Ela riu animada, antes de olhar para as crianças reunidas à sua frente, e o padre que ainda tinha um rosto descontente por não entender a letra de Asta.

— " Padre, Irmã, Nash, Recca,  Otto, pessoal. Aconteceu tantas coisas desde minha última carta. Mas antes de tudo, vou lhes dizer que estou bem, espero que vocês também estejam bem. Além disso, este mês tive um pequeno bônus, espero que eles os ajude.."— Lily fez uma pequena pausa vendo um pouco mais da carta enquanto Orsi sacudiu a bolsinha de moedas que tinha.

— Graças ao Yuno e Asta  esse mês, não vamos fechar no vermelho… vamos até poder comprar roupas novas.— Tinha uma certa animação na voz do padre, ele sempre pôs o bem estar de todos lá na frente do  mesmo. Orsi já não era tão jovem, quanto a anos atrás, nem tinha as energias de um homem no seu auge. A cada dia que passava ele sentia o peso da idade, a cada mês se tornava mais e mais difícil manter o orfanato e a igreja, até mesmo as poucas doações que recebiam não eram o suficiente. 

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