PHASES ⋆ Mark Tuan ⋆

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TW: Racismo ⚠️

N/A: A parte dois (junto com o prólogo) já está no meu perfil, mas não consegui colocar o link aqui. Então vão lá e adicionem as suas bibliotecas para não perder nenhuma atualização.

Boa leitura e não esqueçam de votar <3 

Quem você pensa que é?

Você não merece nada.

Como uma criatura como você acha que é digna de algo, ainda mais de amor?

Cai na real, as pessoas vão te usar como objeto e depois te largar porque é pra isso que você serve.

Tenho nojo de você.

Tenho pena de você.

Sai daqui você não é bem-vinda. Ninguém da sua laia é.

Palavras que escutei durante toda a minha vida, agora se fazem presente em todos os meus sonhos juntamente com a cara de todos os meus agressores.

Uma semana.

Há exatamente uma semana que eu não durmo e nem como direito. Há uma semana, eu definho e vejo quem eu amo definhar junto comigo.

Todos os dias eu relembro tudo o que passei naquele lugar e ainda recordo minha história com o Jaebeom. Talvez se eu tivesse denunciado à polícia ou contado para os meus pais, hoje eu não estaria tão quebrada.

Ele aparece constantemente em meus sonhos querendo me matar. Essa noite, acordei assustada tocando na barriga, pois sonhei que ele me esfaqueava.

Não tenho animo para conversar com ninguém, então as pessoas veem até aqui, falam praticamente com a parede e depois vão embora. Comecei a fazer terapia, mas ainda não me sinto confortável nem para falar com a psicóloga. A mamãe e a Ariel estão preocupadas, mas suas vidas já começaram a seguir, diferente do Mark.

Ele é, basicamente, um zumbi. Desde que sai do hospital que sua missão é tentar me alegrar, mas isso só me deixa mais triste. Ele está de licença do trabalho, mas não das poucas cadeiras da faculdade, então a cada 30 minutos de estudo, 10min ele passa aqui comigo contando sobre algo que não quero ouvir. Sei o quanto ele está sofrendo, pois é visível em suas olheiras e magreza, mas também percebo que está escondendo tudo isso para focar apenas em mim.

Eu queria poder ajuda-lo, queria abraça-lo e dizer que estava ao seu lado, assim como ele estava ao meu, mas eu não conseguia. Eu não tinha forças para isso.

As festas de fim de ano são agora nessa semana, juntamente com as apresentações do ballet, mas eu não tenho vontade nem de sair da minha cama. Não existe clima natalino para mim.

Na maior parte do tempo, fico pensando no quão mal alguém tem que ser para destruir a vida de uma pessoa apenas por prazer. Pelo que escuto quando o Jinyoung vem conversar, não foi só minha vida, ou a do Mark, que ele acabou e sim a de exatas 6 mulheres que ele tirou ilegalmente de seus países e as colocou como prostitutas em um bordel que estava no nome da Brianna.

Jaebeom tinha tudo o que quisesse. Seus pais eram ricos e ele ainda herdou os negócios da família, como alguém que tem tudo ainda se presta a esse papel? Se eu tivesse 10% dos recursos dele, usaria para ajudar as pessoas e não pra acabar mais ainda com elas.

Outro assunto constante na minha mente é a perda do bebê. Será que quando eu soubesse que estava grávida iria continuar a gestação? Eu realmente não sei a resposta pra essa pergunta. Existem motivos plausíveis para os dois fins desse pensamento, mas nenhuma delas eu consegui tomar. Não tive a oportunidade de escolher o que seria melhor pra mim e pra o feto, nem muito menos sentar com o Mark pra conversar sobre isso. Eu fui a última a saber sobre a gravidez e sobre seu fim, mesmo sendo meu corpo. Não é muito injusto?