35°Capitulo

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Hoje era dia do julgamento do Leonardo. Confesso que queria estar lá, queria olhar para ele. Mas ninguém deixou eu ir, Mariana disse que seria desrespeito com o Mateus, mas naquele momento não estava me importando muito com isso não. 

— Pensando em que meu amor? — Meu pai sentou no sofá ao meu lado.

— Na vida pai.

— Como minha menininha cresceu. Ontem você pensava em qual esmalte usar e hoje estar pensando na vida. — Ele falou com humor e eu dei um tapa de leve em seu braço.

— Eu sou um adulta, sou muita crescida.

— Crescida não, você é igual sua mãe, esqueceu de crescer. 

— Para pai, eu grande. — Fiquei emburrada.

— Você sempre vai ser minha pequena. — Ele sorriu e me deu um beijo na bochecha.

— Eu te amo pai. 

— Me ama mesmo? 

— Claro que amo.

— Então quando vai me contar que vou ser avô? — Eu olhei assutada para ele, já imaginei a bronca que iria vir. 

— Pai eu...

— Calma, eu não vou brigar. Mas Mateus vai assumir esse filho né? Ele já sabe? — Não pai, o Mateus não é pai do meu filho, ok, eu nunca iria falar isso.

— Vai sim pai.

— Ele é um bom menino. 

— É, ele é.

— Falando mal de mim vocês? — Minha mãe disse entrando na sala.

— Estávamos falando desse almoço que não sai. — Pai disse rindo e minha mãe tacou a toalha da cozinha nele. 

— Você é muito imprestável Kaio. 

— Mas você me ama Taila.

Em 16 anos, eu nunca reparei que o meu nome, era a junção dos nomes dos dois. 

— Quem escolheu meu nome? — Perguntei do nada, e eles me olharam sem entender.

— Escolhemos juntos, — Minha mãe disse rindo. — Juntamos nosso nome, e você como é fruto do nosso amor teve esse nome. 

— Vocês são lindos. 

Meu pai riu e ficou em pé dando um selinho na minha mãe. Eu estava no oitavo mês de gestação, minha barriga estava enorme. Mateus só faltava me carregar no colo, ele me mimava muito, até demais. 

— Amor, você precisa de alguma coisa? — Era milésima vez que ele me perguntava isso.

— Estou bem teus, não preciso de nada não. Quero que ele nasça logo. — É isso mesmo, era uma menino. 

Com certeza ele seria um jogador de futebol, ou seria um sambista, porque ele chutava e se mexia muito. Eu não tinha mais posição confortável, eu não conseguia ficar na mesma posição por mais de meia hora, minhas costas doíam, meus peitos estavam imensos, eu estava parecendo uma vaca leiteira. 

— Mateus meus peitos vão explodir. — Falei e ele riu.

— Está bem gostosa por sinal.

— Vai pro inferno menino. 

Ele riu mais ainda e me deu um selinho. 

Mateus estava trabalhando com seu pai, ele estava fazendo comentários sobre morarmos juntos, mas eu sempre desviava do assunto. Eu estou com ele? Certo. Mas eu não o amo, não quero me casar, e coisas assim. Meu coração ainda pertence a uma pessoa. Antes de tudo aquilo acontecer eu realmente gostava do Mateus, ele era um príncipe, nossa história era tipo: Menina patricinha e popular, garoto galinha, ficamos e nos apaixonamos, ele mudou por mim. Tudo que ele tem feito por mim até hoje, eu vou ser eternamente grata. Todo o tempo que ele ficou sofrendo por minha causa, é uma coisa que nunca vou poder reparar. Mas uma coisa que nunca vou dar á ele: é meu amor. Mas não é porque não quero, é porque realmente não dá, não mandamos no coração, uma vez minha mãe disse que eu iria saber quando fosse amor de verdade, e eu sinto, sinto isso com relação ao Leonardo. Eu não sei como ele está, faz meses que não nos falamos, nos vimos, mas eu ainda o amo, por mais injusto que seja com o Mateus eu ainda tenho esperança de um dia, nos encontrarmos e finalmente podermos viver como um casal normal. Mais um dia comum, estávamos eu, Mariana e o Mateus sentados no sofá vendo filme. 

— Filme idiota. 

— Cala boca Mateus, filme é lindo. — Falei.

— Achei meloso demais. — Mariana disse.

— Vocês são dois insensíveis. 

— Não baleia, você que está sensível demais. — Mateus disse sorrindo. 

Tudo estava normal, até eu sentir meu short molhar. 

— Fez xixi Kaila? — Mariana brincou. 

— Minha bolsa... estourou. — Falei assustada.

— Ai meu Deus, o que eu faço? — Mateus ficou em pé rapidamente, e ficou andando de uma lado para o outro.

— Primeiro, para de ficar zanzando pela sala. Segundo, vai até meu quarto e pega a bolsa que a gente já arrumou. Terceiro, liga para os meus pais. — Falei calmamente.

Assim veio a primeira contração, quem reclama de cólica é porque nunca teve filho. O minutos entre elas só iam diminuindo, e cada vez elas eram mais fortes. Mateus estava que nem um tonto, mas felizmente ele conseguiu chegar ao hospital rápido, Mariana estava segurando na minha mão, a cada contração eu esmagava seus dedos, assim que chegamos no hospital me colocaram em uma cadeira de rodas, Mariana foi na recepção deu o nome do meu médico, e logo eles me levaram para uma sala. Trocaram minha roupa por aquele roupão, me colocaram em uma mesa. Doutor Fernando entrou na sala, conversou comigo, sobre o que eu estava sentindo, fez alguns exames com a mão mesmo. As horas passavam minha dor ia aumentando, os médicos agora estavam me dando incentivo para empurrar, sim, eu estava parindo. 

— Vai Kaila, você consegue. — Mateus estava segurando em minha mão.

— Ta bom. — Respirei fundo e empurrei mais uma vez. 

— Já estou vendo ele. — Ouvi a voz do médico.

Tive que fazer muito mais esforço, então eu ouvi aquele choro. Eu estava morta, cansada, mas aquele choro me deu uma alegria que eu não sei descrever.

— Eu quero ver... — Falei baixo e Mateus assentiu.

Minutos depois a enfermeira apareceu ao meu lado, com coisisinha pequena enrolada em um lençol verde. Peguei o mesmo no colo, seus olhinhos estavam fechados, ele tinha bastante cabelo, mas eram loirinhos. 

— Você já sabe o nome? — Mateus perguntou se abaixando ao meu lado.

— Sei... — Sorri. Lembrei do que minha mãe me disse, o porque do meu nome, e esse bebê era fruto do meu amor com o Leonardo. — Kaleo. 

Mateus ficou quieto, eu não sei se ele entendeu a fundo o por que daquele nome, mas também estava ocupada com uma coisa muito mais importante, meu filho. 

Q coisa linda ne?!?  Ta quase a acabar!!

Amo- vos ;)

Proibida para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora