Mais noites com sonhos estranhos, mais dias monótonos, isso resumia meus últimos dias. Kaila e as meninas estavam limpando a casa, e eu estava fazendo a contabilidade do dinheiro, terminei de fazer, ainda doía, mas estava mais fácil para me locomover.
— Kaila... — Chamei-a.
— Oi. — Ela disse me olhando.
— Vai se arrumar, vamos ver algumas roupas para você. — Falei sem tirar os olhos dos papéis que estavam na minha mão.
Ela assentiu e saiu da sala, guardei o dinheiro na caixa e minhas anotações na pasta.
— Vai levar a Kaila na cidade? — Hugo perguntou entrando pela sala.
— Vou. — Respondi curto e grosso, antes que ele começasse com aquele discurso dele.
— Você está podendo dirigir? Se quiser eu levo ela.
— Não precisa Hugo, não aguento mais, não fazer nada. — Levantei da cadeira. Ele ficou me olhando. — Não tem nada para fazer não? Vai achar algo para fazer.
— Quem aviso amigo é.
— Se conselho foi bom se vendia. — Ele respirou fundo e saiu pisando firme.
Fiquei na sala esperando Kaila aparecer, até que para os padrões femininos ela foi rápida. Caminhei devagar até o carro, ela entrou do lado da carona e eu no lugar no motorista.
— Como você sabe que vai me levar na cidade e eu não vou fugir? — Desviei meu olhar para ela.
— Porque assim que você fugir, Rodriguez vai atrás da sua família. — Ela arregalou os olhos.
Não falei mais nada e nem ela, liguei o carro e o caminho foi em silêncio, 40 minutos de silêncio, chegamos a cidade, estacionei o carro e ela saiu. Andamos pelas ruas, ela não escolhia nada, então eu sai pegando tudo que é roupa que eu achava que caberia nela, às vezes ela dava opinião quando eu pegava algo muito curto, fora disso, ficou em silêncio o tempo todo. Mais de uma hora andando, já havia comprado coisas suficientes. Na volta foi bem pior, estava chovendo muito, a estrada estava escorregadia.
— Acho que a gente vai ter que esperar a chuva passar. — Falei olhando para o céu. — A estrada está muito molhada. Estávamos quase uma hora parados, a chuva só aumentava, a neblina estava tomando conta da estrada. Estava impossível dirigir assim.
— Acho que vamos ficar aqui um bom tempo. — Ela falou olhando pela janela.
— É o que eu acho. — Falei e ajeitei o banco um pouco para trás, deitando um pouco meu corpo.
— Vamos ficar aqui mudos?
— O que você sugere?
— Conversar.
— Não sou muito de conversar.
— Vamos fazer assim, eu faço 5 perguntas para você e você faz 5 para mim. — Olhei para ela e assenti.
— Tudo bem, pode começar.
— Humm. Aquele lance que você tem ex namorada com mesmo nome que eu é mentira né?
— Hummm. É.
— Por que estava chamando meu nome?
— Sonhei com você.
— Sonho o que? — Ela se ajeitou no banco e ficou me olhando curiosa.
— Você sabe que já foram três perguntas né? — Ela assentiu e continuou esperando minha resposta. — Meu pai estava te levando para onde as meninas vão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Proibida para mim
RomanceDizem que a frieza é uma saída para quem já sofreu demais. Talvez seja por isso que Leonardo seja assim, talvez seja isso o motivo que ele não nutri sentimentos. Ele talvez possa ter se transformado nisso, depois que sua mãe morreu ou pode ter sido...