10°Capitulo

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Mais noites com sonhos estranhos, mais dias monótonos, isso resumia meus últimos dias. Kaila e as meninas estavam limpando a casa, e eu estava fazendo a contabilidade do dinheiro, terminei de fazer, ainda doía, mas estava mais fácil para me locomover.

— Kaila... — Chamei-a.

— Oi. — Ela disse me olhando.

— Vai se arrumar, vamos ver algumas roupas para você. — Falei sem tirar os olhos dos papéis que estavam na minha mão. 

Ela assentiu e saiu da sala, guardei o dinheiro na caixa e minhas anotações na pasta. 

— Vai levar a Kaila na cidade? — Hugo perguntou entrando pela sala.

— Vou. — Respondi curto e grosso, antes que ele começasse com aquele discurso dele.

— Você está podendo dirigir? Se quiser eu levo ela.

— Não precisa Hugo, não aguento mais, não fazer nada. — Levantei da cadeira. Ele ficou me olhando. — Não tem nada para fazer não? Vai achar algo para fazer.

— Quem aviso amigo é.

— Se conselho foi bom se vendia. — Ele respirou fundo e saiu pisando firme.

Fiquei na sala esperando Kaila aparecer, até que para os padrões femininos ela foi rápida. Caminhei devagar até o carro, ela entrou do lado da carona e eu no lugar no motorista.

— Como você sabe que vai me levar na cidade e eu não vou fugir? — Desviei meu olhar para ela.

— Porque assim que você fugir, Rodriguez vai atrás da sua família. — Ela arregalou os olhos. 

Não falei mais nada e nem ela, liguei o carro e o caminho foi em silêncio, 40 minutos de silêncio, chegamos a cidade, estacionei o carro e ela saiu. Andamos pelas ruas, ela não escolhia nada, então eu sai pegando tudo que é roupa que eu achava que caberia nela, às vezes ela dava opinião quando eu pegava algo muito curto, fora disso, ficou em silêncio o tempo todo. Mais de uma hora andando, já havia comprado coisas suficientes. Na volta foi bem pior, estava chovendo muito, a estrada estava escorregadia. 

— Acho que a gente vai ter que esperar a chuva passar. — Falei olhando para o céu. — A estrada está muito molhada. Estávamos quase uma hora parados, a chuva só aumentava, a neblina estava tomando conta da estrada. Estava impossível dirigir assim. 

— Acho que vamos ficar aqui um bom tempo. — Ela falou olhando pela janela.

— É o que eu acho. — Falei e ajeitei o banco um pouco para trás, deitando um pouco meu corpo. 

— Vamos ficar aqui mudos? 

— O que você sugere? 

— Conversar.

— Não sou muito de conversar. 

— Vamos fazer assim, eu faço 5 perguntas para você e você faz 5 para mim. — Olhei para ela e assenti.

— Tudo bem, pode começar. 

— Humm. Aquele lance que você tem ex namorada com mesmo nome que eu é mentira né? 

— Hummm. É. 

— Por que estava chamando meu nome?

— Sonhei com você.

— Sonho o que? — Ela se ajeitou no banco e ficou me olhando curiosa.

— Você sabe que já foram três perguntas né? — Ela assentiu e continuou esperando minha resposta. — Meu pai estava te levando para onde as meninas vão. 

Proibida para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora