Leonardo Narrando.
Foi engraçado ver a cara de pânico da Kaila. Eu poderia deixar ela sabe logo assim que ela chegou que era eu. Mas não resisti.
– Leonardo? – Estávamos em silêncio a pouco mais de 10 minutos.
– Fala.
– Posso te pedir uma coisa?
– Manda.
– Uma ligação. Um jeito de meus pais saberem eu estou bem e viva. – Ela me olhava com aquela cara de cachorro que caiu da mudança.
Respirei fundo. Eu poderia fazer isso, mas eu correria muitos riscos.
– Um minuto e meio. Você tem um minuto e meio. – Tirei meu celular do bolso.
– Por que um minuto e meio?
– Por que demora dois minutos para polícia consegui rastrear uma ligação.
– Então posso fazer várias ligações de um minuto e meio.
– Dou uma mãozinha e já quer meu corpo inteiro. – Entreguei o celular para ela. – Um minuto e meio.
Ela começou a digitar os números toda afobada. Ela botou para chamar, mas logo ficou com cara decepcionada.
– Que foi? – Perguntei.
– Meus pais não atendem. – Ela disse um pouco triste.
– Liga para alguma amiga sua, e manda da o recado para seus pais.
– Isso.
Ela discou os números de novo, e ficou aguardando alguém atender.
– Mateus? – Me vire e fiquei olhando para ela. – Ai amor estou com saudade. Avisa meus pais que estou bem, não avisa nada para policia que eu liguei. Não tenho muito tempo. Eu amo você. E fica calmo estou bem.
Ela desligou o telefone, e havia um minuto e vinte seis de ligação. Eu não sei por que, mas eu fiquei irritado. Na realidade eu estava puto ao extremo.
– Seu namoradinho? – Perguntei.
– É sim.
Senti algo ruim, muito ruim, vontade de matar alguém. Principalmente esse tal de Mateus. Mas que porra é essa? Não to gostando disso.
– Ficou mudo por quê?
– Não tenho nada para falar.
– Esqueci que você é bipolar.
– Eu não vou tocar em você, então a gente só espera até amanhecer e vamos embora.
– Eu quero conversar.
– Conversa com o Mateus. – Falei e levantei da cama indo para o banheiro. Fiquei parado em frente ao espelho, me olhando.
Idiota, é isso que você é. Que porra foi esse agora? Ceninha ridícula. – Pensei. Estava no banheiro á um pouco mais de 10 minutos me crucificando pela cena patética que acabei de fazer, agindo como se fosse um adolescente de 15 anos. Lavei meu rosto e me olhei pela última vez no espelho, destranquei a porta do banheiro e sai em seguida. Kaila estava parada na porta de braços cruzados. Ela não falou nada e nem eu, só ficamos nos olhando, o que tem se tornado algo rotineiro. Lembrei-me do dia da chuva, da sensação de beijá-la, e foi o suficiente para querer agarra-la ali mesmo, mas eu tinha que me controlar.
– Você está bem? – Por fim ela quebrou aquele silêncio.
– Estou. – Respondi baixo, acho que baixo até demais. – Eu, quero te beijar.
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Proibida para mim
RomanceDizem que a frieza é uma saída para quem já sofreu demais. Talvez seja por isso que Leonardo seja assim, talvez seja isso o motivo que ele não nutri sentimentos. Ele talvez possa ter se transformado nisso, depois que sua mãe morreu ou pode ter sido...