•Capítulo 05•

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— Oi, você está bem? — pergunta Teresa enquanto acaricia a cabeça de Thomas que estava em seu colo.

— O que você estava pensando? — Chuck pergunta encarando Thomas

— O que aconteceu? — Thomas pergunta se levantando um pouco confuso ainda.

— Gally assumiu o controle, ele disse que tínhamos uma escolha, ou nos juntamos a ele, ou seremos banidos ao pôr do sol com você. — Newt explica do lado de fora do amansador

— E os outros concordaram? — Thomas pergunta

— Gally convenceu a todos que você é a razão de tudo o que aconteceu. — Teresa conta

— Bom, acho que ele está certo. — Thomas concorda e toma um gole de água que estava ao lado dele.

— Do que você está falando? — Minho se manifestou finalmente tentando entender o rumo da conversa de Thomas

— Esse lugar, não é o que pensamos que fosse. Não é uma prisão, é um teste. Tudo começou quando éramos crianças, eles nos davam desafios, faziam experimentos conosco. Só que as pessoas começaram a desaparecer, todos os meses, um após o outro. Sistematicamente! — Thomas conta sobre sua lembrança

— Mandavam eles para o labirinto. — Newt diz entendendo o que Thomas fala

— É, mas nem todos nós. — Thomas diz se lembrando de ver ele e Teresa.

— Como assim? — Newt pergunta

— Eu sou um deles, as pessoas que colocaram vocês aqui, eu trabalhava para eles. Eu vigiei vocês por anos, o tempo todo que estiveram aqui, eu estava do outro lado. E você também. — Thomas diz se virando para Teresa

— O que? — Teresa desconversa

— Nós fizemos isso com eles. — Thomas diz a Teresa.

— Não, não pode ser verdade. — Teresa se nega.

— É sim, eu vi. — Thomas diz — Cadê minha irmã?

— Gally a prendeu na sede, ou no que restou dela. Amanhã vão querer expulsar você e ela. — Chuck diz triste

— Por que eles nos mandariam aqui se estávamos com eles? — Teresa pergunta a Thomas.

— Isso não importa. — o mais velho a responde.

— Ele está certo, isso não importa. Nada disso, porque as pessoas que éramos antes do labirinto, não existem mais. Esses criadores deram um jeito nisso. Mas o que importa é quem nós somos agora, e o que nós fazemos agora. Você entrou no labirinto e achou uma saída. — Newt diz a Thomas

— É, mas se eu não tivesse ido, Alby ainda estaria vivo.

— Talvez... Mas eu sei que se ele estivesse aqui, diria exatamente a mesma coisa a você. Levanta e vai terminar o que você começou. Porque se não fizermos nada, então o Alby morreu por nada, e isso eu não posso aceitar. — Newt fala encorajando Thomas

— Está bem, mas temos que passar pelo Gally primeiro. — Thomas diz e todos concordam.

Um pouco mais à frente na clareira, Hayley resmungava de dor, tentava se soltar das amarras, mas era em vão. Ouviu conversas do lado de fora, e tentou não focar na dor e sim em quem falava.

— Se o Gally souber, ele me mata. Vai logo. — era a voz de Winston

A porta da sede abriu e Newt entrou, Hayley sorriu.

— Vim trazer água, falei com seu irmão. Ele está bem, pediu para eu vir te visitar. — Newt fala e abre a garrafa aproximando da boca da jovem.

Ela bebe um gole e agradece baixo.

— Gally enlouqueceu, ele mandou me deixar aqui e disse que eu seria a próxima isca de verdugos. — ela fala e solta um resmungo baixo

— Não vai ser, Winston e Caçarola estão na porta de vigia. E eu não vou deixar nada te acontecer, vamos sair daqui. Confia em mim? — ele pergunta encarando os olhos da garota e ela concorda com a cabeça. — O que foi? Amarraram muito forte?

Hayley nega.

— Acho que fui atingida, meu ombro dói. — ela resmunga, Newt puxa a blusa para o lado e vê uma marca de picada.

— Você foi picada. Preciso buscar um soro. — Newt diz e Hayley nega

— O último foi dado ao Thomas, eu estou bem. Amanhã vamos sair daqui mesmo?

— Sim. Vamos! — Newt afirma e se levanta

— Newt! — ela o chama e ele olha para ela. — Chega perto, eu não mordo!
Newt se abaixa e Hayley se estica ficando com o rosto colado ao dele. Seus lábios se roçam, e ela dá um rápido selinho sobre os lábios do garoto. — Obrigado pela água. — ela diz e ele sorri

— Descansa, amanhã vamos sair daqui. Eu prometo! — ele diz e se levanta meio estabanado esbarrando nas vigas e sai da sede.

......

O sol estava prestes a se pôr quando Gally mandou buscarem Thomas, Teresa e Hayley. Jogaram Thomas no chão.

— Que desperdício. — Gally resmunga guardando a faca no cinto.

— Gally... Não parece certo. — Winston diz enquanto os ajudantes de Gally seguravam Hayley e Teresa.

— É, e se o Thomas estiver certo? Talvez possa levar a gente para casa. — Jeff diz e Gally o encara.

— Já estamos em casa, está bem? Eu não quero mais ter que riscar nenhum nome daquele muro. — Gally diz e Hayley revira os olhos.

— Acha que nos banir vai resolver alguma coisa? — Teresa pergunta

— Não, mas isso não é um banimento. É uma oferenda. — Gally diz

— O que? — Teresa pergunta incrédula e começa a ser amarrada. — Pera aí, Gally, o que você está fazendo?

— Seu trolho maldito. — Hayley diz se debatendo ainda sentindo o ombro latejar.

— Vocês acham mesmo que eu ia deixar o Thomas voltar para o labirinto, depois do que ele fez? Olhem em volta, olhem a nossa clareira. Essa é a única forma, e quando os verdugos tiverem o que vieram pegar, tudo vai voltar a ser como era. — Gally diz sua teoria

— Estão ouvindo isso? Porque estão todos parados aí, ele é louco. — Teresa resmunga

— Cala a boca. — Gally grita.

— Se ficarem aqui, os verdugos vão voltar e vão continuar voltando até que estejam todos mortos. — Teresa fala aos clareanos.

— Cala a boca, amarrem ele. Vocês me ouviram. — Gally grita ao ver que ninguém faz nada. — Eu disse para amarrarem ele.

Ao tentarem levantar Thomas, o mesmo acerta a perna de um dos clareanos, pega o bastão de sua mão e aponta para o mesmo, Newt acerta outro clareano, enquanto Minho aponta o facão para Gally, Caçarola solta Teresa e Hayley.

— Você é cheio de surpresas, não é? — Gally diz a Thomas

— Não precisa vir com a gente, mas nós estamos indo. Se alguém quiser vir, é a última chance. — Thomas diz aos demais

— Não escutem ele, está tentando assustar vocês. — Gally diz

— Não estou tentando assustar vocês, já estão assustados. Eu estou assustado. Mas eu prefiro arriscar a minha vida lá fora do que passar o resto dela aqui. Não somos daqui, esse lugar não é nossa casa. Colocaram a gente aqui, nos prenderam aqui. Pelo menos lá temos escolha. E vamos sair daqui e isso eu sei. — Thomas diz

Jeff e Winston se juntam a ele.

— Me perdoa. — Jeff fala para Gally

— Gally, acabou. Por que não vêm com a gente? — Thomas pergunta

— Boa sorte com os verdugos. — Gally diz e vira as costas.

Thomas e os clareanos adentraram o labirinto em direção à saída.

The Powerful BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora