Capítulo 3: Labirinto

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Taehyung vasculha os bolsos da calça, ansiosamente em busca de um cigarro. O maço está na mochila, debaixo do banco do carro de Sejeong, e ele não pode ir buscar sem a chave enferrujada que a amiga guarda - perigosamente - dentro do sutiã.

Ele abre a torneira do banheiro masculino, esfregando o rosto com força para tentar acordar do transe hipnótico em que foi posto. As mãos molham o pescoço, apagando o calor que surgiu na região, e também parte do cabelo encaracolado.

O celular vibra outra vez em seu bolso, o zumbido irritante e incansável penetrando seus ouvidos como uma abelha insistente em busca de mel em lugares onde nada mais pode ser extraído.

Ele tinha desligado assim que o filme começou e quando o ligou novamente, havia se deparado com quatro ligações perdidas da mãe. O sangue em suas veias gelou automaticamente enquanto ele pedia licença para ir ao banheiro, atropelando os outros adolescentes que papeavam no meio do caminho. Se ela tinha se dado ao trabalho de ligar quatro vezes numa única noite, ele já podia presumir que havia feito alguma besteira, uma das grandes, capaz de irritar a mãe até mesmo em outro continente.

Joanne nunca ligava para ele, em livre interpretação.

Ele deveria estar contente, no fundo, mas o nervosismo tomando conta de seu corpo espanta qualquer resquício de satisfação. Sua mãe já havia descoberto sobre a folga antecipada dos funcionários? Ela não podia descobrir sobre as roupas no berçário, nem sobre seu namoro falso, ou sobre os cigarros escondidos no tênis sujo e o desentendimento com a fisioterapeuta.

O fato de ela ser capaz de descobrir tanta coisa a seu respeito é o que realmente lhe deixa tão nervoso.

Por que tenho que esconder tanta merda? Ele não consegue evitar o questionamento, a mesma pergunta cansativa e corriqueira que surge em sua cabeça todos os dias. Seria mais fácil lidar com a formalidade de sua mãe se ele fosse um garoto normal. Não, não normal: entediante é o adjetivo mais apropriado para o estilo de vida idealizado pela irmãzinha da nação.

Chefe Yoon Joanne é o nome que estampa o visor de seu compacto celular, e até mesmo o nome dela lhe causa certa estranheza.

Ele respira fundo antes de atender, observando seu próprio sorriso crescer radiantemente no espelho embaçado do banheiro.

- Oi, mamã. - A voz sai repleta de doçura, com o tom meloso e grudento que Joanne tanto gostava de ouvir quando ele era pequeno, mas que passou a ser uma provocação cheia de cinismo à medida que ele crescia. - Que horas são aí agora?

- Quase nove da noite. Se você não fugiu do país, devemos estar vendo a mesma lua agora.

O sorriso em seu rosto não desaparece, apesar de uma onda de desapontamento atingir seu corpo. A farra tinha acabado antes mesmo que ele se desse conta.

Diamonds Don't Turn To Dust ❀*ೃ taekook;Onde histórias criam vida. Descubra agora