Capítulo 1: Sóbrio

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Sexta-feira, 22 de agosto de 2008

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Sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Deitado em sua cama há mais tempo do que julga necessário, Taehyung encara o teto de seu quarto com uma pontada de aflição no coração.

Balança os pés sob a cama constantemente e não consegue entender o porquê de tanta inquietação. Talvez sejam os trabalhos de escola acumulados na escrivaninha, aqueles dos quais ele mal sabe do que se trata pois nem se deu o trabalho de começá-los, talvez fosse a falta do que fazer, já que tem tanto tempo livre agora que está em período de reabilitação e mesmo assim não pode fazer nada do que julga ser realmente divertido, ou talvez seja o fato de sua mãe estar viajando há quase uma semana e ele ainda sentir-se totalmente vigiado, seja pelos funcionários da casa, pelas câmeras ou pelos retratos penetrantes do rosto infantil de sua mãe espalhados pela casa juntamente aos quadros renascentistas.

Talvez, secretamente, uma pequena parcela de sua existência estivesse sentindo saudades de Hoseok.

Provavelmente, não de Hoseok como um todo, mas da sensação que ele lhe proporcionava toda vez que estavam juntos. Era como se o conceito de diversão tivesse sido criado depois que alguém passou um dia inteiro com o músico e nenhuma palavra existente fosse suficiente para expressar como estar com ele era insanamente bom.

Olhando de fora, de maneira sóbria e consciente, aqueles meses ao lado de Hoseok, desafiando as leis de Seul e os limites do corpo humano, não parecem ser tão bons assim.

Quando olha para a larga janela aberta em seu quarto, as cortinas balançando com a brisa, e vê o sol se pondo, despedindo-se especialmente dele com seu brilho alaranjado pintando as nuvens com uma coloração rosada, Taehyung se lembra - agridocemente, com uma nostalgia não muito saudosa - da época em que costumava acordar iluminado por esse mesmo brilho tardio e o mesmo calor, com os olhos inchados e levemente irritados, a boca amarga com um gosto quase indescritível de desilusões e arrependimentos, nariz queimando, garganta irritada, e um sorrisinho presunçoso de um típico adolescente estúpido que contemplava o fato de ainda estar vivo para mais uma noite de loucuras e péssimas companhias.

Se Jisoo não tivesse resgatado-o daquela época turbulenta que abalou e ilustrou seus anos rebeldes, Taehyung continuaria com o mesmo estilo de vida depreciativo e destrutivo que mantinha com uma naturalidade absurda aos olhos alheios, e provavelmente não se arrependeria das escolhas que andou tomando por mais tempo do que deveria.

Seus hábitos ruins tinham sido descobertos depois de um único e grave deslize, deslize esse que quase levou sua vida também. Ele tinha brincado inconsequentemente até ter sua diversão bruscamente interrompida por uma overdose.

Taehyung aprendeu a ser discreto desde pequeno, quando a mãe - e também os agentes dela - ensinaram-no que as pessoas só deveriam saber de sua vida aquilo que ele queria que soubessem. E quando foi humilhado pela primeira vez por achar que podia confiar em alguém, Taehyung decidiu que não queria que soubessem de absolutamente nada que fosse realmente verdade, a mentira sendo a única coisa capaz de saciar as expectativas que o resto do mundo tinha sobre si.

Diamonds Don't Turn To Dust ❀*ೃ taekook;Onde histórias criam vida. Descubra agora