Quem é a louca agora?

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Fiquei mais um tempo por ali, em um campo de futebol ao lado da quadra, com o Nicolas, ouvindo conselhos e palavras de consolo dele, mas nada adiantava, meu coração estava partido

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Fiquei mais um tempo por ali, em um campo de futebol ao lado da quadra, com o Nicolas, ouvindo conselhos e palavras de consolo dele, mas nada adiantava, meu coração estava partido. A Raquel sempre me apoiava e voltava para mim mesmo quando eu fazia alguma merda, mas isso não era perdoável, eu reconhecia, e também sabia que ela não voltaria a falar comigo.

—"nunca mais" é exagero, uma hora ela te desculpa, vocês se conhecem há tanto tempo— ele tentava me fazer sentir melhor enquanto fazia carinho na minha cabeça, que estava deitada em seu colo.

—É que você não viu a cara dela— respondi decepcionada comigo mesma— e nem como ela disse. Ela já deve ter cansado de perdoar todas as burradas que eu já fiz, não vai querer perdoar de novo— nem a grama pinicando minhas pernas me incomodavam naquele momento, eu só queria chorar, mas nem isso conseguia.

—Sei que não tenho o tempo de convivência que você teve com ela, mas de uma coisa eu sei— ele deu uma pequena pausa e parou de mexer no meu cabelo, como se fosse falar algo importante — a Raquel te adora, de verdade, você tinha que ver como ela ficava quando não estavam se falando, era "Sam" o tempo todo— eu neguei a cabeça, não acreditando muito, a Raquel era tão divertida e cercada de tanta gente mais legal que eu, não acho que sentia minha falta.

—Só está falando isso pra tentar me animar— reclamei, colocando a mão no rosto dele e empurrando de leve.

—Não— ele riu e segurou minha mão— é verdade, até eu fico triste quando a gente fica meio distante, imagine ela.

—Mentiroso— fiz careta para ele— quando eu não estou perto você nem lembra que eu existo.

—Você sabe que sim— ele disse olhando para frente, com um sorrisinho nos lábios— queria mesmo não lembrar, mas é impossível— ultimamente o Nicolas vinha jogando muitas indiretas para mim, ele parecia não se importar mais por estar na "friendzone".

—A cara nem queima— eu ri dele e ele deu de ombros.

—Não mesmo, você ainda não saiu da minha cabeça e eu não fico tentando esconder isso— eu parei de rir e a vergonha tomou conta— acho que isso é até bom, para te mostrar que você não é essa garota sem sal que pensa ser.

—É claro que eu sou.

—Tem duas pessoas apaixonadas por você nesse momento, acho que uma pessoa sem sal não conseguiria nem uma— eu virei o rosto quando ele me encarou, era vergonha demais para aguentar.

—Você deve ser louco— debochei— e ele também.

—Acredito que somos bem sãos— ele disse com convicção— bom, eu nem tanto agora, você não me dá a mínima e eu continuo aqui.

—Não é isso— retruquei ofendida— eu adoro você, só não desse jeito.

—Sabe, eu ainda penso no dia que você me beijou na sua casa— ele voltou a olhar para frente, mas não com o olhar brincalhão e sim distante— mesmo sabendo que você só estava me usando, eu gostei.

A Irmã ExemplarOnde histórias criam vida. Descubra agora