Pensamentos proibidos.

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Estava parada em frente à casa da Raquel, a chamando pelo nome, ela poderia muito bem me ignorar e me deixar gritando na rua igual uma louca, mas estava torcendo para ela não fazer isso

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Estava parada em frente à casa da Raquel, a chamando pelo nome, ela poderia muito bem me ignorar e me deixar gritando na rua igual uma louca, mas estava torcendo para ela não fazer isso.
Eu fiquei a manhã inteira pensando se viria atrás dela ou não, se valia a pena, pois, eu não queria andar de bicicleta por 10 minutos debaixo de um sol escaldante que me deixaria vermelha, mas também não quero perder a minha única amiga, por mensagem eu não conseguia a fazer falar comigo, então pensei que vindo aqui seria mais fácil.

-Raquel- gritei pela terceira vez, eu não sabia se ela estava surda e não ouvia, ou se eu estava gritando muito baixo, ou se ela estava fingindo não me ouvir. Tentei gritar mais alto, mesmo com vergonha das pessoas que estavam na rua.
Comecei a cogitar que ela poderia estar na casa de seu pai, mesmo indo lá apenas nos fins de semana, que era ainda mais longe. Quando desisti de chama-lá e estava pegando a bicicleta rosa para ir embora, ela abriu a porta de sua casa.

-O que?- ela gritou de lá.

-A gente pode conversar?- gritei de volta, ela não respondeu, mas pegou a chave da fechadura da porta e andou até aqui, abrindo o portão de grade que estava trancado por um cadeado.

-Não me ouviu chamar?- peguei minha bicicleta e entrei quando ela abriu o portão.

-Estava dormindo- eu acreditei naquilo, ela estava com o cabelo em um coque bagunçado e o rosto inchado- Vai querer entrar?- ela perguntou desanimada, como se não me quisesse ali.

-Se não for te atrapalhar- disse e ela trancou o portão de novo, começou a andar em direção a porta e eu acompanhei, deixei minha bicicleta encostada na parede perto da porta e entramos.

-Por que você está assim comigo?- perguntei sem rodeios, eu queria acabar com essa "briguinha" logo.

-Estou normal- ela se sentou no sofá.

-Não está não, você sabe- ela pegou o controle e ligou a tv, me ignorando- o que quis dizer com "não quero falar com gente que só se importa consigo"?- perguntei me referindo a mensagem que ela tinha me mandado ontem na escola.

-Quis dizer que você é uma escrota que não está nem ai para os outros- ela disse brava, agora me olhando, e eu fiquei surpresa, ela nunca tinha falado assim comigo.

-Eu queria saber o que fiz de errado- tentei manter a calma, mas fiquei brava por ela me xingar por uma coisa tão boba.

-O que você fez?- ela perguntou e riu debochada- você me deixou sozinha naquela festa sem mais nem menos.

-Eu sei que isso não foi legal, mas não é motivo para você ficar tão brava comigo- disse e ela fechou os olhos e respirou fundo, como se quisesse se acalmar.

-Eu tive que ficar lá até as 4 horas da manhã, para poder ir embora com o Luan, ele nem ia embora, ia dormir lá, mas ele, diferente de você, é um bom amigo e foi embora só para me acompanhar- ela parecia chateada.

A Irmã ExemplarOnde histórias criam vida. Descubra agora