Sangue do meu sangue

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—Você está brincando— eu disse desacreditada, apenas não podia ser verdade

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—Você está brincando— eu disse desacreditada, apenas não podia ser verdade.

—Eu queria mesmo que fosse brincadeira— ela deu as costas, se direcionando até a sua escrivaninha, abriu a última gaveta e tirou três testes de lá— Isso parece brincadeira?— ela perguntou raivosa, os jogando em cima da cama.
Eu rapidamente os peguei, querendo chorar com o resultado que estava escrito. "Grávida. 3+"

—Não, não é verdade— com a mão sobre boca, eu fui andando lentamente para trás, até minhas costas encontrarem a parede.

—Isso é real, Samantha— ela foi até mim pegando os testes da minha mão. E aí me veio à  mente a cena que eu tive a infelicidade de presenciar momentos atrás.

—Como você sabe que é do Rafael? Você dá para tanta gente— disse com desprezo e nojo na voz, ela me dava nojo, assim como eu sabia que também dava à ela.

—Ele foi o primeiro cara que eu me permiti ficar depois do Rafael— seus olhos estavam cheios de lágrimas— ainda não sei de quanto tempo estou exatamente, mas eu não menstruo há quase três meses.

—Eu não acredito nesses testes— os tirei da mão dela e os joguei no chão, eu estava em transe, não sabia o que pensar, no que acreditar. Meu Deus o que ia ser da gente agora?

—Eu vou fazer o de sangue, só estou esperando a mamãe voltar.

—Por que?

—Porque ela pediu.

—Já contou para ela?— me sentei na cama, querendo chorar, mas as lágrimas não saiam, era ainda pior.

—Liguei para ela hoje— o que o Rafael ia fazer?— eu não estou atrás dele porque eu quero, eu estou atrás porque eu preciso dele— ela se ajoelhou na minha frente, e segurou minhas mãos. Seu rosto estava repleto de lágrimas enquanto o meu não demonstrava emoção nenhuma— você não pode ficar com ele, Sam.

—Não diz o que eu posso ou não fazer— me levantei raivosa, a soltando com força, e fui para o meu quarto. Ela me seguiu.
Existiam milhões de bebês que cresciam com pais separados, isso não seria um problema.

—Por favor, Samantha, é uma vida que tem aqui, você não pode impedir isso— minha vontade era de socar a cara dela.

—Isso não vai segurar ele— disse apontando para a barriga dela— ele e esse bebê são pessoas diferentes, não tem nada a ver.

Ela se calou, se sentou na cama e escondeu o rosto nas mãos. Ficamos completamente quietas e imóveis por alguns minutos, na minha mente só vinha ele, e eu me perguntava se ele iria me deixar por causa disso.

—Como você acha que seria sua vida se você tivesse crescido longe do papai ou da mamãe?— ela quebrou o silêncio, e eu não soube responder sua pergunta de imediato— a minha seria horrível— ela riu soltando o ar pelo nariz, e finalmente se levantou de novo.

A Irmã ExemplarOnde histórias criam vida. Descubra agora