Dois crushes.

181 15 4
                                    

Quando o táxi parou no portão da minha casa, às seis e meia, eu já estava me preparando para encontrar um pai bravo me dando sermão pelo atraso, e eu ia acabar brigando com ele por não entender porque eu tinha um horário tão exato para chegar, até...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quando o táxi parou no portão da minha casa, às seis e meia, eu já estava me preparando para encontrar um pai bravo me dando sermão pelo atraso, e eu ia acabar brigando com ele por não entender porque eu tinha um horário tão exato para chegar, até quando saio com "a minha amiga".
Como não tinha levado a chave, toquei a companhia, e esperei um pouco até ouvir passos se aproximando. Eu gelei quando vi minha irmã, do outro lado.

- Imaginei que fosse você- ela disse me olhando brava.

- Ok, me dá licença então- ela estava na minha frente, bloqueando minha entrada.

-Você me disse que não ia mais ver aquele garoto- por que ela se importava tanto com a minha vida?

-Que garoto?- me fiz de desentendida.

-Aquele moleque, que eu te proibi de ver- ela disse como se fosse minha dona.

-Me proibiu?- perguntei e ri com deboche- me dá licença, Sarah- a empurrei com força suficiente para ela ir para trás, e sair da minha frente. Entrei pelo portão, e comecei a andar, a ignorando.

-Não pense que eu não vou contar para o papai e a mamãe- ela falava andando atrás de mim.

- Contar o que? Que eu fui ao shopping com a Raquel? Eles já sabiam- abri a porta da sala com força, passei pela sala vazia e fui em direção às escadas.

- E por acaso a Raquel é um garoto, horrível por sinal, todo malandrinho, que estava usando uma bandana ridícula na cabeça?- ela fez uma pergunta retórica, e eu parei na ponta da escada. Como ela sabia que ele estava usando bandana?

- Para de se meter na minha vida.

- Eu sou sua irmã mais velha, tenho todo o direito- ela disse cruzando os braços.

- Você não é minha mãe, não manda em mim- retruquei.

- Então eu vou contar para ela, assim ela vai poder lidar com isso- disse desafiadora- Acha mesmo que ninguém descobre essas suas mentirinhas?- ela perguntou pegando seu celular do bolso da calça - Que azar você teve, encontrar gente conhecida- ela me mostrou uma foto, em que estava eu e o Luan, de costas andando na praça de alimentação mais cedo no shopping.

- Você é louca- disse desacreditada naquilo- Contratou um detetive particular para me vigiar, é?- perguntei irônica.

- Não, meu namorado me mandou essa foto- ela rebateu, e eu fiquei quieta por alguns segundos, por que o Rafael faria aquilo? Ele sabia que minha irmã não gostava dele, e presenciou um show que ela deu por causa disso. Eu o achava tão legal, e agora ele fazia isso para colocar mais lenha na fogueira.

- São dois intrometidos então- disse tentando não demonstrar que estava chateada. Comecei a subir as escadas em direção ao meu quarto.

- Quando nossos pais chegarem, eles vão ficar sabendo- ela gritou da ponta da escada para eu poder ouvir.
Quando entrei no meu quarto, bati a porta com força, e me sentei na cama emburrada. Estava triste por Rafael ter feito aquilo, o que ele ia ganhar me dedurando para a minha irmã? A relação deles era tão pura e confidente assim, que ele tinha que contar tudo o que via para ela?
Quando estava trocando de roupa, minha irmã abriu a porta do meu quarto, sem mesmo bater, e eu coloquei o vestido na frente do meu corpo, para tampar minha nudez.

A Irmã ExemplarOnde histórias criam vida. Descubra agora