Melhores amigas.

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Eu nem sabia direito sobre o que Raquel estava falando, eu estava mergulhada em meus próprios pensamentos, aqueles olhos, aquele sorriso, o jeito como ele me segurava e me tocava, qualquer coisa que ele fazia era como mágica, me sentia num conto de fadas.

—Você tinha que ver, ele pagou o maior mico— sua risada escandalosa havia me tirado de transe, ela gargalhava sobre algo que ela mesma tinha falado.

—O que foi?— a olhei distraída e ela fechou a cara, me olhando séria.

—Sério que você não ouviu nada?— ela perguntou e eu fiquei em silêncio, ela soltou ar pela boca, irritada— eu estava falando que o Diego— ela apontou para o garoto magro no fundo da sala— estava na batalha ontem, e ele rimou um negócio ridículo, tipo muito nada a ver, e passou muita vergonha— ela colocou a mão na boca para não rir.

—Ei, falando dessa batalha— me lembrei de algo que tinha achado estranho— desde quando você é amiga da Monalisa?

—Ué, ela estava no luau aquele dia— ela deu de ombros.

—Mas foi só uma vez, como fizeram amizade tão rápido?— toda vez que Raquel ficava amiga de alguém eu ficava insegura e com um certo ciúmes, minha única amiga não podia me trocar.

—Tá, mas ela é gente boa, a gente se deu bem— ela disse como se fosse a coisa mais comum do mundo, talvez para ela fosse— Está com ciúmes?— ela perguntou rindo e eu mostrei o dedo do meio para ela, o que a fez rir mais— que fofa, meu deuso— ela fez uma voz fofa e enjoativa e começou a me cutucar para me irritar. Eu dei alguns tapinhas nas suas mãos.

—Só estava curiosa, ok?— ela me olhou desacreditada— só não me troca por ela e está tudo certo.

—Você sabe que nunca vou te trocar, branquela— ela apertou meu rosto com as duas mãos e deu um beijo na minha bochecha, mesmo eu lutando para me afastar.

—Chata— esbravejei, limpando o beijo dela do meu rosto, de forma bruta.

—Te amo.

—Raquelzinha— ouvimos Bruna a chamando e ela se abaixou ao lado da minha amiga— só queria te agradecer por ter levado o Luan— ela deu uma risadinha— a gente se deu super bem.

—A gente percebeu mesmo, não é Sam?— ela disse irônica.

—Ai Sam, você não está chateada comigo não né?— ela esticou o braço para pegar minha mão— sei que vocês já ficaram, foi estupidez minha não te perguntar nada.

—Estou super de boa com isso, pode ficar para você— disse indiferente— a gente nunca teve nada demais.

—É um alívio, isso estava martelando na minha cabeça— se fosse verdade ela não teria dado em cima dele na minha frente— agora eu posso continuar investindo nele sem peso na consciência— Deus, que garota falsa!

—Imagina, até embrulho e coloco um lacinho para você— aquele presente eu não iria querer de volta.

—Que bom que não ficou bolada— ela tirou sua mão da minha e voltou sua atenção para Raquel— eu estava pensando que nós poderíamos sair qualquer dia, eu sei que você gostou do meu primo, então posso chamar ele também— ela disse maliciosa— sempre quis ter um encontro a quatro.

—Quem sabe né— Raquel não tinha sido muito convincente.

—A gente combina então— ela jogou um beijinho no ar e se afastou.

—Você vai?

—Nem fodendo— ela exclamou e eu ri— eu percebi que a Bruna consegue ser muito irritante— concordei com a cabeça, sempre pensei isso dela.

A Irmã ExemplarOnde histórias criam vida. Descubra agora