Uma tênue linha separa a realidade que pensamos existir e o inexplicável que Melinda Torres vai descobrir, não só em todo mundo, como dentro de si.
Com a ajuda dos membros da unidade policial DOM, ao qual pertence, ela descobrirá não só o outro lado...
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Actualmente
Melinda adentrou o laboratório seguida de seu tio melindroso, um homem magro, sem grande forças nos músculos.
- Quem é esse senhor, agente? - perguntou Raúl.
- É o meu tio. Encontrei... enfim, longa história. Resumindo, ele está a par de tudo que fazemos, sobre a DOM.
- Para unidade secreta, está muita gente sabendo - constatou o cientista.
- Foi exatamente o que disse há pouco. Enfim, este é o meu tio Ernesto. Tio, este é o Dr. Raúl, a Inês e o Maurício.
Ernesto estava distraído olhando a vaca. Melinda sentiu o calor fogaz atingi-la que nem um silvo de descontentamento.
- Mel, estou a sentir outra vez aquilo. Está fora de controlo.
- Não olhes para a Gina.
- Ela também é uma metamorfa? - sussurou aos ouvidos da sobrinha.
Aquele calor que a invandia sabia tão bem. Até ela perdia o foco de suas responsabilidades.
- Não, tio. É mesmo uma vaca, nossa amiga cobaia.
- Os ratos saíram de moda?
- Não. Estás melhor? Para de falar de animais. Isso não é pior?
- Não acho que faça diferença.
- Dr. Raúl, trouxe os relatórios que tenho que entregar ao Bernardo, mas queria que passasse os olhos por eles.
Raúl olhava para Ernesto curiosa. As suas sobrancelhas completamente arqueadas.
- Algo nele é familiar - comentou Raúl.
Maurício olhava Melinda com um sorriso. Inês estava falando com alguém pelos auriculares.
- É normal. É meu tio, talvez ajam parecenças.
- Ligeiras parecenças - disse Maurício.
- Esse rapaz é o teu namorado, Mel, o dono dessas roupas?
Maurício corou e se afastou, fingindo ter algo para fazer.
- O Pedro está com o Bernardo, dando os relatórios, se quiseres saber - informou enquanto pegava uma caixa e a levava para o cantinho de Gina, onde a abriu e tirou toda a palha que estava dentro.
- Não, tio. Não tenho namorado e o Maurício é consultor da DOM. Porque perguntas isso?
- Desculpa, pensei isso porque... esquece. Mel, está a acontecer outra vez.
- Tudo bem, tio. Aqui a gente sabe que seres sobrenaturais existem.
- Ainda bem que dizes isso porque...
Num instante o corpo do homem desapareceu e virou o corpo de um rato.
Raúl caiu para trás com o espanto, Inês calou-se, deixando o seu interlocutor a chamar por ela e não obter resposta. Maurício não vira a transformação, mas ficara com uma expressão de espanto vendo as roupas no chão.
