13 - Filantrópicos

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Actualmente

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Actualmente

- Eu sei que é muita coincidência, ou talvez as coincidências não existam e tudo aconteça por uma razão, como estarmos todos juntos aqui agora.

Pedro chegou e interrompeu o Dr. Raúl.

- Juntos, é? E eu?

- Ah, jovem. Junte-se a nós - convidou o cientista.

Pedro não precisou que o convidasse duas vezes.

- Ía contar a história da minha lua de mel.

- Pensava eu que aqui se trabalhava. Bem, se é isso, eu vou escrever o relatório sobre a minha conversa com a... - ficou envergonhado ao pensar em dizer o nome - Luana.

- Não, Pedro - pediu Melinda - Espera, isto faz parte do nosso trabalho, acredita!

- Tens a certeza?

- Eu entendo a dúvida - Maurício colocou a mão no ombro de Pedro ao dizer tais palavras - Mas acho realmente que todos devamos saber e é melhor ouvir-mos agora que ele está em funcionamento. Por vezes é difícil a comunicação.

Evidentemente o tio ignorou o que ouviu e aprontou-se para voltar ao passado. Sentira vergonha quando se lembrara, pois apercebera-se que havia esquecido aquelas duas semanas em Paris há muito tempo.

🔥🔥🔥

Paris, 1985

O encanto distribuíasse por todo o salão de festas. Mulheres vistosas e homens de queixo alto preenchiam o espaço de maneira equilibrada. Raúl procurara com os olhos o seu chefe de laboratório, mas só o encontrara após dez minutos perambulando pelo salão. Elisabete não largava a sua mão, como se receasse perdê-lo na multidão e ele estava saboreando essa sensação prazerosa. Amava tanto aquela mulher, que era capaz de fazer qualquer coisa para a agradar.

- Ó, Travassos, afinal sempre veio - disse o seu chefe mal o viu - Bonjour, Elisabete.

Elisabete estendeu a mão. Elias Bertrand beijou sua mão de maneira respeituosa.

Queria pensar que havia uma forte razão para estar naquele baile de gala em plena lua-de-mel, no entanto Elisabete não parecia se importar. Ela gostava daquele ambiente, era uma cidadã do mundo e da sociedade. Ela adorava socializar e essa era a sua qualidade mais requisitada. Qualquer um consegue ter a capacidade de falar durante horas, mas nem toda a gente consegue se reger a uma conversa culta e instigante ao mesmo tempo, que nem Elisabete. Não era uma mulher das ciências como o marido, mas era uma mulher da literatura. Tivera a sorte de ter tido uma educação institucionalizada e tirava partido disso. Naquele salão, ela não era menos que ninguém.

- Vou apresentar-vos a minha mulher. Adelaide, querida! - chamou uma mulher de cabelo loiro bem perto de si, que se virou para eles com um sorriso. Os seus olhos azuis não passavam despercebidos - Este é o Raúl Travassos e esta a mulher, Elisabete.

Dom de Fogo (Completo) Finalista Wattys 2021Onde histórias criam vida. Descubra agora