27 - Poder dos sonhos

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No pousar da cabeça sobre a almofada, surgia o segredo mágico de seus sonhos premonitórios. A desvantagem de Luana era somente não saber a sua própria condição mágica. O que seria ela? Uma médium ou algo ligeiramente semelhante, porém mais privilegiado? Soltar seus sonhos em livros tinha sido uma ideia brilhante, não só ganhava dinheiro, como passava ao sonho seguinte, o problema é que nem sempre compreendia. Nem todos os seus sonhos eram bem estruturados, alguns eram que nem arte abstrata, um emaranho de não-sei-quê, misturado com tanto-faz. Em muitos de seus sonhos, aparecia um homem que ela não conhecia, nem sabia quem era, mas por parecer um viajante em seu subconsciente, Luana nomeara-o de Andarilho.

O Andarilho tinha uma característica distinta, interessante e plenamente abstrata que consistia em rejuvesnecer, assim como Benjamim Button no filme de romance que vira pela primeira vez na companhia da sua avó, à frente de uma lareira acesa e uma tijela de pipocas à frente. Coincidentemente a aparência do Andarilho também era bem próxima da de Brad Pitt, o actor que protagonizava o filme O estranho caso de Benjamim Button.

Luana não fazia a mínima ideia do que isso significava, a única coisa que ela sabia sobre aquela personagem, era que era recorrente em seus sonhos e que a fazia sentir estranha. Pensando bem, ela a fazia sentir medo, fazia-a sentir-se em perigo iminente. O homem transportava consigo uma neblina de mistério e de mau presságio e a cada vez que ele aparecia algo de mal acontecia, não importava o quê. Com o tempo Luana aprendera a desconfiar, a vê-lo como um vilão de seus sonhos. Por vezes a única solução era acordar. Somente no despertar, ela era capaz de livrar-se da sensação de perigo que o Andarilho a fazia sentir.

Ainda procurava por Maurício, quando foi de encontrão contra aquele homem, o Andarilho de seus sonhos, bem na entrada do edifício. Ele parecia com pressa para sair dali e nem lhe pediu desculpas. Agiu como se nada fosse. O coração de Luana disparou. Pedro surgiu perto de si e levou as mãos às suas costas, antes que caísse.

- Tudo bem? - perguntou.

- Eu... acho que sim - respondeu.

- Estás pálida.

Ela nunca ficava pálida. A sua cor naturalmente morena não permitia muito esse acontecimento, mas era verdade e ela poderia constatar isso se se olhasse ao espelho. Ver aquele homem fizera-a perder a cor.

- Segue aquele homem loiro de blazer azul marinho e gravata azul - disse.

- Tens a certeza?

- Eu tenho. Não te preocupes comigo, apenas segue-o, Pedro. Ele é mau. A gente tem de saber onde ele vai.

Pedro não perdeu tempo a pensar duas vezes, se Luana assim o dizia, era porque era verdade. Ele confiava plenamente na sua palavra. Não saberia dizer porquê, mas acreditava nela.

Pedro foi-se camuflando na penumbra da noite enquanto seguia o homem até um carro. Não conseguiu ter melhor presença de espírito a não ser enfiar-se na bagageira do carro num momento de distração do homem. Fôra um risco que acabara de cometer por acreditar cegamente na palavra de Luana.

Dom de Fogo (Completo) Finalista Wattys 2021Onde histórias criam vida. Descubra agora