"Marcas do Passado"

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      As coisas estavam cada vez mais complicadas, não só para Jess, mas também para todos em que se envolviam com ela. Não era mais aquela doce e velha sintonia, de acordar de manhã cedo, para enfim ir para escola, ou, sonhar reencontrando os bons e velhos amigos. A vontade de chorar era constante, mais doloroso do que um coração partido, que já estava partido por alguma maneira.
     O lance entre Jess e Samm já era algo bem antigo, não houvera relatos de traição, ou desentendimento ( era o que mais comentavam enquanto eles estavam juntos) Mas, por algum motivo, ela não irá querer tocar no assunto novamente, seria como se fossem reacender uma chama, que já estava apagada. Algo antigo, ou só as ondas do primeiro amor, já que pessoas "mais velhas" comentam que ; Primeiro amor a gente nunca esquece. Mas, aquela situação já estava um pouco retraída, ainda mais quando é tocada de uma maneira tão pública, que pode fazer ambas as pessoas envolvidas, conversar sobre desventuras do passado. Na verdade, tudo aquilo não passou de meros momentos, e que um dia ou outro, se tornaria lembranças que como de costume; o tempo apagaria.
     Mas voltando aos fatos, ou o ponto principal, pelo qual motivo a mala estaria tão organizada? A resposta veio dolorosamente.
     - Achamos que você poderia passar um tempo fora. Talvez você vá para a casa da sua tia no interior, notamos que você anda tão retraída esses últimos tempos. - Disse a mãe de Jess, enquanto colocava um pouco de café em uma xícara, que pela demora o café já estaria dormido.
     - Não! Eu não estou retraída, não estou triste, não estou sobrecarregada, Estou serena! - Disse Jess, enquanto se direcionava para o seu quarto, afim de bagunçar as roupas que estavam organizadas na mala.
    - Jess, você não precisa disso! Para! - Indagou Samm, afim de consolar.
    Jess ficou muda por alguns minutos, sentada no canto da cama, até uma lágrima cair do seu olho direito, indicando puro desgosto.
    - Samm, não acha que é hora de voltar para casa? Já deu por hoje.

     Aqueles dias foram amargos, as coisas desandaram, pelo simples fato de terem parado. Um tempo através do outro, os espelhos foram quebrando, com isso, as responsabilidades foram o maior motivo de terem acumulado e por fim; explodido. É que as coisas foram por água abaixo, naquele instante, a única coisa que Jess queria ver, era o absoluto vácuo, presente em um mínimo espaço possível, para pensar,para concordar com si mesma.
       Samm, naquele mesmo momento foi até a sala, se despediu dos pais de Jess e saiu, cabisbaixo, colocou a mão nos bolsos e seguiu seu caminho, afim de derreter aquele gelo.
    
            "Samm - de - Sammuell"

    Não haverá outro dia afim de se entender com si mesmo, na cabeça de Samm, rolava confusão todo dia à todos os instantes. Não era briga para se aceitar, ou para explicar o conceito de algo, era briga afim de entender o que se passava naquele momento.
    As coisas eram imprevisíveis ao ponto de assustar, dia após dia, àquilo ia se juntando até ele explodir, ou socar a parede de tanto ódio, nunca saberemos o real motivo de tal ato bárbaro.
     Os dias eram escuros que nem a noites solitárias, e o único abrigo era simplesmente falar com os amigos, marcar um dia pra um rolê, afim de curtir, com a finalidade de esquecer os dias de angústia. Esses dias eram como chave de ouro para um cadeado de prata.
     Em questão de amor, namorar, ou ter um encontro, não vou comentar sobre o assunto. Mas digo-lhe, será que o passado foi tão cruel assim? Ao ponto de chegar Jess e Samm, ao ponto de chegar ao insuportável?
     A relatos de brigas, e algumas discussões sem finalidade, ou só em questão de família. Entretanto, não saberemos o fim.
      Só sabemos também que; Samm, contém seu lado colorido, um lado acolhedor, afim de cuidar das pessoas de quem o ama. Ele também ouve os problemas dos amigos e tenta consolar e aconselhar, afim de melhorar a situação de vida. Lhe cabia decidir algumas coisas.
      Samm, realmente para alguns, era considerado um amigo fiel, de garra e força! Para qualquer momento da vida. Mas não deixe enganar, caros leitores, ele também tem um lado sombrio, um lado de guerra, ódio e mortal. O sangue que lhe passava na veia era quente, cheio de ambas as partes, criando uma certa bipolaridade. Algo que ninguém que o conhece, poderá explicar esse lado sombrio de Samm.
     Em questão familiar, algumas brigas, discussões abalava sua cabeça, fazendo lhe voltar para o rolê com os amigos, ou chegar bêbado em casa, ou chorar sozinho a noite.
       Samm, na noite em que se frustrou com a Jess, saiu na rua, ao ponto de esquecer aquela noite tediosa e complicada. O tempo estava nublado, alí já dava início a uma tempestade, tanto dentro de si, como na cidade onde morava. As ruas estavam desertas, e só haviam alguns bêbados na esquina, algo normal do cotidiano.
      Ele andou na avenida, chutou algumas latinhas, e foi se encontrar com seu melhor amigo, alguém que tem confiança, esse amigo era o Max.
   Chegando na casa de Max, tudo estava de mal a pior, havia acontecido uma briga, tão trágica, ao ponto de Samm ver o amigo encolhido no canto do quarto. Imediatamente Samm tirou Max daquele ar de confusão, os dois juntaram suas decepções, e correram sem destino algum, ao fim de dar um descanso, de uma decepção após a outra.
      Os dois já estavam bem longe de casa, algo que nunca haviam feito, ambos teriam brigado, esculachado, e derretido suas memórias, que a horas atrás estavam em perfeita harmonia. Os dois estavam se aproximando de um velho lago, onde puderam se sentar no píer, e conversar, finalmente do que havia acontecido naquela noite.
     Luzes iluminavam o local, que o brilho das mesmas refletiam no lago, e trazia uma cenário incrível. Eles começaram a conversar.
     - Vou explodir, mano! Algo que eu me julgaria pelo resto da vida, eu fiz hoje. Criei coragem de olhar para o rosto da Jess mais uma vez, e advinha?! - Foi dispensado? - Completou Max.
     - Cruelmente bicho! Não houve nenhuma resposta, correspondência = 0. E tu? O que aconteceu contigo? A briga lá?
     - Nada pô! Relaxa. Só foi aquelas coisas de sempre.

     Na realidade, Max estava mentindo para si mesmo e para Samm. Houve sim algo naquela noite, algo que mudaria muito na vida de ambos, afetaria o Samm, e todas as pessoas que lhe amavam. A verdade será dita, e infelizmente; amarga. Aquele dia de primavera acabaria com todas as expectativas.
    

   
     

  
  

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